“O Instituto Jones é a porta de entrada para quem quer investir no ES”, disse Pablo Lira, presidente do IJSN

(Foto: Arquivo Pessoal)
Entrevista
Por: José Salucci – Jornalista

O Instituto Jones dos Santos Neves (IJSN) celebra em 2025 o seu Jubileu de Ouro, marcando cinco décadas de atuação ininterrupta como o principal centro de estudos e pesquisas para o planejamento e a formulação de políticas públicas do Espírito Santo. Fundado em 1975, o IJSN nasceu no contexto do segundo grande ciclo de desenvolvimento do estado, com a missão de fornecer a base científica e estratégica necessária para o crescimento industrial e social.

A instituição carrega o nome do ex-governador Jones dos Santos Neves (1943-1945; 1951-1955), uma liderança desenvolvimentista que se tornou patrono do instituto, simbolizando o DNA da entidade: apoiar, com dados e ciência, o avanço do Espírito Santo. Hoje, o IJSN é uma referência nacional, reconhecido por sua credibilidade na produção de conhecimento estratégico, atuando desde a gestão de crises — como no caso da Pandemia de Covid-19, onde coordenou o Painel de Informações e a Matriz de Risco— até o planejamento de longo prazo, como o Plano ES 500 Anos.

Confira a entrevista que Merkato realizou com Pablo Silva Lira, diretor-presidente do Instituto Jones dos Santos Neves – IJSN. Ele que é Doutor em Geografia e Mestre em Arquitetura e Urbanismo, há 25 anos atua como servidor público, sendo 15 anos dedicados ao IJSN. Lira detalha sua trajetória, o simbolismo do cinquentenário e como o trabalho científico do instituto se traduz em melhoria prática na vida do cidadão capixaba.

1 – Para começarmos, gostaria de resgatar sua trajetória dentro da casa. Como foi sua chegada ao IJSN, quais foram os principais projetos que o senhor liderou e como esse caminho o preparou para assumir a presidência neste momento histórico de 50 anos?

Eu sou servidor público há 25 anos no governo do estado. Tive experiência de trabalhar na educação; fui professor logo quando iniciei minha carreira no estado. Trabalhei durante seis anos na Secretaria de Segurança Pública, na Gerência de Estatística e Análise Criminal (GAEC), estruturando as bases de informação. Já tinha parceria naquela época com o Instituto Jones, já conhecia os trabalhos.

Mais adiante, fui aprovado no concurso do IEMA, onde trabalhei durante alguns meses na Gerência de Geotecnologias do IEMA, de Geomática, durante alguns meses. Passei no concurso do Jones em 2010, onde estou há 15 anos trabalhando na instituição. Já em 2011, assumi a Diretoria Técnica do Instituto. Trabalhei até 2014 na Diretoria Técnica. Me retirei para fazer o doutorado, onde ocupei um cargo na Coordenação de Estudos Territoriais. Quando voltei em 2019, já com o doutorado finalizado, continuei trabalhando e fazendo doutorado. Só que não consegui assumir o cargo de diretoria. Quando volto em 2019, assumo a Diretoria Administrativa por três meses, nesse tempo, estruturamos e criamos a Diretoria de Integração. Foi nesse tempo que, assumi a Diretoria de Integração até 2022. Já em 2023, o governador Renato Casagrande me convida para ser diretor-presidente do IJSN, onde estou presente até na data de hoje.

Logo quando cheguei no Instituto Jones desenvolvi projetos importantes na área da Segurança Pública, pela minha experiência de trabalho na GAEC da SESP, como, por exemplo, a criação do Boletim de Informações Criminais, em 2011. E também, em 2010, já coordenei o Observatório das Metrópoles, a entrada do Instituto na rede internacional de pesquisa do Observatório das Metrópoles, que é coordenada pela UFRJ. São 23 núcleos regionais, e o Núcleo Vitória é aqui da Região Metropolitana da Grande Vitória. Eu sou coordenador há 15 anos do Observatório das Metrópoles.

