A empresa familiar que desafia as estatísticas

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Empreendedorismo
Por: José Salucci – Jornalista

As empresas familiares constituem a espinha dorsal da economia brasileira, representando aproximadamente 90% de todos os negócios no país. Contudo, essa força monumental esconde uma fragilidade crônica: a sucessão. Um estudo recente do Sebrae, divulgado em 2025, projeta um cenário alarmante: apenas 30% dessas companhias sobrevivem à transição para a segunda geração, e um número ainda mais exíguo, inferior a 10%, alcança a terceira.

Para o advogado Diego Barros, especialista em direito empresarial, os números são um sintoma de uma falha estrutural. “Muitas empresas familiares ainda funcionam de maneira informal, sem governança ou planejamento sucessório. Isso cria vulnerabilidades e amplia o risco de conflitos internos que podem comprometer a continuidade do negócio”, afirma.

Dr. Diego Barros. / Foto: Divulgação.

Em meio a essa estatística desafiadora, a história da família Barbosa, que possui franquia da Casa do Torresmo, no bairro Parque Residencial de Laranjeiras, Serra, surge como um farol de resiliência e estratégia. A jornada deles não apenas humaniza os dados, mas também oferece um roteiro prático sobre como transformar um negócio familiar em um legado duradouro.

Da incerteza à oportunidade: época da pandemia do Covid-19

A história da Casa do Torresmo, em Laranjeiras, nasceu de um revés. Adiel de Souza Barbosa, 56 anos, viu-se diante do abismo profissional quando, em plena pandemia, a empresa onde trabalhou por 15 anos encerrou seu contrato. O que para muitos seria o fim de uma carreira, para ele e sua esposa, Zeni da Penha Machado, foi o início de um novo capítulo.

“Fui demitido, e então tive a oportunidade de franquear a Casa do Torresmo”, relata Adiel. “Eu e minha esposa decidimos encarar esse novo desafio. Ela esteve sempre ao meu lado, me apoiando e incentivando. Mesmo em plena pandemia, nós conseguimos. Já são cinco anos nessa empreitada”. A decisão, tomada em um dos períodos mais incertos da história recente, fincou as bases de um negócio que viria a ser o projeto de vida da família.

A sucessão planejada: o pilar contra a mortalidade empresarial

O estudo do Sebrae mostra que a sucessão é o momento mais crítico: empresas sem preparação sofrem queda de produtividade, perda de talentos e até dissolução. Já aquelas que investem em governança, planejamento estratégico e aconselhamento jurídico conseguem atravessar a transição com mais saúde e competitividade. É justamente nesse ponto que a família Barbosa se diferencia.

A transição para que o filho Matheus Henrique Machado Barbosa, 22 anos, assumisse a liderança de uma nova unidade, no bairro Morada de Laranjeiras, Serra, não foi um ato repentino, mas um processo meticulosamente construído.

“Não foi da noite para o dia que eu simplesmente abri uma loja”, explica Matheus. “Ao longo desses cinco anos, acompanhei tudo de perto e sempre estive à disposição para fazer algo a mais. Procurei entender sobre finanças, margem de lucro, precificação e leis trabalhistas. Meu pai, minha mãe e eu, sentamos e planejamos um projeto de sucessão”.

O treinamento foi prático e gradual. “Começou comigo ficando na loja sozinho às terças, quartas e quintas. Fui assumindo a responsabilidade durante alguns meses e, aprendendo cada vez mais, o projeto deu certo. Agora, inaugurei uma loja em Morada de Laranjeiras. São duas lojas de muitas que virão”, projeta o jovem gestor, com o vigor de quem se sente parte de uma missão maior. “Nunca me senti pressionado, porque desde o começo minha família estava nessa junto. Abraçamos essa aventura e fomos para cima”, concluiu.

Matheus Henrique Machado Barbosa. / Foto: Divulgação. Clique na imagem!

Tradição e inovação: a alquimia da longevidade

O sucesso da transição na Casa do Torresmo reside no equilíbrio entre a experiência consolidada por Adiel e a visão inovadora de Matheus. Diego Barros destaca que “empresas que conseguem unir tradição e modernização aumentam significativamente suas chances de sucesso”. É exatamente essa alquimia que se observa na dinâmica da família.

“Eu carrego toda a experiência dele comigo. Ele chegava cedo para assar os frangos no sábado, acordava 4 horas da manhã no domingo, para assar as carnes e sempre acompanhei isso tudo. Aprendi de perto, observando como ele lidava com cada situação, não só financeira, mas também no atendimento ao cliente”, conta Matheus. “Tudo o que fiz, inicialmente, foi imitar o que meu pai e minha mãe faziam”. Contudo, sobre essa base sólida, ele agrega sua própria perspectiva. “Aproveito minha idade para injetar um gás a mais, trazer novas inovações. Já estou com projetos para a nova loja focados em Instagram, divulgação, marketing e produção de conteúdo audiovisual”.

A tênue linha entre o lar e o balcão: respeito como moeda corrente

Um dos maiores clichês — e desafios — dos negócios familiares é a dificuldade de separar as relações pessoais das profissionais. “Muitas vezes, decisões pessoais interferem nos rumos da empresa. O diálogo aberto e as regras claras são essenciais”, adverte Diego Barros.

Na Casa do Torresmo, a solução para esse dilema tem um nome: respeito. “A relação familiar e empresarial é uma linha muito tênue, sustentada pelo respeito, dentro e fora da loja”, define Matheus. “Mesmo que eu não concorde com uma opinião durante o trabalho, preciso respeitar, chamar em um canto para conversarmos e chegarmos a um consenso”.

Zeni da Penha Machado, esposa e mãe nessa relação família empresarial, atua no RH e no marketing da empresa, ela complementa essa visão. “O trabalho em família é complicado, não é fácil. Mas acredito que, além do respeito, o que nos sustenta é a transparência. Tudo é feito às claras”. Ela admite que a separação total é uma utopia. “É impossível não falar de trabalho em casa, mas falamos de forma descontraída para resolver tudo. Ouvimos a opinião um do outro e, quando não concordamos, conversamos até chegar a um consenso”.

Para Adiel, o patriarca, o maior desafio é a própria comunicação. “Você tem que ser mais delicado, pensar antes de falar, principalmente em família. É preciso ouvir e respeitar o limite de cada um”.

Essa cultura de diálogo transforma o que seria um campo minado de conflitos em um ambiente de colaboração. “Nossa relação é na base da conversa. Fazemos reuniões, planejamos o futuro. Tivemos problemas, mas no final estamos sempre juntos para superar todos eles”, finaliza Matheus.

Para os empreendedores, a mensagem da família Barbosa é clara: investir em governança, sucessão e, acima de tudo, em relações saudáveis, não é um luxo, mas uma necessidade. Com estratégias bem definidas e respeito como alicerce, é possível transformar uma empresa familiar em um negócio próspero, que se mantém sólido e inspirador ao longo das gerações. Como sonha Adiel: “O Matheus é a segunda geração, e os filhos dele serão a terceira, se Deus quiser”.

Conheça as lojas! – @casadotorresmo_laranjeiras  / @casadotorresmo_morada

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