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Cultura
Por: Redação
O 8º Festival de Cinema de Santa Teresa – FECSTA –, que acontece entre os dias 31 de julho e 2 de agosto, anuncia o lançamento do documentário “Maria Nilce e o Crime da Turma do Tambor“, uma produção que mergulha em um dos episódios mais controversos da história do Espírito Santo.
Dirigido, produzido, roteirizado e fotografado por Lucas Bonini, o filme retrata o assassinato da colunista social e empresária de sucesso Maria Nilce Magalhães, ocorrido em 5 de outubro de 1989, em Vitória. Reconhecida por sua coluna sem filtros, Maria Nilce renovou o cenário social capixaba e, também, acumulou inimizades perigosas.
Tido como um dos crimes de maior repercussão no estado, a jornalista foi executada com três tiros ao chegar com a filha em uma academia na Praia do Canto, deixando quatro filhos. O crime, cometido de forma chocante e pública, abalou o país, mas a investigação sofreu com tumultos, a imprensa machista e uma sociedade que, na época, condenou a vítima.
O documentário traz um olhar profundo e crítico sobre o episódio, destacando a trajetória de Maria Nilce e os desdobramentos desse caso. A pesquisa e o roteiro contam com a colaboração de Juca Magalhães, enquanto a produção, pesquisa e edição ficam a cargo de Júlio Cesar. A fotografia adicional foi realizada por Bruno Zorzal e José Francisco Tapajós, com som direto, digitalização de material analógico e finalização sonora a cargo de Pedro Henrique Magalhães.
A estreia do documentário acontece no dia 2 de agosto, às 19 horas, na quadra poliesportiva no centro da cidade de Santa Teresa, reunindo cineastas, jornalistas e o público interessado em revisitar e refletir sobre um capítulo marcante da história local.
A 8ª edição do Festival de Cinema de Santa Teresa é realizado pela Satírica Filmes, com recursos da Lei de Incentivo à Cultura Capixaba (LICC) e Lei Federal de Incentivo à Cultura (Lei Rouanet) e patrocinado pela Tuboval e Banestes.
Sobre Maria Nilce
Maria Nilce foi empresária, advogada, jornalista e radialista capixaba, reconhecida por sua atuação combativa em defesa da liberdade de imprensa e da liberdade de expressão no Espírito Santo.
Fundadora do periódico “O Jornal”, Nilce enfrentou censura e perseguições durante o regime militar, chegando a ser presa por denunciar casos de corrupção. Além de seu trabalho na comunicação, também se destacou como empreendedora gastronômica ao comandar o tradicional Restaurante Elite, em Vitória. Sua trajetória marcou a história política e cultural capixaba, tornando-se símbolo de coragem, resistência e compromisso com a verdade.