Além disso, em 2012, 2013, eu participei, coordenei a equipe técnica que ajudou a escrever o Plano ES 2030, plano de longo prazo do Governo do Estado. E já no período mais recente, em 2020, coordenei o trabalho da equipe do instituto que trabalhou o Painel das Informações da Covid e também o Mapa e a Matriz de Risco em parceria com os Bombeiros, no período de gestão de risco da pandemia.

E mais recentemente, também coordenei a equipe técnica do instituto que ajudou a atualizar o planejamento de longo prazo do estado, que é o Plano ES 500 Anos. E, ao longo dessa trajetória de 15 anos, tem muitos outros projetos que eu participei e colaborei com a equipe para que o Instituto Jones chegasse neste ponto de visibilidade e credibilidade na sociedade capixaba, como uma importante instituição para o desenvolvimento do estado do Espírito Santo.

2 – O cinquentenário é um momento de celebrar a memória. Poderia nos contar a história por trás da escolha do nome ‘Jones dos Santos Neves’ e qual é o simbolismo dessa homenagem para a identidade do instituto hoje?

O Instituto surge no período do segundo grande ciclo de desenvolvimento do estado do Espírito Santo: a industrialização do estado na década de 70. Em 1975, foi fundada a Fundação Jones dos Santos Neves, que depois virou Instituto Jones dos Santos Neves.

E o nome escolhido naquele período, em que a gente estava passando por um processo de desenvolvimento industrial, foi justamente o nome do ex-governador na década de 40 e 50, Jones dos Santos Neves, uma liderança importante no estado, desenvolvimentista também. O IJSN foi criado com esse foco: está no DNA do Instituto apoiar, com base na ciência, o desenvolvimento do estado do Espírito Santo.

Esse Jubileu de 50 anos de fato é para celebrar, porque o instituto hoje vive um momento de bastante destaque na sua história, credibilidade e reconhecimento da sua importância para a melhoria da qualidade de vida da população capixaba por meio dos estudos, das pesquisas para qualificar as políticas públicas.

3 – O senhor já declarou que o trabalho científico do Instituto embasa quatro pilares fundamentais: elaboração, monitoramento, avaliação e aprimoramento de políticas públicas. Para o nosso leitor, como esses termos técnicos se traduzem em melhorias práticas na vida do cidadão capixaba?

Esses quatro pilares se traduzem em melhor gasto dos recursos públicos: para corrigir políticas públicas que não estão dando o resultado esperado e para potencializar políticas públicas que estão dando um resultado importante para a melhoria da Educação do povo capixaba, da Saúde, da Segurança Pública, melhoria também da gestão do Meio Ambiente e do desenvolvimento do estado do Espírito Santo, gerando mais empregos e renda para os capixabas. Traduzindo, esses quatro pilares são a melhoria da qualidade de vida da população por meio das políticas públicas.

4 – Hoje, o IJSN é reconhecido como uma referência nacional em produção de conhecimento e políticas públicas. A que fatores – técnicos e humanos – o senhor credita esse nível de excelência e destaque no cenário brasileiro?

O Instituto Jones, de fato, hoje é uma referência nacional e até mesmo internacional. Essa semana a gente recebeu aqui a visita do Cônsul Adjunto Geral da China, junto com uma comitiva. Assim que ele chegou no estado, o primeiro lugar que ele visitou foi o Instituto Jones. Já conhecia nosso trabalho, e já tinha os dados e informações, reconhecendo que o Instituto Jones é muito importante para quem quer conhecer e investir no estado do Espírito Santo.

O cônsul afirmou que, o Instituto Jones se destaca mesmo, ele tem as informações e leva as informações do nosso estado para atrair negócios, para atrair investidores, pessoas que acreditam no Espírito Santo como uma verdadeira potência no Brasil.

Então, é a porta de entrada para a gente vender o estado do Espírito Santo: o turismo, a economia, os valores sociais, culturais e da sustentabilidade do nosso estado.

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