Entrevista
Por: José Salucci/Direita ES News
O Jornal Merkato apresenta entrevista com o senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), concedida logo após o seu desembarque no Aeroporto de Vitória, nessa segunda-feira. O parlamentar cumpriu agenda na capital capixaba para participar do evento cristão e político “Grande Clamor pelo Brasil”, realizado no Espaço Patrick Ribeiro, às 19 horas.
O material bruto foi gentilmente cedido pelo Portal Direita ES News, que realizou o credenciamento prévio para o evento. No entanto, o diálogo aqui reproduzido ocorreu de forma dinâmica na área externa do aeroporto, onde a imprensa capixaba aguardava o parlamentar para colher suas primeiras impressões sobre o cenário eleitoral de 2026 e a atual conjuntura política do país.
1 – Senador, qual a sua perspectiva para o evento “Clamor pelo Brasil” e quais são os seus projetos políticos para o Espírito Santo e para a sua campanha em 2026?
É uma grande honra estar no Espírito Santo para orar pelo país. Atendo ao convite do meu amigo e líder, o senador Magno Malta. Nossa expectativa é reacender a chama no coração dos brasileiros. Queremos pedir a Deus piedade pelo nosso povo, que tem sofrido com perseguições e o uso da máquina pública contra quem pensa diferente do atual governo. Precisamos de cobertura espiritual para que 2026 seja muito melhor que 2025.
2 – O senhor defende candidatura própria do PL ao governo do estado do ES em 2026? Se sim, qual nome o senhor apoia?
Estamos conversando com as lideranças locais. A única certeza é que caminharemos com quem sempre esteve ao nosso lado. Avaliaremos o cenário, mas o objetivo é ter um palanque completo e competitivo em 2026, oferecendo um projeto conservador baseado em “Deus, Pátria, Família e Liberdade”. Temos bons nomes, mas não citarei nomes agora.
3 – O deputado federal Evair de Melo afirma que o ex-presidente Jair Bolsonaro endossa sua candidatura ao Senado pelo ES. O PL abrirá as portas para ele?
O Evair é um grande quadro e gosto muito do trabalho dele. Vamos sentar com as lideranças para definir a melhor estratégia, mas um nome como o dele será sempre bem-vindo ao partido.
4 – Sobre sua candidatura à presidência da República: é uma decisão definitiva?
Essa página já viramos. É definitiva. Todo mundo sabe que é pelo Brasil, para honrar os brasileiros de bem. Não tem volta.
5 – O senhor tem se apresentado como um “Bolsonaro moderado”. O que isso significa na prática?
Significa o perfil que sempre tive em 22 anos de política: mais centrado, equilibrado e focado em resolver as coisas de forma prática. É esse Flávio que as pessoas vão conhecer; o Flávio a quem o presidente Bolsonaro delegou essa missão por confiar no meu preparo.
6 – Qual será a principal diferença de um eventual governo seu para o governo de Jair Bolsonaro?
Vou me esforçar para ser ainda melhor. O presidente Bolsonaro foi excelente ao escolher um time técnico e capacitado. Buscarei um time superior, se é que isso é possível, para tocar o Brasil da forma correta. Já tenho nomes em mente, mas primeiro estamos formatando propostas.
7 – Governadores como Romeu Zema são cogitados para a vice na sua chapa. Existe essa conversa?
Falei com todos que tinham seus nomes postos. O Zema é um quadro importantíssimo e muito competente. Seria uma honra tê-lo conosco. Não sei em qual posição ainda, mas a partir de abril de 2026 teremos um cenário mais real para decisões.
8 – Como o senhor avalia a situação do deputado Eduardo Bolsonaro, que teve o passaporte cancelado?
É a continuidade da perseguição. Eduardo está fora do Brasil contra a própria vontade para lutar pela liberdade. Vemos um aparelhamento, especialmente por parte de um ministro, para perseguir adversários.
Eu lamento que isso tenha acontecido, porque os escândalos que acontecem aí, por exemplo, agora, o próprio Alexandre de Moraes, foi publicado uma matéria na imprensa, de que ele teria procurado pelo menos quatro vezes o presidente do Banco Central, o Galípolo, para tratar do assunto do banco que a mulher dele era contratada como advogada.
Quer dizer, isso aí é uma clara ilegalidade e que vamos mais uma vez, sim, protocolar impeachment do ministro Alexandre de Moraes, porque é completamente inadmissível que o ministro do STF tenha a postura como a que ele teve. Agora as evidências vão surgindo de como é que ele operava além da cadeira de ministro do STF. É triste constatar isso, mas a história mostrará quem estava do lado certo.
E, quero parabenizar à imprensa que está tendo a coragem de trazer a público esses fatos, de apurar corretamente, porque a gente está falando do futuro do nosso Brasil, de credibilidade das instituições e isso abala frontalmente a credibilidade do próprio STF, que é um pilar fundamental da nossa democracia
9 – O senhor mencionou a credibilidade das instituições. Como avalia o sistema eleitoral e as urnas para o próximo pleito?
Em 2018 e 2022, ficou claro que o TSE, sob o comando de Alexandre de Moraes, desequilibrou a disputa. Com uma nova composição no Tribunal, neutra e formada por magistrados — e não por militantes subordinados ao ministro —, tenho certeza de que disputaremos com tranquilidade e venceremos no voto.
10 – Tarcísio de Freitas e Ronaldo Caiado defendem várias candidaturas de direita no primeiro turno para derrotar o atual governo no segundo turno. O senhor concorda?
Avaliaremos a estratégia em abril. No Chile, a direita não se uniu de início, mas venceu no segundo turno. Independentemente da estratégia, todos concordam que o objetivo é a união total no segundo turno.
11 – Para encerrar, qual sua avaliação sobre a gestão do atual presidente da República?
O maior inimigo do Brasil hoje é o Lula e o PT. É esse governo que nós vamos tirar do poder a partir de 2027. O povo tem sofrido com falta de trabalho e dificuldades diárias. Nossos quadros serão infinitamente melhores do que os do atual governo para devolver a esperança ao país.




