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Bares clássicos no Território do Bem: Capela, Nete e Alemão

Está no ar a série: “Bares no Território do Bem - do clássico ao contemporâneo”, uma parceria entre Calango Notícias e Merkato; serão quatro reportagens. / Foto: Thamyres Valadares.

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39


Tim-tim! Entre amigos, familiares, colegas de trabalho e por pura diversão. Já ouço o efeito sonoro da tampinha da garrafa sendo aberta ou do lacre da latinha. O Calango Notícias, em parceria com o jornal Merkato produz a série: “Bares no Território do Bem – do clássico ao contemporâneo”.

Na ocasião, quatro reportagens serão publicadas no @calangonoticias.com.br e @jornalmerkato.com.br, a fim de registrar narrativas de memórias no universo dos bares clássicos, históricos, contemporâneos e diversificados em alguns bairros do Território do Bem.

Estufa do Bar da Nete, em Bairro da Penha. Um bar clássico, merece um petisco clássico. / Foto: Thamyres Valadares.

Nessa primeira jornada de subir e descer ladeiras em busca de bares no Território, a equipe de reportagem: José Salucci (jornalista do Merkato), Gabrielly (articuladora do Calango Notícias) e Thamyres Valadares (fotógrafa do Calango Notícias) entrevistou, fotografou, papeou e deu ótimas risadas enquanto ouvia e conhecia as histórias e memórias de comerciantes de bares nos bairros de São Benedito e Bairro da Penha.

Nesse primeiro episódio da reportagem, os bares clássicos foram nosso objetivo de trabalho, são aqueles que passam de geração a geração, de pai pra filho ou filha; que tem aquela música tradicional do amor e da paixão; da roda de samba; com aquele petisco de roda de boteco; que reúne os moradores da própria comunidade sendo clientes de carteirinha; que chova pau ou chova pedra, a porta do bar estará sempre aberta para receber as ovelhas perdidas ou achadas cheias de angústias, com o nó na garganta por causa do patrão. E, também, a identidade do bar ou boteco clássico, conta com a presença de gerações de famílias como frequentadoras desse bar, além de terem a simples alegria de frequentar uma tradição, onde eles podem contar como foi o dia, resenhar com o dono do bar e com a galera assistindo o famoso futebol.

Marcio Pinheiro Capela, 44, fundador do Bar do Capela. Além de ser conselheiro do amor para os clientes, isso é marca registrada em bares clássicos. / Foto: Thamyres Valadares.

Nessa resenha, o Bar do Capela, um camarada alto-astral, foi o nosso primeiro contato. No cair do pôr do sol fomos em busca de um comerciante de bar raiz, aquele dono que dá conselho amoroso pro cliente, que ouve os lamentos da vida dos frequentadores de seu bar, que até fecha a Rua Professor Hermínio Blackman em data do seu aniversário, para garantir o churrasco pra comunidade, um dos motivos de tradição que marca o Bar do Capela. Anota aí na agenda: 7 de novembro a reportagem volta pra praticar a pauta!

Marcio Pinheiro Capela, 44, fundador do Bar do Capela, há 11 anos abre as portas para os corações sedentos de comunicação e sedentos pra tomarem aquele negocinho que faz bem pra goela e pra alma.

Morando há mais de 20 anos no Bairro da Penha, Capela conta o legado que recebeu de seu pai no ramo do atendimento ao público. “Sou comerciante, isso vem de meu pai, de avô, desde adolescente. Faz onze anos que eu tenho esse bar. Já tive outro bar, na mesma rua… era o Bar do Jair, aí fechou… passou de pai pra filho… Meu pai faleceu, o Jair era meu pai, eu assumi pra ele… e agora eu tô só aqui, montei um pra mim”, contou a história.

No bate-papo da entrevista, perguntamos ao Capela como é ter o sentimento de seu pai ter deixado o legado pra ele em ser dono de bar, o patrono respondeu: “Aqui é de geração em geração do bairro, então aqui é o meu lugar, não tem jeito de sair daqui não. Me sinto emocionado em atender os amigos e amigas, daqui é de onde eu vim, eu sempre vou ser”, respondeu.

Enquanto rolava a entrevista, na TV passava o clip do cantor Pablo, com a música “Porque Homem Não Chora”. E em bares e botecos clássicos, a música é fundamental pra criar aquele clima. E, quando a atmosfera do bar é boa, a  clientela vem de longe, como acontece no Bar do Capela: clientes da Serra, Cariacica, Centro de Vitória e entorno ao Território,  frequentam esse bar clássico. Os interessados em visitar o Bar do Capela podem chegar cedo, porque sempre às 11 horas as portas se abrem. Durante a semana, a tradição fica aberto até às 22 horas; em dias de futebol, vai até meia noite. E, nos fins de semana, ele disse que dá uma puxadinha, indo até 1 hora da manhã.

