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Cultura/Literatura
Por Luciana Santos – Escritora e Pedagoga.
O ano era 2041, a cidade acordava sob o comando de um menino perverso e ambicioso. Começava a caça as bruxas, a imposição do medo do silêncio e os conchavos. A política tomava um rumo perigoso, era cheia de vícios causando extremo pavor. Os servidores públicos viraram alvo da gestão para evitar questionamentos e indagações. Lideranças de bairros eram corrompidas, o legislativo silenciado com cargos e a população ludibriada com festas numa falsa sensação de tranquilidade. A política instalada era higienista, aporofóbica e extremamente corrupta.
Nesse cenário, o menino que comandava tudo não aceitava críticas e mandava assediar quem ousava se manifestar. Ele não sabia lidar com críticas e o poder havia tomado conta da sua vida. Sua imagem refletia pânico e todos o temiam. Pessoas eram canceladas, outras linchadas moralmente, algumas perseguidas . Perdiam seus empregos e oportunidades. Báratros era o novo nome do lugar. O menino exonerava quem discordasse dele e processava opositores. O povo seguia ludibriado trocando médicos por praças, professores por chafariz e segurança por parquinhos.
No ano seguinte, marcaria a cidade por outra eleição mais perigosa. O menino perverso ganhava um apoio maior: políticos e empresários apostavam suas fichas nele. Seu estilo gângster era apreciado pela elite do lugar. Servidores adoecidos, povo abandonado e cidade maquiada marcavam a gestão. Sem contar que a violência reinava nos bairros como reflexo do governo.
A sociedade acovardada seguia indiferente e anestesiada. Às vezes apareciam escândalos envolvendo o menino e sua equipe, jornalistas audaciosos denunciavam as falcatruas de todos eles. Mas, logo em seguida, o menino dava uma festa e o povo esquecia. Era como um flautista encantando as pessoas. Sorriso falso, carisma engessado e vivia cercado de gente pior do que ele. Pessoas capazes de tudo para continuarem curtindo com o dinheiro público.
Diante de todo o sofrimento em Báratros, surgiu um policial e uma professora para enfrentarem os homens que tomavam de assalto a máquina pública. Cada um do seu jeito, com seu estilo e modo de negociar se aliaram para resgatar a cidade. Ressuscitar o serviço público, dar dignidade a população e recuperar o cofre público, saqueado por quase 4 anos, sem nenhum impedimento e nenhuma fiscalização. Há quem diga que não foi fácil. A batalha foi desleal, o policial e a professora sofreram mais do que deviam, mas não desistiram. Seguiram em frente! Juntaram se aos bons e resistiram!
O ano era 2044, e o que mais se ouvia em Báratros era que, o policial fez história se afirmando sobre o que ele combatia e a professora sozinha judicializou toda a gestão pondo fim a covardia. A cidade, enfim, mudava de nome, o menino perdia tudo e o governo agora estava na mão de um homem…
*O texto é de livre pensamento da escritora*
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