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Política/INSS
Por: José Salucci – Jornalista
Após o escândalo da “farra do INSS” — esquema que envolveu descontos indevidos nos benefícios de aposentados e pensionistas em todo o país — uma nova onda de golpes tem vitimado exatamente as mesmas pessoas já prejudicadas.
Criminosos estão se passando por servidores do INSS e prometem agilizar a devolução dos valores, mediante o pagamento de uma suposta “taxa de liberação”, geralmente via Pix. O golpe se torna ainda mais convincente ao utilizar dados pessoais das vítimas, obtidos possivelmente de forma ilegal. Eles têm usado de números de telefone com DDD de Brasília (61), o que dá aparência de legitimidade ao contato.
A advogada especialista em Direito Previdenciário, Caroline Bonacossa, alerta que em grupos de advogados que ela participa tem relatos dessa fraude e alerta:
“É um golpe em cima do outro. Esses criminosos se aproveitam da fragilidade e da esperança das vítimas em recuperar o que foi retirado indevidamente. O INSS jamais cobra qualquer valor para devolver ou corrigir benefícios ou realizar procedimentos administrativos. Qualquer pedido de pagamento é sinal claro de fraude”, afirma.
A advogada ainda reforça que, tem crescido o número de golpes envolvendo o nome do INSS, especialmente contra idosos e pessoas mais vulneráveis. Caroline exemplifica casos, em que criminosos estão se passando por servidores do Instituto, indo até a casa dos segurados para coletar suposta biometria, além de enviar boletos falsos ou cobrar taxas inexistentes para liberar benefícios. “É fundamental esclarecer que o INSS não realiza visitas domiciliares sem agendamento prévio e nunca cobra qualquer valor para liberar aposentadorias ou auxílios”, ratificou.

Diante desse cenário preocupante, os especialistas aconselham que a melhor forma de se proteger é usar apenas os canais oficiais, como o aplicativo Meu INSS, o site gov.br ou o telefone 135. Vale ressaltar que, nenhuma cobrança é feita por WhatsApp ou por mensagens fora desses meios. Também é importante que os filhos e familiares acompanhem de perto os pais e avós, orientando-os sobre como usar os aplicativos e identificar tentativas de golpe, para evitar prejuízos e garantir a segurança de quem mais precisa.
Entenda o caso
A “farra do INSS”, investigada pela Polícia Federal, envolveu a associação automática e sem consentimento de beneficiários a entidades sindicais e associações fantasmas. Em apenas um dia, houve registros de um mesmo aposentado ser incluído em várias entidades simultaneamente. Estima-se que mais de R$ 6 bilhões tenham sido desviados em todo o país. O escândalo levou, inclusive, à saída do então ministro da Previdência, Carlos Lupi.
O modo de operação envolvia a inserção de descontos mensais nos benefícios, geralmente de valores baixos para não chamar atenção imediata (entre R$ 30 e R$ 50), mas que, multiplicados pelos milhões de vítimas, geravam lucros astronômicos. As entidades participantes obtinham acesso ao sistema através de convênios legítimos com o INSS, mas abusavam dessa autorização para incluir beneficiários sem qualquer consentimento. Fizeram um levantamento mostrando que, entre os descontos feitos a idosos e fragilizados, pensionistas e aposentados, apenas 2% foram autorizados.
Diante desse quadro, num dos maiores esquemas de fraude contra a seguridade social da história do Brasil, o Especialista em Políticas Públicas, Samuel J. Messias, critica. “A resistência do governo federal quanto a instalação de uma CPMI pelo congresso possibilita o surgimento desses abutres, que sem nenhuma piedade tentam extorquir àqueles que trabalharam toda uma vida na construção do nosso país”.
Sobre a CPI, a advogada Caroline Bonacossa também se manifestou. “Como alguém que vive a realidade do INSS, acho que qualquer suspeita de fraude precisa ser investigada com seriedade. A CPI é um instrumento legítimo pra isso. Me preocupa ver setores do governo e da base aliada tentando evitar a apuração. Se não há o que esconder, por que o receio de investigar? Defender a Previdência é dever de todos, independentemente de ideologia”, opinou.
Como se proteger do golpe do PIX do INSS:
- Desconfie de abordagens com tom de urgência ou pressão para tomar decisões rápidas;
- Nunca forneça dados pessoais ou bancários por telefone, WhatsApp ou redes sociais;
- Consulte sempre os canais oficiais do INSS: telefone 135 ou site meu.inss.gov.br.
Colabore com essa informação! Pix: 47.964.551/0001-39.