Pelos beijos que nunca dei, eu peço a Deus que me perdoe!
Pelo medo adolescente de encarar a vida e de dizer que te amava…
Pelos abraços nunca dados, desejados e escondidos sob o meu desejo!
Perdoe-me Deus, porque talvez você exista!
Quem não existe sou eu!
Eu já fui embora desse mundo, porque nas tolices dessa vida,
Eu me esqueci, ou não me permiti fazer coisas simples, achando que era pecado.
Não percebi que o meu maior pecado seria conviver com os beijos nunca dados, com abraços nunca dados, que deixaram meus braços até hoje estendidos, que deixaram minha boca até hoje desejosa de senti-los!
Não achei que seria tão difícil conviver com as coisas que eu nunca fiz!
Perdoe-me Deus as minhas mãos, por não terem feito o carinho que eu quis fazer…
Não era pecado… Mas eu não sabia.
Perdoe-me Deus, mas não desejo outra vida!
Portanto não precisa a mim prometê-la.
Essa única vida já tem me bastado muito!
Não percebi que pecado mesmo, foi me fechar no meu mundinho,
Guardar lágrimas, esconder gestos, evitar sorrisos e
Enfiar-me debaixo do meu tapete!
Se pecados houve, Senhor lança-me à fogueira!
Mas eu só consigo me lembrar daqueles pecados que eu não cometi!
Jefferson Tiradentes – É escritor e poeta.