O esporte como ferramenta de empoderamento: IMAC precisa de apoio para ampliar atendimento a mais de 180 mulheres

Colabore com essa informação! Pix47.964.551/0001-39.


Terceiro Setor
Por: José Salucci – Jornalista

Empoderar mulheres por meio do esporte para consolidar um projeto de cuidado integral. Essa é a missão que o Instituto Mulheres em Ação pela Cidadania (IMAC), localizado no bairro Andorinhas, em Vitória, deseja estabelecer. Com um trabalho efetivo desde 2022, a instituição do Terceiro Setor realiza um trabalho social de excelência nas frentes do empreendedorismo feminino, artesanato, cursos profissionalizantes e entretenimento, para mulheres que passam situações de vulnerabilidade.

No entanto, para que o ciclo de cuidado e fortalecimento seja completo, um pilar fundamental precisa ser reerguido: o esporte, cujas atividades estão paralisadas desde fevereiro de 2025 por falta de recursos financeiros.

Com um trabalho consolidado que assiste a mais de 180 mulheres, com idades entre 30 e 104 anos, a instituição se tornou um porto seguro na Região Metropolitana da Grande Vitória. Agora, o IMAC mira um novo horizonte, apresentando o esporte não como uma promessa, mas como a peça que falta para alavancar o projeto de comprovado sucesso social.

A instituição é presidida por Maria Bernardet Romania Bella, 68 anos, mais conhecida como Bella de Andorinhas. Moradora do bairro há 56 anos, ela iniciou seu trabalho social muito antes da fundação oficial do IMAC, tornando-se uma referência no fomento ao empreendedorismo feminino. Para ela, o sucesso das frentes já existentes é a prova de que o investimento no esporte trará resultados exponenciais.

“O propósito do IMAC é empoderar mulheres através de cursos profissionalizantes e oficinas. Já fazemos um trabalho efetivo e reconhecido nessa área. Agora, queremos alavancar o esporte como fonte de disciplina, saúde e promoção da autoestima”, afirma Bella.

Uma base sólida de inclusão e acolhimento

O público atendido pelo IMAC é diverso e inclui mulheres cadeirantes, vítimas de violência doméstica, mulheres que enfrentam a depressão, além de acolher mulheres que passaram pelo processo de serem mastectomizada – forma de tratar o câncer de mama que consiste na retirada cirúrgica de toda a mama -.

Ao fazerem parte do instituto, essas mulheres encontram um caminho para a autonomia e a ressignificação de suas histórias. Prova disso são os cursos de qualificação em costura criativa, customização, bordados, perfumaria e criação de semijoias, exemplos de como o projeto gera renda e independência. Muitas das assistidas, que começaram em um grupo de 12 mulheres e, hoje, somam mais de 180, abriram seus próprios negócios.

O cuidado, porém, vai além do profissional, como explica Bella de Andorinhas. “A gente tenta inserir essas mulheres em tudo que pode agregar valor à vida delas. Promovemos rodas de conversa e acesso ao entretenimento, como a vez em que as levamos para assistir a uma peça da atriz Lilia Cabral, no Teatro da Ufes. O objetivo é ocupar o tempo, elevar a autoestima e mostrar que elas não estão sozinhas”, detalha a fundadora.

Esporte: elo para o cuidado completo

Com uma base tão sólida de trabalho social, a paralisação do núcleo esportivo representa uma lacuna sentida por todas. As modalidades de futebol society e de quadra, kickboxing e jiu-jitsu não eram apenas atividades físicas, mas ferramentas de fortalecimento mental e social. E quem confirma essa boa prática é Janea Florencio, 44 anos. Ela participou das aulas de kickboxing e sente a falta do aprendizado.

“Em primeio lugar, sinto a falta do conhecimento de defesa pessoal. Em segundo, a prática da atividade esportiva. Quando suspendeu as aulas, eu procurei o esporte de musculação para não ficar parada, então o IMAC me estimulou a ingressar no esporte. E por último, sinto falta do ciclo de amizade”, disse a cuidadora de idoso.

A fundadora do IMAC, Bella de Andorinhas, ratifica o argumento de Janea. “O esporte é saúde. O esporte é vida. Enquanto elas praticam uma modalidade, estão cuidando do corpo e da mente. Ele agrega um valor imensurável à vida dessas mulheres”, reforça Bella.

O projeto esportivo do IMAC foi desenhado para atender tanto as mulheres já assistidas quanto para atrair um público mais jovem, criando um diálogo entre gerações e expandindo o alcance da instituição. A reativação das aulas é crucial para dar continuidade a esse trabalho de bem-estar integral.

Um projeto pronto para o próximo nível

O apoio de novos patrocinadores significaria mais do que a retomada de um projeto; seria o reconhecimento de um trabalho que já dá frutos e tem potencial para crescer ainda mais. O IMAC não parte do zero. Pelo contrário, oferece uma estrutura social validada, com resultados comprovados e uma gestão transparente e dedicada.

Uma parceria financeira permitirá não apenas o retorno das modalidades esportivas, mas também impulsionará o sonho da “Casa das Marias”, um espaço maior onde as beneficiárias terão acesso a atendimento psicológico, social e terapêutico. Também faz parte do projeto, a construção de uma cozinha com o propósito de realizar cursos na área de gastronomia, uma sala para artesanato, um stúdio para gravação de comerciais dos próprios produtos que as beneficiárias produzem.

Ao investir no esporte do IMAC, o poder público e privado não estarão apenas financiando aulas, mas sim fortalecendo uma rede de proteção, capacitação e empoderamento feminino, que já é um modelo de transformação social em Vitória. É a chance de fazer o esporte entrar em campo para consolidar um trabalho que já vence o jogo da cidadania todos os dias.

Formatura curso profissionalizante no IMAC. / Foto: Divulgação. Clique na imagem!

 

Compartilhe:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest

Deixe um comentário

O seu endereço de e-mail não será publicado. Campos obrigatórios são marcados com *

Destaque sua Marca

Seu Anúncio Aqui (365 x 270 area)
Últimas Notícias