Prazer em conhecê-lo, Capela. Voltarei para fazer uma reportagem mais prática… rsrs. Se fizer reportagem, não beba! / Foto: Thamyres Valadares.

Bar da Nete

Continuando a tradição clássica de boteco, passando de geração a geração, o Bar da Nete também vem de um legado. Seu pai, dono e fundador do bar, veio a falecer. Então, a filha arrendou o comércio. Antes de assumir a responsabilidade de ficar por de trás do balcão e à frente do bar, ela trabalhava na creche e, também, já teve uma barraquinha na rua. Agora, se diz feliz, muito feliz. Recebeu a reportagem com um sorriso pra lá de especial e contou um pouco de suas memórias e afetividade com o bar.

O sorriso de quem sabe amar a beleza do trabalho e cuidar do bar de forma clássica. / Foto: Thamyres Valadares.

“Gosto demais de mexer com o público, me sinto alegre e satisfeita. Se eu não tiver aqui, eles reclamam. Hoje, o bar é meu mesmo, não adiante passar o bar pra outra pessoa – amo demais!”, expressou.

E nessa emoção de quem se encontrou em uma nova profissão há muitos anos, sabe muito bem qual é a principal característica do seu estabelecimento. “Aqui é só alegria”, disse Nete, com risos.

Entre curiosidades e características que há no bar da Nete, que fica ao lado do Bar do Capela, no Bairro da Penha, a dona de 63 anos disse que “fecho tarde mesmo… se tiver movimento, fica direto, de segunda a segunda. Se eu ficar em casa, sinto falta disso. Esse bar virou minha casa”, completou.

Entre as imagens características de bar clássico que há no estabelecimento da Nete, tem espaço para uma memória familiar. Há um quadro com uma foto dos pais da Nete no fundo do bar, fixado em uma porta, entre os engradados de cerveja.

Em um bar clássico, memórias afetivas são sempre concretas nas paredes do coração. / Foto: Thamyres Valadares.

Nesse fundo estavam clientes assistindo a TV, coisa de bar clássico mesmo, tava rolando o noticiário, e uma turma de três a quatro pessoas de olho na telinha acompanhado por uma cerveja. E, é assim que nascem as amizades e conversas nos bares clássicos, tanto que os clientes amam o clima do Bar da Nete, além do gostoso petisco tradicional que ela serve.

“É muito bom frequentar o bar da Nete, a gente sempre vem aqui, família, amigos. É muito bom… Alegria… O tira gosto é muito bom também e o atendimento”, disse Bruno Oliveira, 30, pai da Beatriz, morador no Bairro da Penha.

Bruno, sua filha Beatriz, Nete e eu, conversando sobre as famílias que frequentam o bar e fazem do ambiente uma tradição de alegria. / Foto: Thamyres Valadares.

Bar do Alemão

E a reportagem seguiu o caminho. E como disse o poeta: “No meio do caminho tinha uma pedra…”, mas aqui, no meio do caminho tinha um bar, tinha um bar no meio do caminho. Na verdade, tinham vários, e fomos tirando fotos e conversando com os comerciantes. Paramos no Bar Protásio, mais conhecido como Boteco do Manuel, um senhor de 96 anos de idade, natural de Alegre. O boteco fica no ponto final do Bairro da Penha. No fim do caminho, sempre há uma esperança! (piada da reportagem).

Depois de umas fotos e um papo, seguimos o caminho, até subirmos as ladeiras íngremes da comunidade e uma escadaria que é capaz de deixar as pernas torneadas.

Subimos e chegamos no morro de São Benedito, demos de cara com o Bar do Alemão, na Rua Tenente Setubal. Nossa articuladora Gabrielly já tinha deixado tudo marcado, chegamos a mais um destino de um bar clássico, aquele que tem de tudo, recebe todos, reúne família, tem música ao vivo e algo mais. Entre os três bares que escolhemos para especificar na reportagem, uma coisa em comum há entre eles: alegria, alegria e alegria.

O homi aí gosta de trabaiá! Da Bahia pra São Benedito, de padeiro a dono de bar. Um trabalhador clássico! / Foto: Thamyres Valadares.

Com um sorriso de baiano estampado na cara, o natural de Itamaraju, mas residente em São Benedito desde 1999, Alemão nos cedeu uma entrevista regada a risadas. A família estava junto, tinha até ex-cunhado, que é considerado irmão.

