Ele é apaixonado pelo samba. No seu coração cabe o amor pelo Flamengo e pela escola de samba “Mocidade Independente de Padre Miguel” (RJ). É ‘moleque atrevido’! Curioso. De opinião. E um artista não só batalhador, mas cheio de talentos. Carrega em seu nome uma expressão de força: Léo, que significa “valente como um leão”; “forte como um leão” e, no sobrenome ‘Vieira’, há uma lenda curiosa – “concha que produz pérolas”. Isso já diz tudo o porquê dele ser cantor, compositor, letrista, produtor musical, instrumentista e professor de música. Natural de Vitória (ES), porém criado no município de Serra, esse engenhoso artista de mãe capixaba, memória a dona Iracema; e de pai carioca, seu Leonirson Vieira; desde criança viveu a ‘ponte’ Rio/Vitória; aí só podia dar som, sol, praia e samba.
Confira a entrevista com Léo Vieira, 40, morador de Valparaíso; artista capixaba que já lançou um EP “Meu samba, minha herança” e diversos singles nas principais plataformas digitais, com o mais recente lançamento “Jogo Sujo”. O sambista nos contou como começou sua vida na música, no samba, sua carreira solo e muito mais curiosidades, entre algumas opiniões.
1 – Léo, fala um pouquinho pra gente sobre a musicalidade na sua vida.
Eu ingressei na música desde pequenininho levado por minha mãe nos ensaios das escolas de samba de Vitória (ES). Ela também me levava pras rodas de samba. Ali, eu ficava observando os caras tocarem. Quando dava o intervalo dos músicos, eu corria lá pra pegar um instrumento. Um dia, eu comecei a participar junto com eles, claro, fui calçado por alguém profissionalmente, e tocava junto com eles e fui praticando. Aperfeiçoando. Eu tocava o pandeiro nessa época, meu primeiro instrumento, presente dado por minha mãe. Comecei a ficar curioso com os instrumentos de percussão. Mais tarde, eu viria a descobrir o cavaquinho, que foi minha paixão. E em relação a outros estilos musicais, eu ouvia muito funk; O Rappa, disco dado pelo meu pai; o Djavan. Mas o samba é minha paixão. Sempre respirei samba. Tudo que eu vou tocar eu coloco uma pitada de samba.
2 – E o início da sua carreira de músico, como foi?
Comecei a estudar o cavaco na adolescência como autodidata. Nessa época eu frequentava o lugar que havia reunião de samba. Tinha a galera do “Tarados em Samba”, meados dos anos 1997 e 1998, em El Dourado, na Serra. Eu também toquei surdo e cavaco no grupo “Tindolê”. Cheguei a tocar na banda “Pizindim” – tocava pagode baiano, a gente viajou pra Salvador, São Paulo, Rio de Janeiro, Mato Grosso do Sul, enfim, rodávamos bastante trabalhando. E também toquei com uma galera boa aí dos grupos de samba. Já toquei com o “Samba Sim”, o “Grupo Opção”, o ‘Explosão do Pagode”. Também já tive um grupo chamado “Pura Emoção”, foi quando eu comecei a inserir as minhas composições no samba, inclusive, foi nesse grupo aí.
3 – Seu crescimento musical foi acontecendo nesse tempo. Mas quando foi o momento em que você parou para refletir sobre a sua carreira solo?
Em 2006 pra 2007, outra viagem para o Rio de Janeiro, um pouco mais experiente, eu fui à casa do Ronaldinho, ex-integrante do “Fundo de Quintal”. Me assustei e vi que eu tava na casa do cara, do lado do cara. A gente fez resenha lá no Rio e também toquei com ele aqui em Vitória. E ali eu disse pra mim mesmo: Eu tô tocando com um dos meus ídolos. Percebi que eu tava tendo acesso às pessoas que ouvi na minha infância. Outro fato foi com o cantor Leandro Lehart, ex-vocalista do “Art Popular”. Fui tocar com ele na rádio Litoral. Ele até me elogiou. Me vendo tocar ele me perguntou: Você estuda? Eu o respondi: Sim, eu estudo. A partir daí eu comecei a olhar pra dentro de mim, me olhar de outra forma. Eu preciso me vender. Preciso ter minha música de trabalho. Então, decidi lançar minha carreira solo no final de 2007.
4 – Agora, vamos falar de outros talentos. O seu lado compositor, arranjador, letrista e produtor musical. Quais são os trabalhos que você destaca?
Aqui no Espírito Santo eu tenho vários parceiros. Um deles é o cantor e compositor Marcelo Rosário, uma referência pra mim. Produzi alguns trabalhos dele. Também temos composições juntos: a música “Maré de amor”. Ele lançou esse sigle e eu canto com ele. Também tem a música “Sonhei com ela”, lançada em dezembro de 2021. É composição dele, eu sou o arranjador e fiz a parte de produção musical.
Outro parceiro é o Bruno Velasco. Temos composições como “Sem regras’, que gravei com a cantora Idalina, da banda Blacksete”. Compus também com o Bruno Velasco a música “Jogo Sujo”, essa eu lancei como silge. Todas essas músicas citadas estão nas principais plataformas digitais.
Há também trabalhos que fiz fora daqui. Lá no Rio, tenho um trabalho com um compositor: o Chocolate. Já fiz produção pra ele. E tem uma música minha, gravada por um grupo de Curitiba que se chama “Pura Ousadia”. Eles gravaram a música “Sem você não tenho paz”, dessa aí eu fiz a composição, a produção e o arranjo.
5 – Em janeiro desse ano você fez um show no Festival Sabores da Serra, como foi voltar aos palcos depois de tanto tempo parado por causa da pandemia?
O sentimento de voltar ao palco é sensação de alívio. Porque na pandemia, a nossa classe ela foi uma das mais prejudicadas. Tem coisa nessa pandemia que eu discordo. A pandemia não tá sendo tratada com seriedade, o político tá usando a pandemia pra fazer politicagem.