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Coluna Letrados/Educação Política
Por: Sueli Valiato – professora de Língua Portuguesa e Literatura
Sim! Mas será que a Educação Brasileira está promovendo a capacitação necessária para que o cidadão compreenda as interfaces dos debates políticos no Brasil e no mundo? Será que nós, brasileiros, estamos capacitados para desfrutar dos direitos civis, políticos e sociais, participar da vida pública, emitir opiniões e influenciar nas tomadas de decisões públicas?
Para começar nossa prosa, menciono um pensamento de uma filósofa americana, Hannah Arendt: “A cidadania não deve se limitar ao gozo de direitos civis, políticos e sociais, devendo se estender também à capacitação do cidadão para participar de forma efetiva dos espaços públicos”. E isso soma-se, ao que está exposto no artigo 205 da Constituição Federal de 1988: “O objetivo é que a educação seja promovida e incentivada para que a pessoa se desenvolva plenamente, se prepare para ser cidadã e se qualifique para o trabalho”. Isto é, a educação no Brasil tem como premissa preparar o cidadão para o pleno exercício de sua cidadania.
Nem dava para ser de outro modo, já que somos uma nação gerida e regida por um sistema democrático, em que o cidadão encontra espaço para o exercício pleno da cidadania, podendo desfrutar dos direitos civis, políticos e sociais, participar da vida pública, emitir opiniões, influenciar e intervir nas tomadas de decisão públicas, garantido em leis.
Entretanto, o que se observa é que a formação política vem se apequenando em nossa sociedade. Um exemplo do que falo é a diminuição e até supressão da carga horária obrigatória de alguns componentes curriculares responsáveis por aprofundar os temas relacionados à educação política, como História, Filosofia e Sociologia.
Nesse sentido, a educação no Brasil precisa garantir em seu currículo conteúdos que fomentem a educação política, mas para além disso, a escola precisa de ser um espaço gerido e regido por um sistema pedagógico democrático, em que os estudantes se capacitem e exercitem a cidadania em todo espaço/tempo escolar.
Corroborando essa tese, a filósofa espanhola, Adala Cortina, defende assim como eu, que a criança deve ser inserida na vida política na escola, já que a escola é um dos principais espaços de socialização de crianças, adolescentes e jovens, e consequentemente de suas respectivas famílias. Por ser assim, a escola se mostra como um espaço idealmente posicionado, para fomentar os conhecimentos e as vivências necessárias para uma formação voltada ao desenvolvimento da cidadania plena e, por conseguinte, de pessoas com maior atuação comunitária e maior confiança no sistema e nas instituições democráticas.
Penso que é crucial à solidificação da democracia, o desenvolvimento da politização e da conscientização, por isso fomentar e exercitar a educação política para a população, por meio do currículo escolar, propicia pensar na coletividade, exercitar a empatia, levando os educandos por meio de vivências cotidianas, a refletirem seu papel como cidadãos e no impacto de suas ações em seu coletivo escolar e por analogia na sociedade, empoderando-os enquanto pessoas, grupos, comunidades, nação.
É… Mas como disse Paulo Freire: “Seria ingênuo esperar, que a classe dominante desenvolvesse uma educação, que permita às classes dominadas perceberem as injustiças sociais de forma crítica”…
*O texto é de livre pensamento da colunista*
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