2022 está terminando. E como em qualquer ano, nessa época, costumamos fazer uma retrospectiva e também pensar em metas para o próximo ano.
Infelizmente, na minha retrospectiva, há várias situações que eu gostaria de poder esquecer. Melhor dizendo, gostaria que nem tivessem acontecido. Mas aconteceram e lembrá-las significa me importar e, quando nos importamos, fazemos algo para que não mais aconteçam.
Na educação, por exemplo, foram muitos os acontecimentos que mostraram um quadro de descaso e desrespeito inimagináveis.
Por exemplo, os cortes de verbas que assombraram as universidades federais, colocando em risco pesquisas científicas importantes em várias áreas. Se o investimento já não era suficiente, quando é diminuído, causa tantos transtornos que refletem em anos de trabalho e pesquisa.
O sucateamento constante dos estabelecimentos escolares, muitos funcionando em prédios alugados, sem condições de atender às necessidades dos estudantes. Salas de aulas lotadas, professores adoentados, estudantes com defasagem de aprendizado, quadro piorado nesse contexto de pandemia. Diretor que rouba a carne da merenda (essa notícia parece até brincadeira) e o pior de tudo: a violência que sempre rondou os muros das escolas está cada vez mais conseguindo penetrá-los.
Um dos piores casos aconteceu em novembro, ocasião em que um adolescente entrou armado em duas escolas em Aracruz/ES e alvejou várias pessoas, matando quatro, uma adolescente de 12 anos e três professoras.
O debate em torno dessa situação é grande e as possíveis razões são discutidas: maior acesso a armas, a falta de segurança, a falta de estabilidade emocional de nossos jovens, que se deixam levar por informações falsas compartilhadas pelas redes sociais, enfim, motivos é que não faltam. O que falta é o engajamento de toda a sociedade para eliminar esse mal.
A educação precisa ser prioridade em qualquer governo. É por meio da educação que formamos cidadãos conscientes e é por meio dela que qualquer país avança.
Diante disso, nossa meta para 2023, e para os anos seguintes, deve ser a luta por uma educação de qualidade e longe da violência. E enquanto a sociedade não conseguir estirpar esse mal, que pelo menos nossas escolas sejam poupadas. A construção de um futuro melhor depende de todos nós.
Magda Simone Tiradentes – *Mestre em Letras pelo Mestrado Profissional em Letras (IFES). Experiência na docência de Língua Portuguesa (Ensino fundamental II), atua na Secretaria de Educação da Serra, com a Formação Continuada de Professores de Língua Portuguesa.