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Coluna Criativos
Por: Samuel J. Messias – Consultor Empresarial
A reforma tributária brasileira de 2025 representa um marco histórico na reestruturação fiscal do país, trazendo profundas implicações para o setor empreendedor. Este documento analisa como os pequenos e médios empreendedores, que constituem 75% do tecido empresarial brasileiro, enfrentam os desafios e aproveitam as oportunidades surgidas com as novas regras fiscais, destacando seu papel fundamental como motores do desenvolvimento econômico nacional durante este período de transição.
Contexto Atual da Reforma Tributária e o Empreendedorismo no Brasil A recente reforma tributária aprovada em janeiro de 2025 (Lei Complementar nº 214/2025) representa uma transformação histórica no sistema fiscal brasileiro. Sua principal característica é a notável simplificação tributária, substituindo uma miríade de impostos por apenas três novos tributos principais: o IBS (Imposto sobre Bens e Serviços), o CBS (Contribuição Social sobre Bens e Serviços) e o Imposto Seletivo. No cenário empreendedor brasileiro, os pequenos e médios negócios constituem aproximadamente 75% do mercado nacional. Estes empreendedores observam com atenção as mudanças em curso, mas não sem uma considerável dose de apreensão quanto às incertezas e potenciais impactos nos custos operacionais e na gestão cotidiana de seus empreendimentos.
Representatividade (75%)
Percentual de pequenos e médios empreendedores no tecido empresarial brasileiro
Recálculo de Preços (66,40)
Empreendedores que preveem necessidade de ajustes em suas tabelas de preços
Assessoria Contábil(85%)
Empresários que consideram contadores como aliados essenciais para a adaptação
Um levantamento recente realizado pela Contabilizei (2024) trouxe dados reveladores: 66,4% dos empreendedores já antecipam a necessidade de revisar e recalcular seus preços em função das novas regras tributárias. Além disso, 85% dos empresários reconhecem os contadores como parceiros fundamentais para navegar com segurança neste período de adaptação às novas diretrizes fiscais, demonstrando a valorização da expertise contábil neste momento de transição.
Desafios enfrentados pelos empreendedores na transição tributária
Complexidade da Implementação
O período de transição até 2032 cria um ambiente de incertezas operacionais e financeiras, exigindo reorganização de processos e estratégias de precificação, especialmente para MPEs com recursos limitados.
Coexistência de Sistemas
A operação simultânea dos sistemas antigo e novo durante o período de transição demanda maior planejamento fiscal e pode resultar em custos administrativos temporariamente elevados.
Percepção de Aumento Tributário
70,6% dos empreendedores temem aumento da carga tributária, com preocupações sobre possíveis impactos no consumo e na renda familiar, potencialmente afetando a demanda por produtos e serviços.
Um dos maiores desafios durante este período de transição está na necessidade de renegociação com toda a cadeia de valor. Os empreendedores precisarão revisar contratos com fornecedores e reajustar preços junto aos clientes para se adaptarem à nova dinâmica de créditos tributários e compensações fiscais. Essa renegociação ocorre em um contexto de incertezas sobre o impacto real nos custos, o que pode gerar tensões nas relações comerciais.
Um dos maiores desafios durante este período de transição está na necessidade de renegociação com toda a cadeia de valor. Os empreendedores precisarão revisar contratos com fornecedores e reajustar preços junto aos clientes para se adaptarem à nova dinâmica de créditos tributários e compensações fiscais. Essa renegociação ocorre em um contexto de incertezas sobre o impacto real nos custos, o que pode gerar tensões nas relações comerciais.
“A transição tributária exige dos empreendedores não apenas adaptação às novas regras, mas uma completa reestruturação da visão estratégica do negócio, considerando que o impacto será sentido em toda a cadeia produtiva e nas relações de consumo.”
Especialistas apontam que empresas que se anteciparem na compreensão das novas regras e na adaptação de seus processos terão vantagem competitiva significativa durante o período de transição, enquanto aquelas que demorarem a se ajustar poderão enfrentar dificuldades adicionais para manter sua competitividade no mercado.
Oportunidades e benefícios para o desenvolvimento econômico
Apesar dos desafios, a reforma tributária traz benefícios estruturais significativos para o ambiente de negócios brasileiro e para o desenvolvimento econômico sustentável do país.
Unificação Tributária
Sistema baseado no princípio do destino e na não cumulatividade reduz distorções econômicas e elimina a guerra fiscal entre estados
Desburocratização
Redução drástica das 1.501 horas anuais gastas com obrigações fiscais, liberando tempo e recursos para atividades produtivas
Atração de Investimentos
Maior transparência e previsibilidade tributária estimulam investimentos nacionais e internacionais, gerando empregos e crescimento
Valorização da Expertise Contábil e Fiscal
Com a implementação da reforma, contadores e consultores fiscais assumem papel ainda mais estratégico no cenário empresarial brasileiro. Sua atuação transcende o mero cumprimento de obrigações fiscais, transformando-se em consultoria estratégica para otimização tributária e tomada de decisões empresariais.
Esta valorização profissional vem acompanhada pelo fortalecimento da governança corporativa e pela elevação da capacidade adaptativa das empresas frente às mudanças do ambiente de negócios. Empresas com assessoria contábil qualificada demonstram maior resiliência e aproveitam melhor as oportunidades geradas pela nova configuração tributária.
“A reforma tributária representa não apenas uma mudança nas regras fiscais, mas uma transformação profunda no ambiente de negócios brasileiro, promovendo maior eficiência econômica e competitividade internacional.”
Perspectivas futuras: empreendedorismo como motor da recuperação e crescimento
A reforma tributária brasileira, ao criar um ambiente de negócios mais transparente e eficiente, estabelece condições propícias para a inovação e expansão empresarial. As micro e pequenas empresas, responsáveis por grande parte da geração de empregos no país, encontram terreno mais fértil para seu desenvolvimento, contribuindo significativamente para a recuperação econômica pós-pandemia.
O fortalecimento do empreendedorismo nacional traz benefícios que transcendem o campo econômico, promovendo diversificação produtiva, inclusão social e redução das desigualdades regionais históricas. Estados e municípios anteriormente prejudicados pela guerra fiscal agora podem atrair investimentos com base em suas vantagens competitivas reais, não em benefícios fiscais artificiais.
Inovação Tecnológica
A simplificação tributária incentiva investimentos em soluções digitais para gestão fiscal e financeira mais eficiente.
Desenvolvimento Regional
Fim da guerra fiscal promove distribuição mais equilibrada de investimentos entre diferentes regiões do país .
Geração de Empregos
Ambiente de negócios mais previsível estimula empreendedorismo e expansão de negócios existentes .
Sustentabilidade Econômica
Sistema tributário mais eficiente contribui para desenvolvimento econômico de longo prazo.
Conclusão
Apesar dos desafios iniciais de adaptação, a reforma tributária representa uma oportunidade histórica para modernizar o sistema fiscal brasileiro, impulsionar o empreendedorismo e promover desenvolvimento econômico equilibrado e sustentável. Empreendedores que se prepararem adequadamente não apenas sobreviverão à transição, mas emergirão fortalecidos no novo cenário econômico nacional.
*O texto é de livre pensamento do colunista*




