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Coluna Letrados
Por Sueli Valiato – professora de Língua Portuguesa e Literatura.
Caro (a) leitor(a), há trinta anos iniciei minha trajetória na educação, nesse tempo venho aprendendo muito mais que ensinando. E todos os dias sou surpreendida, e, na maioria das vezes, com coisas que me alegram a alma. Que me fazem sentir a sensação descrita por Fernando Pessoa, no poema ‘O guardador de rebanhos’: “E o que vejo a cada momento é aquilo que nunca antes eu tinha visto, e eu sei dar por isso muito bem… Sei ter o pasmo essencial que tem uma criança se, ao nascer, reparasse que nascera deveras… Sinto-me nascido a cada momento para a eterna novidade do mundo…”
Por isso, no processo de construção do conhecimento com os estudantes invisto em atividades que possibilitam a prática da leitura, do pensar, do imaginar, do escrever e do dizer, do questionar, articulando diferentes ações para que todos aprendam. Porque é muito gratificante, certificar cotidianamente que todos os estudantes aprendem cada um a sua maneira e a sua medida. E, porque cada progresso é combustível que alimenta a minha fé na capacidade emancipatória do conhecimento e na ação libertadora da educação.
É comum, estudantes compartilhar comigo produções de gêneros textuais produzidas na estadia (momentos que ficam em casa). Ontem, Ingrid, estudante do 8º ano, do Centro Familiar de Formação em Alternância – CEFFA de Japira, me abordou no corredor do refeitório, quando íamos para o lanche, dizendo:
– Professora Sueli! Quero te mostrar um poema que eu fiz!
E Abrindo um pequeno caderno, em que além desse poema havia outras produções, iniciou a leitura. À medida que ela ia lendo, os olhos dela brilhavam! E meu ser foi tomado daquele pasmo essencial, acima descrito, nos versos de Fernando Pessoa, pois o que ela lia era muito mais que versos… Era a sua arte, a sua vida, seus sonhos, suas aflições, suas incertezas e esperanças… Ela lia com cadência, melodia, entonação, fazendo balé com as palavras que dançaram à noite em sua imaginação.
– Que lindo, minha poetisa! Vamos publicar?!
– Sério, professora!?
-Sério Ingrid! Porque você já perdeu o medo das palavras. Já é capaz de duelar com elas e as deixar presas num gênero textual, que a partir de agora ganhará asas na página de um jornal.
E para encerrar compartilhando contigo, Caro(a) leitor(a), esse poema de Ingrid Santos Cardoso:
Felicidade e suas estações
Como tentar ser feliz|?
Talvez se resuma em sorrir
Ou até mesmo em sumir
Mas em alguns casos…
Só mesmo em dormir.
Um sentimento confuso
Sem explicação
Que apenas se encaixa no coração
E faz a mente ir a um milhão.
Torna-se amor
Na companhia de quem faz a vida ganhar cor
Pode se tornar difícil
Ou até mesmo impossível
Mas tudo pode ser resolvido
Na companhia de um amigo.
Se ser diferente é crime
Apenas me prenda
Transforme-me em prisioneira
Mas não tire meu dilema!
*O texto é de livre pensamento da colunista*
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