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26 de dezembro de 2024

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6º Encontro de Capoeira AAZIZ

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.


Cultura / Capoeira

O 6° Encontro de Capoeira do Grupo AAZIZ deu início na noite de ontem (01), no núcleo de Novo Horizonte-Serra, nas dependências de um projeto social.

O evento tem como propósito, durante dois dias, realizar a Graduação, Troca de Graduação e Formatura dos componentes do Grupo AAZIZ. Neste 02 de março, as atividades das formaturas continuarão no Parque Botânico da Vale, em Vitória, das 8h às 11h30.

Nem mesmo a chuva forte, de ontem, desanimou a roda de capoeira e as entregas dos certificados. Na ocasião, os instrutores Índio e Paulo ingressaram na categoria de formandos. Entre outras nomenclaturas que há no AAZIZ, como os estagiários, graduandos e adaptados, uma lista de 20 capoeiristas receberam honra.

Protagonista no evento e no Grupo AAZIZ, Walace Viana, conhecido como Me. Coringa, 44, fala da relevância dessa formatura. “Isso tem um impacto tanto social, quanto cultural na capoeira. São vários grupos envolvidos no processo como a comunidade, as famílias e o envolvimento de projetos sociais, como a participação do projeto “Lar Semente do Amor”, disse o Me. Coringa, que têm 25 anos de capoeira.

Mestre Coringa têm 25 anos de capoeira. / Foto: Divulgação.

Outro mestre do grupo, Antônio Chaves, conhecido como Me. Abençoado, fala dessa junção de projeto social com a capoeira, o que isso pode fortalecer os laços família e comunidade. “Nesse contexto de trabalhar com crianças, adolescentes e jovens a gente trabalha com a base familiar, a gente traz a base do conhecimento através da capoeira, da cultura, do esporte, da história do negro, da história do Brasil… A gente trabalha a música, o cognitivo. Eu acredito que é uma troca de experiência, estamos sempre na questão do aprendizado.”, explicou o Me. Abençoado, que foi aluno do Me. Beiçola na década de 1980.

Formandos

Entre os formandos da noite, o grau mais elevado fica para os instrutores. Um deles é o Paulo Ricardo, que durante cinco anos se esforçou na prática capoeirística para chegar ao nível atual. Ele conta que conheceu a capoeira por meio de um projeto social, onde foi matriculado por sua mãe, e falou do que o Grupo AAZIZ já contribuiu para a formação dele. “Contribuiu não só na formação de instrutor, mas na contribuição de vida. Na formação de um cidadão, de um pai de família, de uma pessoa melhor. O grupo AAZIZ contribuiu muito pra minha formação do que eu sou hoje, o exemplo que eu sou e o que eu quero ser no futuro”, disse o baiano, de 29 anos, morador de Novo Horizonte.

Paulo Ricardo vivencia a capoeira há 20 anos. / Foto: Divulgação.

Outro baiano que se destaca na roda capixaba é o Sillas de Castro Santos, 32, de Ilhéus. Antes vir pro AAZIZ, o capoeirista gingava no grupo “Camarada Camaradinha”, do Me. Ramiro, em Ilhéus. Sillas conta sua trajetória. “Eu já conhecia o projeto do Me. Walace, com o desenvolvimento social das pessoas, não somente pela capoeira, mas pelo profissional, pelo familiar. Então eu vim pra cá por intermédio do meu irmão, que já treina; e também pelo Filipe, que é o professor Índio. Eu já pratico capoeira desde 2006, então eu alcancei a graduação azul e amarelo no grupo que eu fazia parte. O grupo AAZIZ me abraçou e confirmou minha graduação que eu já tinha. Hoje eu sou estagiário, último grau de aluno”, explicou a trajetória.

Entre os capoeiristas masculinos também tem a força feminina. Camila Ribeiro, 23, moradora de Novo Horizonte, fala do amor que já sente pela capoeira nesse pouco mais de um ano de treinos. “Peguei a graduação verde, a primeira de adulto. Tá me ensinando ser paciente, porque é um tempo muito longo que você precisa percorrer pra aumentar a graduação. Então tá me ensinando a ser dedicada, a ser esforçada e querer mais”, disse com alegria.

Fechando o grupo dos formandos, Alecio Santos Costa, 29, há um ano e meio no grupo AAZIZ, fala do seu batizado. “É gratificante pra mim. Eu tô na capoeira desde os meus cinco anos e nunca fui graduado. Aqui, no AZZIZ, acabei graduando com a corda azul, que é a terceira corda por ter muito tempo de capoeira. Treinei por um ano, eles viram que eu tinha um potencial mais elevado e já me deram a terceira corda do grupo. Fui direto pra terceira. Eu sou um cara ágil”, disse o Rasta, nome de batismo.

Camila Ribeiro aparece no centro da foto; Alecio Santos, aparece agachado, de rastafári; os demais também são formandos. / Foto; Divulgação.

Experiência

Sentado, ali, com um olhar simples e fixo na roda de capoeira, o Me. Beiçola acompanhou o evento, e sempre de forma descontraída e objetiva deixou o seu comentário ao falar do Me. Coringa e Me. Abençoado, ambos ex-alunos seu. “Quando eles eram de outro grupo todo mundo treinou comigo, eu fui contratado pra dar aula pra eles. Continuo dando, risos. É uma satisfação tá, aqui, hoje. Tô colhendo frutos. A maioria que tá aqui passou na minha mão, quem não foi meu aluno, queria ser”, disse sorrindo.


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