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Coluna Letrados
Por: Suelo Valiato – Professora de Língua Portuguesa e Literatura.
Caríssimo (a) leitor (a), ainda na “vibe da virada”, convido você, para juntos fazermos uma reflexão sobre a necessidade de fechar ciclos, de seguir em frente sem ficar olhando para trás… Isso é bíblico! Encontra-se fundamentos na neuropsicopedagogia, na estruturação e organização do universo.
Comecemos relembrando a passagem bíblica, do livro de Gêneses, capítulo 19, versos 1 a 26, que narra a saída de Ló, da cidade de Sodoma. Ló era um homem justo, mas estava num lugar que não era digno para ele, em que não se sentia bem. Ele era bom, mas o lugar… Ruim! Tão ruim, que Deus decidiu destruí-lo. E, enviou até Ló dois anjos para explicar que Ele iria destruir a cidade, por causa da maldade do povo, que era injusto e desobediente. Por isso, instruiu Ló para que tirasse sua família de lá, e que ao saírem de Sodoma, não olhassem para trás, para não virarem estátuas de sal.
Os anjos levaram apenas Ló, sua esposa e suas filhas para fora da cidade. Enquanto, caminhavam deixando para trás Sodoma e tudo que lá tinham construído, a mulher de Ló desobedeceu a orientação de Deus… Olhou para trás e se transformou numa estátua de sal.
Essa passagem foi lembrada, por Jesus Cristo, quando falava aos fariseus sobre o fim dos tempos: “Lembrem-se do que aconteceu à esposa de Ló! Quem se apegar a própria vida a perderá; quem abrir mão de sua vida, a salvará” (Lucas 7,32-33).
E agora, cá entre nós, quantas vezes decidimos que faremos mudanças em nossas vidas, por nos encontrarmos como Ló, num lugar, numa situação em que está afetando a nossa paz; saúde física, mental e espiritual; a nossa dignidade, e ficamos resistindo em romper com velhos hábitos, formas de pensar, de ver, interpretar e agir diante dos fatos. Desobedecendo, nos contrapondo a essa orientação divina.
Lembremo-nos da mulher de Ló!! Ao nos propormos a buscar novas possibilidades, organizar-nos em novas etapas, ciclos evolutivos, não devemos agir como a mulher de Ló, que decidiu mudar, mas em vez de olhar para frente, para o novo horizonte, quis seguir adiante olhando para trás, e assim como ficou a esposa de Ló, estática, sem vida, não nos damos o direito de começar de novo.
Por isso, ao decidirmos por sair de “nossas Sodomas”, a primeira pergunta é: quanto do que tenho neste lugar, estou desposto a deixar para trás? Lembremo-nos da mulher de Ló… Ao nos prepararmos para seguir com o que é essencial. Mas como saber o que é essencial?
Nesse sentido, o psicólogo clínico, Marcos Lacerda, nos dá uma boa pista para ajudar-nos a definir o que é essencial em nossas vidas. Ele diz: “Se de repente, você ficasse sabendo que morreria daqui a cinco anos, aonde iria, como gostaria de viver esses últimos cinco anos, com quem queria estar nesse tempo que te resta? Se ficasse sabendo que morreria daqui a um ano? E pudesse saber que morria daqui a um mês? Mas, se de repente, você ficasse sabendo que morreria amanhã, aonde iria pela última vez? Quais coisas escolheria para fazer pela última vez? Como gostaria de estar quando a morte te encontrasse? Com quem queria passar o curto tempo que te resta?”
Pensou!? O essencial está na resposta das últimas indagações… Então, traga à sua vida isso e esses direcionamentos embutidos nas perguntas, pois aí está o que te é essencial, nesse novo caminho a Zoar, nova morada de Ló e suas filhas.
Para terminar essa prosa, é importante dizer que Ló não nascera em Sodoma. E, não foi por acaso que ele chegou a Sodoma. Ló veio com o tio Abraão, e ao se separar dele, foi para Sodoma, pois se encantara pela campina bem regada do Jordão… O que vira agradou os seus olhos, mas o destino era um lugar de morte… Ele fez uma escolha… Porque seguir é preciso… Fechar ciclos é preciso, porém concluí-los com sabedoria. Então andemos, metaforseando-nos, ressignificando, desocupando os espaços das gavetas, do coração, da mente, da memória, para que o novo adentre em nós e em nossas vidas, revigorando a nossa essência. Não retardemos as mudanças que Deus possibilitou em nossas vidas!
*O texto é de livre pensamento da colunista*
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