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Coluna Polítikus/Investigação
Por: José Salucci – Jornalista e diretor do Merkato
Em um país que não dá mais pra levar a sério a Grande Imprensa e o Supremo Tribunal Federal (STF), já não bastasse alguns sacerdotes da minha religião, agora estou cético com a rainha da inteligência e da ética investigativa: a Polícia Federal (PF).
A PF tá mais pra prato feito, aquele famoso almoço barato consumido em algum bar/restaurante por pessoas que não têm o poder aquisitivo igualitário aos democratas de plantão, enfim. A Polícia Federal parece que não sabe fazer conta e ainda se mostra submissa ao valor de seu ‘PF’ – prato feito – imposto por Moraes.
O inquérito das joias de Bolsonaro, que no caso são: uma caneta, um anel, um relógio, um colar e brincos, tá rendendo assunto desde 2021. O Prato Feito, ops! A Polícia Federal disse que eram R$ 25 milhões o total do drama, agora tá dizendo que são R$ 6 milhões; se fosse um aluno (a) da EJA que tivesse errado o cálculo já iria ser apelidado de asno, só um eufemismo aqui. Rapaz, que calculadora foi essa que a PF usou para fazer a conta?
Segundo a coluna de Alexandre Garcia, no jornal Gazeta do Povo, ele pontua “agora a gente vê o que foi vendido por R$ 478 mil”, então tem informação que foi vendido os presentes, mas não são milhões. Fui checar as manchetes em outros jornais para não falar que estou sendo tendencioso, mas de 25 pra 6, meu Deus! Passou do quádruplo! Não se trata de partido político aqui na coluna “Polítikus”, mas sim de um erro gravíssimo de investigação; o Brasil anda esquisito, né! Ah, se esse erro fosse contra o Lula, a militância já iria dizer que era tentativa de GOLPE.
A Folha de SP destacou: “Bolsonaro desviou R$ 25 milhões em joias e presentes, diz PF”. E tem outra assessoria de comunicação do PT que publicou assim: “Esquema de Bolsonaro desviou R$ 6,8 milhões em presentes, diz PF, que corrige valor”. Esse veio do Estadão. Notem que, sempre o sujeito principal na manchete é Bolsonaro e não o erro gravíssimo do Prato Feito, ops! Da Polícia Federal. O Estadão chega a afirmar que é ‘esquema’, ou seja, ação arbitrária antes do juiz de direito, mas a resolução de problemas que envolve números passa por despercebido nas manchetes.
Sobre esse ponto, Deltan Dallagnol disse no Fora dos Autos que é um erro grave porque mostra uma má qualidade no relatório. E ainda destaca que as pessoas não têm bagagem jurídica necessária para entender conceitos técnicos para tirarem conclusão do caso. E o que mais o Prato Feito, ops! A Polícia Federal irá errar nessa investigação? Sem falar que esse erro deixa um rastro de perseguição política, isso todo o espectro político da direita está dizendo.
E ainda tem mais histórias de joias. O UOL já destacou em sua manchete há dois dias: “Nova joia: PF aponta um barco dourado que teria sido desviado por Bolsonaro”. Nessa história, o ministro do STF, Alexandre de Moraes, tirou o sigilo de inquérito contra Bolsonaro sobre as joias. Bom, vamos esperar se a história da escultura dourada em formato de barco é verdade; nem contra, nem a favor, mas fatos verídicos, por favor, Prato Feito, ops! Polícia Federal.
Eu conheço uma história bíblica que fala do bezerro de ouro, que o povo de Israel fez enquanto o líder Moises subiu o Monte Sinai para orar e ficou dias sem voltar, foi quando Deus/YAVEH deu a ele os 10 mandamentos, aí o povo, na ansiedade, sem saber o que fazer, sem ter um cabeça pensante, tratou logo de inventar uma história e coisa e tal, enfim, fizeram um bezerro de ouro e o denominaram deus: o adoraram.
Mas essa é uma outra história de ouro, mas teve joias na jogada, porque os homens pediram para que as mulheres e os seus filhos e filhas tirassem os brincos de ouro e aí Aarão, irmão de Moises, fundiu o ouro e fez o bezerro. Aqui, nessa narrativa da PF e Xandão, não tem nada a ver com o povo de Israel ou, vai que tem, né! Espero que o Prato Feito, ops! A Polícia Federal esteja certa desse barco, porque quando “Moises” voltar do monte, ele vai quebrar tudo! Moises desceu da montanha irado e quando viu aquela patifaria, quebrou as tábuas da Lei. Que a PF não faça um bezerro de ouro, estamos de olho na verdadeira Lei.
Fiquei pensando: lei, dez mandamentos, ouro, joias, barco, bezerro, STF, PF, imprensa, Monte Sinai, o povo evangélico subindo o monte para orar pelo Brasil, democracia, liberdade, censura, narrativas, adoração a falsos deuses, a falsos políticos, a falsos juízes, a falsos supremos, parece que essas histórias se cruzam num ambiente psicológico-espiritual, será?
Bom, fui analisar outros canais de comunicação, a CNN entrevistou o deputado federal, Eduardo Bolsonaro, ele criticou a ação da PF dizendo que ela está jogando no lixo a sua imagem. Mas a CNN fez boas indagações, apertou o menino do papai. A CNN cumpriu os requisitos éticos de checagem das informações e teve bom critério na entrevista.
No “Narrativas Antagonista”, o texto de Madeleine Lacsko discorre uma boa análise “Os bolsonaristas, que criticam fortemente os desvios e desmandos da era petista, agora fingem que nada está acontecendo com Bolsonaro. A situação fica ainda mais complicada quando o ajudante de ordens do presidente coloca um presente recebido durante a presidência para leilão em um site de joias. Isso não é comportamento esperado de alguém que ocupa o cargo de Presidente da República. Mesmo que Bolsonaro tenha entendido que aquilo era um presente pessoal, vendê-lo em um site de leilão e movimentar dinheiro dessa forma não é nada republicano”.
Pois bem, só um detalhe, então ela abre margem para a aceitação de ter sido um presente. Quando se ganha um presente, o presenteado pode fazer o que quiser com o objeto, é de pertence próprio agora, mas aí entraremos no campo do que é moral ou não, se é ético ou não, então não se trata de corrupção.
Os presentes doados para o ex-presidente Bolsonaro, ainda tendo diversas pessoas próximas a ele envolvidas na suposta venda desses presentes, fica meio embaçado essa história. É polêmico! Quero ver a cena dos próximos capítulos. Se for verdade, parabéns ao Prato Feito, ops! Parabéns a Polícia Federal! Mas presente é presente, um camarada aí tem um relógio de 80 mil no braço, e se tiver dentro da Lei, segue o jogo! Até mesmo porque, como mencionei no início do texto, tô desacreditado em imprensa e STF. E, agora, o Prato Feito, ops! A Polícia Federal me deixou cético ao ‘cometer um deslize matemático’. A PF não sabe fazer conta, essa é a única verdade que eu sei.
*O texto é de livre pensamento do colunista*
Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39
José Salucci – Jornalista e diretor do Merkato. / Foto: Thais Gobbo.
