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Espírito guerreiro e alma de mestre

Igino Pereira do Santos Neto, atleta de karatê e fundador do projeto social "Guerreiros Dojô". / Foto: Divulgação

A vida é feita de lutas. Ela é um lugar de treino para evoluir o espírito humano. E quem sabe bem desse lema é o Igino Pereira do Santos Neto, 27 anos.

Nascido em Divino das Laranjeiras (MG), com infância radicada em Guarapari/ES, o karateka teve em sua origem um pai que foi seu mestre no amor, na hombridade e na disciplina da prática do karatê.

Neto, esse tigre shotokan, representa força, velocidade e a virilidade do espírito do karatê. Realiza muitas atividades e funções: é professor de educação física, de artes marciais, faixa preta de jiu-jítsu, é 3º Dan (doutor) de karatê, ocupa o cargo de presidente da Federação de Karatê do Espírito Santo, consagrado campeão Estadual, Brasileiro e vice-campeão Mundial.

No meio de tanta dedicação, tem espaço no coração para a esposa e suas duas filhas, além de gerir o projeto social, criado por ele, em 2015: o “Guerreiros Dojô”. Confira a entrevista cheia de lutas e vitórias!

1 – Neto, como e quando começou o karatê em sua vida?

Eu comecei em Guarapari com meu pai aos 3 anos de idade. Aprendi tudo com meu pai. Meu pai aprendeu o karatê com a galera do Machida. Ele entendia que o karatê era tradição, família.

Todos os dias, às cinco horas da manhã até às seis horas, meu pai me treinava e depois me levava pra escola… Minha infância toda foi isso… Depois ele migrou para a academia do Watanabe Sensei, japonês de origem, que veio a falecer… fui treinar com o sensei Roberto, que foi aluno do Watanabe.

2 – Títulos, ensinamentos e vivências adquiridas no karatê.

Entre os 10 e 15 anos eu já participava de campeonatos. Sou campeão Estadual e Brasileiro. Também vice-campeão Mundial, em outubro de 2022, disputado na Argentina, na categoria 75 kg. Eu fui pra lá por minha conta… Tive que fazer rifa… Meus alunos me ajudaram, minha esposa.

Nessa vida, aprendi com meu pai um lema do Dojo Kun do karatê, que eu recitava todos os dias: “Se esforçar pra melhor prática do seu caráter. Fiel e verdadeiro caminho da razão. Repudiai o espírito de agressor. E honrai o ensinamento do seu mestre”. Eu guardo isso pra minha vida.

3 – Agora vamos falar do “Guerreiros Dojô”. Como surgiu a ideia de criar esse projeto social?

Dojô significa local de treino – é a vida – qualquer lugar pode ser o seu Dojô, qualquer lugar da vida pode ser seu lugar de treino. O projeto nasceu em Serra Dourada I, na escola Sônia Regina.  A época, o diretor era o Amarildo, ele me cedeu a quadra da escola pra treinar, em 2015.

Nesse meio tempo meu pai veio a falecer. Ele morreu por negligência médica. Enfim… quase entrei em depressão. Então eu comecei a treinar na praça com um colega meu… O diretor liberou a quadra pra gente… O projeto tomou uma proporção maior e quando vi, já tinha mais de 80 alunos na quadra da escola. Em dias atuais, tenho cerca de 150 alunos, num total de 80 alunos frequentes. O projeto funciona em Serra Dourada II e na Arena Jacaraípe.

4 – Entre lutas e golpes, destaque alguma história do Guerreiros Dojô?

Eu passava pela praça de Serra Dourada… Sempre tinha, ali, um menino que me via… Era um menino da “boca” e falava: “Aê, professor”! Eu passava e ele perguntava: “Você dá aula onde? Uma pessoa falou: “Você tá doido, chamar um traficante pra treinar karatê”? Eu respondi: “Amigo, ele é ser humano como eu e você. Ele é um cara que tá tentando sair”.

Resumindo a história. Ele veio pra minha academia. Formei ele em faixa roxa e nesse passo de tráfico e treino, e eu aconselhando, eu disse a ele que acreditava nele. Ele voltou a estudar. Passou no IFES e também é formado em engenharia na UFES. Ou seja, se eu tivesse escutado aquele cara lá atrás e deixado o menino de lado… Através de uma simples atitude, eu pude ajudar.

5 – Aqui na Arena Jacaraípe, me fala uma das vivências do projeto?

Eu olho certas histórias dos meus alunos e vejo que minha vida foi fácil. Alguns alunos passaram fome, já passaram por violência sexual. Isso aqui é a vida deles. Alguns alunos que não sabiam dar um soco, aprenderam tudo comigo… Aqui eu formei campeão Estadual e Brasileiro; tanto no masculino, quanto no feminino. Meu projeto recebe alunos e alunas de todas as faixas etárias; de crianças até idosos.

6 – Qual o ponto de encontro entre um projeto de vida e um projeto social?

Os alunos. Quando eu olho para o rosto deles vejo os olhos deles brilhando… Todo mundo me esperando. Você vê que isso é importante, que torna a vida deles melhor.

Então, o pouco que eu posso fazer é doar meu tempo pra eles e pro mundo. Meu pai dizia que: “A semente que você planta hoje, se torna uma árvore, essa árvore dá frutos e esses frutos irão alimentar muitas pessoas”. Então, hoje, eu tô plantando sementes que se tornarão árvores para poder alimentar muitas outras pessoas que tem fome.

7 – O que o karatê representa em sua vida?

O karatê na minha vida é luta. É ontem, hoje, é o amanhã. Se não fosse o karatê na minha vida eu não seria ninguém. Quando na faculdade tava difícil, os ensinamentos do karatê me mantiveram de pé.

Há um adversário para ser derrotado: é a vida… Luta é muito mais que dar porrada e movimentos. Se você não lutar com a vida, ela vai te vencer… Meu pai me dizia: “Você não precisa de treinar pra guerrear, mas você precisa de treinar pra estar preparado pra guerra”. E a vida é assim, você tem que estar preparado, porque quando ela vem, passa por cima que nem trator.

8 – Agradecimentos.

Agradecer as minhas filhas: a mais nova, a Isabeli; e a mais velha, é a Sophia.  A minha esposa Drielli. Formei minha esposa e filhas no karatê. Foram as que mais acreditaram em mim. Agradecer também a Nancy, ela arrumou kimono pra criançada. Agradeço aos meus alunos; meu pai, que já se foi, e minha mãe.

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