Terceiro Setor: não basta abrir uma associação sem propósito!!!!

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Coluna Terceira Voz
Por: Bernardo Augusto – Advogado

O Terceiro Setor, composto por fundações, associações, institutos e outras entidades sem fins lucrativos da Organização da Sociedade Civil (OSC), tem desempenhado, no Brasil, desde a década de 1980, um papel fundamental na promoção da inclusão social, econômica e educacional na vida de diversos grupos sociais. Atuando como um importante catalisador de mudanças e desenvolvimento social, neste artigo exponho a relevância de se abrir uma associação com utilidade e propósito.

Falar em associação é entender que sua essência é moldada na organização e união das pessoas, seja em comunidade, região ou segmentos, de modo a trabalharem juntos por objetivos que todos entendem serem importantes. O Código Civil Brasileiro define que: “Constituem-se as associações pela união de pessoas que se organizem para fins não econômicos”.

É preciso entender que o processo do associativismo se pauta em ações como: ligar, juntar, unir. Ou seja, se os associados não estiverem unidos em ideais, planejamentos, metas e objetivos, então não se tem uma associação!!! Basta verificar as Organizações da Sociedade Civil (OSC), as que foram criadas para fins, tão somente, de captar recursos e deixar que sua diretoria “resolva tudo”, sem que os associados, de maneira conjunta, estejam no mesmo propósito, ela está fadada a sua extinção.

É comum escutarmos em algumas associações que só o presidente faz tudo. Às vezes, é porque ele próprio prefere fazer tudo sozinho, falta grave no elo do Terceiro Setor. Por mais que ele não goste de dividir as tarefas, por ser muito centralizador, ou até mesmo pelos outros diretores o deixarem sobrecarregado, esse cenário não corresponde a causa primária de uma associação.

Lembro-me da fala de uma amiga com experiência na gestão de associações onde enfatiza que contar com uma pessoa ou duas para cuidar de tudo não dá certo. Por isso é importante deixar claro que, o mais importante, é todos os associados trabalharem juntos e com o mesmo propósito, pois assim mais ideias e mais experiências estarão presentes. O melhor dirigente de associação não é aquele que exerce poder solitário ou centralizador, mas àquele que mobiliza pessoas para praticarem políticas de trabalho eficazes ao grupo, se valendo um verdadeiro gestor.

Sob outro enfoque, não estamos buscando afirmar que toda a comunidade para que se desenvolva economicamente e socialmente precise, necessariamente ter uma associação. Basta verificar a quantidade de associações que estão “neutras”, inativas perante a sociedade ou segmento que representa. Analogicamente falando, considero uma associação como uma ferramenta de trabalho, ou seja, o que adianta ter se não é usada, ficando sem serventia???

Nessa linha de raciocínio, José Strabeli em sua obra “Associação é para fazer juntos” publicada pelo Instituto Internacional de Educação do Brasil (IEB) assim menciona:

“(…) uma ferramenta é uma coisa que a gente usa para fazer uma determinada coisa, tem uma utilidade. Não se compra um machado, um martelo sem saber o que vai ser feito com ele, sem ter certeza que será útil para a gente.

(…) um machado é uma ferramenta muito útil para vocês, mas para mim não é, porque na cidade eu não tenho madeira para cortar, nem lenha para rachar, mesmo porque ninguém tem fogão a lenha lá. Então, eu nunca comprei e nem compraria um machado.

Com isso, você quer dizer que uma associação pode ser importante para uma comunidade, mas não ser para outra?

Isso mesmo, Luíza.”

O importante é termos a compreensão que vários são os caminhos para trazer melhorias a sua comunidade e/ou ao segmento que representa, valendo-se a associação como uma ferramenta de trabalho poderosa para articulação com o Poder Público, tendo legitimidade em negociações com órgãos de governo (1º Setor) e com o mercado (2º Setor), buscar financiamento de projetos e convênios, dentre outras. Se esses exemplos são os almejados, a associação é extremamente útil.

Por fim, é essencial compreender o funcionamento dos mecanismos de uma associação, para que se saiba como ser interlocutor em pedidos de apoio e incentivos fiscais, para que o 3º Setor (associação) possa atuar de forma mais eficiente e contribuir ainda mais para o desenvolvimento local.

*O texto é de livre pensamento do colunista*


Bernardo Augusto – *Reside em Linhares-ES *Advogado e professor.  

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