30º Grito dos Excluídos

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Terceiro Setor/Fé
Por: Redação

É momento de cumprir o Ide de Jesus. Acontece em Vitória e em outras quatro cidades do Estado, no próximo sábado, protestos e mobilização nas ruas, em torno da 30ª edição do Grito dos Excluídos (as). Neste ano, o ato tem como lema “Todas as formas de vida importam, mas quem se importa?”.

Os 30 anos de resistência do Grito dos Excluídos (as) serão comemorados nos municípios de Cachoeiro de Itapemirim, São Mateus, Aracruz, Colatina e Vitória, onde haverá atos nas ruas para questionar a desigualdade, a fome, os preconceitos e os desastres climáticos em todo o mundo.

1º Grito dos Excluídos, em 1995. Para este sábado, os municípios de Vitória, Cachoeiro de Itapemirim, Aracruz, São Mateus e Colatina promovem o evento inter-religioso. / Foto: Divulgação.

Na capital capixaba, um grupo de pessoas em situação de rua participará do ato carregando carrinhos de coleta de recicláveis, como forma de caracterizar um pouco do trabalho que realizam. Eles também farão momentos de reflexão e denúncia sobre as dificuldades enfrentadas, como a invisibilidade de quem está na rua.

Diante desse cenário, o evangelho se importa com os excluídos. Muitos cristãos ainda não entenderam o chamado e a vocação da igreja para as causas sociais. O evento de sábado é uma oportunidade para diversas vertentes do cristianismo praticarem o Ide de Jesus. O Pe. Kelder Brandão comenta.

“O evangelho, não só se importa com os excluídos, como Jesus em um dos capítulos finais do livro de Mateus quando ele fala do juízo final, ele se identifica com os excluídos e excluídas de todos os tempos ao dizer: “Eu tive fome, vocês me deram de comer; eu estive nu, vocês me vestiram; eu estava doente, vocês cuidaram de mim; eu estava preso, vocês foram me visitar; eu era estrangeiro, vocês me acolheram em sua casa”. Então Jesus se identifica com essas categorias sociais”, explicou.

Oração

A organização do Grito dos Excluídos, em Vitória (ES), planejou um momento de oração e mística às 8h30, na Praça Portal do Príncipe, próxima à 2ª Ponte. Depois, acontece a caminhada até a praça João Clímaco, em frente ao Palácio Anchieta, no Centro de Vitória. O encerramento contará com danças típicas do congo e capoeira.

O Pe. Kelder Brandão, coordenador do Vicariato para Ação Social, Política e Ecumênica da Arquidiocese de Vitória, entidade que atua na organização do Grito, lembrou a importância do momento.

“Romper o individualismo e a indiferença com o próximo e com o planeta onde habitamos é o que nos propõe o tema da última Campanha da Fraternidade. É na amizade, companheirismo e cuidado com o que é bom para o próximo que construímos dia a dia a possibilidade de um outro mundo”, destacou.

Giovanni Livio, coordenador do Fórum Igrejas e Sociedade em Ação disse. “O Grito é um grande momento para os cristãos católicos e não católicos exercitarem a fé em ação. Ele faz parte de um chamamento da Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB) para a nossa atitude prática de busca por um Brasil mais igual”, relembrou

Foto: Divulgação.

Ecumenismo

A proposta do Grito dos Excluídos e Excluídas nasceu no contexto da 2ª Semana Social Brasileia, promovida pela Conferência Nacional dos Bispos do Brasil (CNBB), e foi inspirada no tema da Campanha da Fraternidade de 1995: “Fraternidade e Excluídos”.

“Essa é uma proposta para além do sentido religioso. A gente tem uma infinidade de outras manifestações de fé. Então, a proposta do Grito dos Excluídos é para além do ecumenismo, ela é macro ecumênica, ela é inter-religiosa e, também dialoga com segmentos não religiosos: sindicatos, coletivos, movimentos sociais históricos, as novas formas de organização da sociedade não verticalizados, então pretendemos dialogar com todas as entidades e instituições que enxergam o valor da vida humana e de toda a criação”, concluiu o Pe. Kelder Brandão.

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