O que é ser Mestre de Capoeira?

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Coluna Letrados
Por: Eleandro da Silva – Professor de Educação Física/Contramestre de Capoeira

Essa pergunta não é fácil, pois ainda não sou mestre, mas na condição de Contramestre, em um grupo de capoeira que realiza um trabalho eficaz há 53 anos, estou sendo preparado para chegar nessa importante função social, educacional e cultural. Assim, tenho algumas percepções e entendimentos que permitem não chegar a uma resposta exata, mas trazer reflexões para o “jogo”.

Na última semana, o Festival de Capoeira Beribazu ES celebrou homenagem aos 45 anos de capoeira ao Mestre Fábio Luiz Loureiro, principal mentor do Beribazu no ES, e congratulou na formatura do então Contramestre Fábio Conceição de Paula, agora Mestre Mongola.

Nesse cenário, quero dizer que, a rigor, ser mestre é cuidar que o aluno aprenda. É uma relação direta de ensino-aprendizagem dos fundamentos históricos, técnicos, ritualísticos, musicais, instrumentais, etc.

Inicialmente, ressalto, que a mestria não se inicia quando se forma a mestre, ou seja, com o recebimento da graduação. Como se tudo fosse mudar ou transformar a partir desse período. Acredito que podemos destacar dois pontos importantes e relevantes na trajetória do mestre: o cultural e o social.

A análise cultural, trata- se da participação das aulas, dos eventos, dos cursos das formações, da escuta, das pesquisas, das leituras, do diálogo, da visita a outros grupos. Tudo que envolve a formação prática/cultural, no contato direto com a manifestação. Ou seja, como diz o ditado popular, é “correr roda”.

A parte social, é compreender que a capoeira não está desconectada da sociedade, ou seja, ela é um fruto social e político. E quando falo político, refiro-me da conduta e dos modos de viver em sociedade. Por exemplo, os investimentos culturais, as condutas e posturas éticas, a luta contra as injustiças e por um mundo em equidade. Esses exemplos são políticos, e tentar separá-los, é reduzir a capacidade do ser humano de entender o contexto do qual está inserido.

Dessa forma, ser mestre, é assumir a condição que extrapola a própria prática da capoeira, é contribuir para uma sociedade igualitária. Um verdadeiro trabalho de formiguinha.

Por fim, é um trabalho árduo, em que o reconhecimento não é uma vontade pessoal e individual, mas um reconhecimento social e coletivo!

*O texto é de livre pensamento do colunista*


Eleandro da Silva – *Residente em Cariacica- ES *Contramestre de Capoeira/Grupo Beribazu *Bacherel em Educação Física/UFES.
*Licenciado em Educação Física/Faculdade Mário Schenberg *Especialista em Educação Física Escolar/ Instituto Superior de Educação de Afonso Cláudio. / Foto: Welley Pereira Rodrigues – WPR Produções e Eventos.

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