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Esporte/Liga Nacional de handebol feminio
Por: José Salucci – Jornalista
Jogando dentro de casa, na Arena Jacaraipe, o Clube Capixaba amargou a terceira derrota consecutiva na Liga Nacional de handebol feminino. A equipe entrou em quadra nesse sábado (7), às 16h30, para disputar o jogo contra o time Cascavel (PR), que derrotou a equipe serrana por 30 a 24.
Com um início de jogo assertivo pelo Clube Capixaba, até os 15 minutos, o time da casa chegou abrir uma vantagem de seis (06) gols. Porém, a equipe do Cascavel reagiu e encostou no placar. Com um primeiro tempo equilibrado, o time visitante chegou a virar a partida aos 28 minutos em 14 a 13. O resultado parcial foi de 15 a 15. No handebol são disputados dois tempos de 30 minutos.
Clube Capixaba ainda têm três jogos para disputar: classificação ficou mais difícil, mas o treinador Julio Nobre não perdeu a esperança
Depois de perder o duelo para o São Carlos (SP), por 20 a 19, no último fim de semana, o Clube Capixaba entrou em quadra precisando da vitória para manter vivas as chances de classificação para a próxima fase: a Main round, em que 12 equipes participam formando duas chaves de seis (06).
Diante de um adversário resistente, que viajou 35 horas para enfrentar a equipe capixaba, o Cascavel voltou para o segundo tempo focado, aguerrido e mais agudo nos lances decisivos. O resultado de 30 a 24 também revelou a falta de experiência do time serrano, como disse o treinador Julio Nobre, após a partida.
“A gente foi bem no primeiro tempo. Eu atribuo a queda de rendimento no segundo tempo, e no final do primeiro tempo com a falta de experiência do time, de não saber equilibrar o jogo, de fazer uma jogada mais elaborada para não perder a bola, já que estávamos ganhando de seis gols de vantagem”, observou o treinador do Clube Capixaba.
Julio também pontuou a força do time Cascavel, por jogar há tempos a Liga Nacional, a Super Copa e Jogos Universitários, mas atribuiu os erros individuais de suas atletas como fator predominante para a derrota.
Em um contexto de análise das estratégias das jogadas em pontos fortes e fracos, o Clube Capixaba começou bem a partida, mas em onze ataques, o time da casa desperdiçou chances claras de gol no primeiro tempo, pecando nas finalizações individuais, onde o time poderia ter deixado o placar mais elástico, dificultando assim uma reação do adversário. Conforme a importância da partida, o clube serrano deixou escapar pelos dedos a vitória, ou até mesmo um empate, para se manter vivo na Liga, Julio Nobre comentou.
“A gente tem um scout, a gente conta os erros individuais. Nós perdemos gols de sete metros e outras chances. Então se tivéssemos acertado 50% desses lances, a gente iria entrar no segundo tempo com mais paciência, coma moral elevada. Aí não tem o que o técnico fazer, o preparador físico fazer, acho que não foi falta de preparo físico, foi falta de maturidade esportiva”, pontuou mais uma vez.
Mas o treinador, mesmo com o semblante entristecido com o resultado do jogo, destacou o desempenho de sua equipe e, também o que é preciso de ser treinado para o próximo jogo.
“Eu acho que todas as jogadoras que entraram foram bem taticamente, agente tem batido na tecla de algumas situações táticas. O individual delas somou no tático para o coletivo, isso foi fantástico. Nossa defesa, que é muito forte, hoje, não funcionou, então entendo que isso nós precisamos priorizar. E treinar mais as finalizações, que a gente errou muito. Os erros individuais, que somam no coletivo, foi o fator principal no jogo de hoje. Errar sete metros, bola caída a mão… Isso afetou o placar”, destacou.
Esperança por vitória em Santa Catarina
O Clube Capixaba tem pela frente mais três partidas para disputar, sendo duas fora de casa. O próximo jogo será contra a equipe do Torres (RS), depois enfrenta o time do Criciúma. Ambos os jogos acontecerão na cidade de Criciúma (SC), em julho. O time serrano fecha sua participação na Liga Nacional jogando dentro de casa contra a equipe do Maringá (PR).
“Precisamos de melhorar algumas situações táticas: posicionamentos e saída de transição. Se ganharmos dois jogos, dá pra classificar. Não vamos perder as esperanças”, concluiu Julio Nobre.
O “chocalho” do Cascavel
Tradição no handebol feminino, o maior campeão do Paraná, somando 15 títulos, e atual quarto melhor equipe do Brasil, o Cascavel, além do vira a vira, o time também conquistou a artilharia do jogo: Mirelli marcou 13 gols. O time paranaense estreou na Liga Nacional com derrota. Já na segunda partida, conquistou uma vitória, e firmou sua competividade conquistando o segundo resultado positivo nessa terceira rodada diante do Clube Capixaba.
A jogadora Mirelli da Rocha Gomes conversou com a reportagem e destacou o desempenho da equipe e o fato de ter enfrentado outro adversário: a viagem de 35 horas, em uma van, para essa partida.
“Acho que é muita resiliência. Acho que o time todo sabia da dificuldade que ia ser essa viagem, o desafio que a gente iria passar de chegar aqui cansadas, e é muita resiliência”, disse a jogadora de 28 anos, natural da Bahia.
Além do destaque da artilharia no jogo, o time paranaense contou com a boa atuação da goleira Isabely. O técnico Neudi Zenatti comentou sobre os desafios da partida e os destaques do seu time.
“Viajar quase 35 horas, saber que esse jogo seria épico… Treinamos seis vezes por semana, mais de duas horas por treino, então nosso time é qualificado para esse tipo de situação. E, também já temos o entrosamento, ficamos em quarto lugar na Super Copa do Brasil, em março deste ano. E, quanto aos destaques, não gosto de destacar o melhor, é o time, o coletivo”, disse Neudi, que está à frente da equipe desde 1990, um dos mais longevos técnicos do handebol brasileiro.
Foto: Alisson Drumond
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