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Coluna Letrados/Conselho
Por: Magda Simone / professora de Língua Portuguesa
Essa frase não é minha. Trata-se de um verso de um poema da grande Cecília Meireles, que tomei emprestado para trazer a reflexão sobre como precisamos de ser resilientes e nos reinventar a cada dia.
Em um mundo onde a rotina é interrompida por novidades diárias, a resiliência se tornou uma habilidade essencial. Todos os dias, somos confrontados com mudanças repentinas, muitas vezes inesperadas, que nos forçam a repensar nossos passos e recalibrar nossas direções. Rever concepções, ideias, conceitos em que sempre acreditamos, tornou-se nossa nova rotina.
A vida moderna é cheia de ilusões, promessas e expectativas, muitas das quais se desmancham com o tempo. No entanto, precisamos constantemente nos equilibrar em meio ao caos e encontrar novas formas de seguir em frente. Para isso, é importante refletir sobre alguns pontos: como encarar com leveza questões que nos oprimem, que gostaríamos de evitar, mas que estão batendo à nossa porta e precisam ser resolvidas? Como sofrer menos por questões que não estão sob nosso controle?
Fazer constantemente a nós mesmos perguntas que nos movimentem, que nos insiram em um processo de busca por respostas, por reflexões, vivendo sentimentos e sensações nem sempre positivos, mas sempre motivadores de novos pensamentos, isso é se reinventar. A grande certeza da vida é a incerteza. A resiliência, portanto, seria essa capacidade de transformação e adaptação, que nos mantém no movimento, mesmo quando tudo parece transitório ou incerto.
É nesse processo de reinvenção que descobrimos novas formas de lidar com o inesperado. A resiliência não é apenas uma habilidade para superar obstáculos, mas uma atitude diante da vida. Ela nos ensina que o desconforto e a incerteza fazem parte da jornada, e que só aceitando essas condições podemos avançar. No fundo, o que nos mantém firmes não é a ilusão de estabilidade, mas a capacidade de nos moldarmos, de nos levantarmos após cada queda, de continuarmos seguindo em frente, mesmo que o cenário ao redor pareça se dissolver.
Assim, reafirmamos nossa força interior. Cada passo, por mais hesitante que pareça, é uma prova de que estamos em movimento, que estamos vivos. Como no poema de Cecília Meireles, a vida é uma sequência de momentos que exigem de nós a habilidade de nos adaptar, de nos desprender das ilusões e de abraçar o presente. Reinventar-se, afinal, é mais do que uma escolha: é a própria essência de viver.
*O texto é de livre pensamento da colunista*
*Você também pode ler: “Vamos falar de leitura?”
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