Em uma estética de bar que contempla diversos visuais, alimentação, TV para o público, som (música), bíblia aberta no livro do profeta Ezequiel sendo fixada em um freezer por um durex, grades e mais grades de cerveja empilhadas e aquele aconchego de bar, Alemão, que já foi padeiro por mais de 20 anos, decidiu trocar a massa pelo bar.

“Mudei de comércio e resolvi abrir um bar por causa da mão de obra. Mão de obra tá difícil, ninguém quer trabalhar (risadas). Eu prefiro o bar por causa disso, na padaria eu não achava mão de obra e, aqui, no bar, eu faço tudo sozinho”, contou sorrindo.

Há 15 anos no bar, o Alemão aproveitou sua expertise de fazer massa pra oferecer ao público salgados diversos e pizza, além de ter aquela cerveja gelada, porção, e, para o entretenimento, um forró, que sempre rola ao vivo, é marca do bar. Anota aí na agenda: 22 de setembro tem aniversário do Alemão, e no mesmo mês também se comemora o níver do bar, com direito a forró ao vivo.

Com um astral ligado no 220, mesmo com as intempéries da vida, e às vezes com os desafios de se manter no lado do bem, Alemão fala sobre o que significa o trabalho pra ele, sem precisar de seguir caminhos que não são legais. “Pra crescer, tem que crescer com que é meu, e não com o que é dos outros”, disse firme.

Bar do Alemão é família clássica, até ex-cunhado fica no canto do bar no aconchego. / Foto: Thamyres Valadares.

Com esse perfil de trabalhador e bar clássico, a mãe dele, que estava sentada em uma poltrona na calçada do bar, disse do orgulho que sente do filho. “Muito feliz, graças a Deus, dele ser trabalhador”, disse a mãe, que mora em Vila União, perto de Itamaraju/BA.

E nesse ambiente familiar, também estava a irmã de Alemão, Alaídes Pereira da Costa, que é auxiliar de serviços gerais. “Meu irmão é guerreiro. Foi ele que me trouxe pra cá. Foi trazendo de um em um. Meus filhos foram criados, educados e formados aqui em Vitória. Eu não tenho que reclamar, só tenho que agradecer”, pontuou.

E no meio de tanta familiaridade, cabe até ex-cunhado, que não ficou com a irmã, mas se apegou ao irmão. A amizade entre Alemão e Marcos Alves, 48, que é chefe de cozinha, é daqueles laços que a vida não explica, apenas uni.

“Eu amo esse cidadão de coração, amo no fundo da minha alma, sendo ex-cunhado pra mim, ele é minha família”, expressou Marcos Alves.

E ainda completou. “Ele é uma pessoa que eu vi desde quando ele era jovem, eu vi o que ele fez pra crescer, o que ele sofreu também, as dificuldades que ele passou. E, hoje, eu fico feliz de ver ele da forma que está, como um empresário que investe. Nunca pra ele tem tempo ruim. Esse cara é lutador, é de respeito. Estendo o tapete pra ele passar”, concluiu o cunhado apaixonado.

Fecha a conta

E no clima dessa matéria, nos despedimos do Alemão e descemos as ladeiras da comunidade. Por ética ao trabalho, a reportagem não consumiu bebida alcoólica durante as entrevistas, mas já liberados do trampo, o jornalista que vos escreve, junto com a fotógrafa, fizeram pit stop em Itararé, no Alines Bar, conhecido como Bar do Vascaíno. Outro que carrega imagens clássicas, cheio de quadros de futebol do time do Vasco de diversas gerações, também havia dois lindos quadros do épico time do Cruzeiro, campeão da Copa do Brasil e Supercopa Libertadores, ambas no início da década de 1990. A equipe de reportagem também fez um registro do Bar Encontro dos Amigos, na Rua Daniel Abreu Machado, bairro Itararé.

À esquerda na foto, o Bar Encontro dos Amigos, em Itararé. No centro da foto, o Bar do Vascaíno, que também fica no mesmo bairro. E ao lado direito na foto, o charme clássico do Boteco do seu Manuel, em Bairro da Penha. / Foto: Thamyres Valadares.

Os bares clássicos tendem a ter quadros moldurados na parede contando histórias e registros de memórias do esporte, cultura, cinema, artes, música e personalidades.

Assim, concluímos nossa primeira caminhada. “No meio do caminho havia um bar, havia um bar no meio do caminho”. Tem mais três caminhadas para serem feitas. Tim-tim! Um brinde ao Calango Notícias e Merkato!

A pedido de minha mãe, que sempre me apoiou no jornalismo, mas não ao fato de ir para botecos, ela mesmo escolheu essa foto. / Foto: Thamyres Valadares.


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