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5 de dezembro de 2024

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“Meu foco agora é lutar fora do Brasil”, disse Luciano Falcão

Luta entre Luciano Falcão e Marcos “Hulk”, no evento de boxe "Falcão Fight 1". / Foto: Jairo Muller.

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39


Entrevista / Boxe
Por: José Salucci – Jornalista e diretor do Merkato

O jornal Merkato está produzindo uma série de entrevistas com os atletas do boxe profissional, que lutaram e venceram no “Falcão Fight 1”, o primeiro evento de boxe profissional no estado do Espírito Santo.

Nosso terceiro entrevistado é o Luciano Falcão, o “Urso”, que derrotou o lutador Marcos “Hulk”.

Nascido em Linhares-ES, o jovem de 24 anos é uma pessoa humilde, simples, com sorriso leve e cheio de fé, além de ser amado por toda a família Falcão. Luciano é conhecido por ter uma mão pesada, forte, um lutador que vai pra cima do adversário e encara a vida.

O atleta começou no boxe aos 16 anos e, a partir de então, se dedicou inteiramente aos treinamentos para estrear no esporte. Fez sua primeira luta em 2017 e chegou ao Coliseu Boxe Center no mesmo ano. Foi no Coliseu Boxe Center que Luciano teve a oportunidade de participar de campeonatos amadores e conquistar alguns títulos. Como atleta amador, ele manteve um recorde de 57 lutas: 45 vitórias e 12 derrotas. Atualmente, no seu card profissional, o boxeador tem 10 lutas e 10 vitórias.

Confira a entrevista que o Merkato realizou com o atleta que já está de malas prontas para morar em São Paulo.

“Falcão Fight 1”, primeiro evento de boxe profissional realizado no estado do Espírito Santo. Idealizado pelo pugilista Yamaguchi Falcão e pela empresária do ramo odontológico Natália Arantes. / Foto: Jairo Muller.

1 – Olá, Luciano. Vamos falar do seu início no boxe. Aos 16 anos de idade, em 2017, você estreava no boxe amador, sua primeira luta. De adolescente a um jovem de 24 anos, qual a análise que você faz dos seus oito anos de carreira?

Nesses oitos de carreira no boxe, a análise que faço é: muito trabalho duro, muita constância. Em 2017, quando estreei, eu lutava muito feio, admito isso. Eu nem gosto de assistir essa luta porque acredito que eu fiz uma luta horrível aos meus olhos (risos), e hoje melhorei bastante, por conta de treino e dedicação, muito esforço.

2 – Depois, no mesmo ano, você foi para o Instituto Coliseu Boxe Center, em Garulhos (SP). Lá, você ministrou aulas de boxe e, também treinou e disputou campeonatos. Conta pra gente esse momento da sua vida; o que agregou pra sua vida pessoal e profissional?

Esse momento foi muito marcante na minha vida. Foram anos de alegria, de emoção. Foi, ali, que engrenei com meus treinadores, eles se esforçaram para cuidar do atleta que sou hoje, toda a galera do Coliseu, o seu Willian, que já foi presidente e a dona Elena Paiva, eles são um casal que tem esse projeto maravilhoso. Além de tudo, o que mais me marcou foi que eles têm de principal: a presença de Deus, a palavra de Jesus Cristo. Isso que mais me marcou, e graças a eles eu sou um atleta profissional.

Hoje, eu engrenei no boxe profissional e tenho todo o carinho por eles, eu tenho gratidão por eles. Pessoas iguais a eles são difíceis de serem encontradas no mundo de hoje. Amo a família deles, amo os amigos que fiz por lá!

3 – Luciano, você vem de uma família que deixa um legado no boxe: Seu pai, Touro Moreno, ex-pugilista; com dois irmãos medalhistas nas Olímpiadas de Londres, 2012, Esquiva e Yamaguchi Falcão. Quando você olha pra esse cenário, qual a responsabilidade que você entende que está sobre seus ombros e como se enxerga diante desse legado?

Primeiramente, eu fico muito feliz de fazer parte dessa família. Agradeço a Deus por ser filho do Touro Moreno e ter dois irmãos medalhista olímpicos.

Bom, eu não coloco esse peso em cima de mim. O fato de meus irmãos terem sido medalhistas, eu não coloco o peso sobre mim de que tenho que me dar bem no boxe, eu tento fazer minha parte, eles tiveram a parte deles. Eles treinaram, se prepararam e conquistaram.

Eu acredito que é uma coisa boa pra mim, o fato de ser irmão deles, é bom pra minha carreira, mas não coloco peso em mim, em momento nenhum. Sei que meu momento vai chegar ainda, tô crescendo.

E o modo que eu enxergo esse legado é que, que nem eu falei, sou grato por fazer parte dessa família, eu quero dar segmento ao que eles conquistaram, só quero ser mais um da família que conquistou vários títulos.

Foto: Jairo Muller.

4 – No boxe profissional sua estreia foi em 2019, vitória por nocaute. E, atualmente, consta no BoxeRec 10 lutas, 10 vitórias. Que tipo de boxeador você se definiria, suas características? Você é fissurado em ganhar por nocaute ou é algo estudado durante a luta?

Eu me defino como um lutador pegador, bruto (risos), um cara com pouca técnica, mas um lutador que tem vontade de vencer, de chegar lá em cima, dar o meu melhor.

E, assim, eu sou fissurado em ganhar por nocaute, todas as lutas que eu subo são pra ganhar por nocaute. Mas eu treino pra lutar 10, 12 rounds. Eu tenho fôlego pra isso. Mas meu pensamento é de chegar lá e ganhar por nocaute. Se não for por nocaute, eu acredito que ganho por ponto.

Questão de ser estudado ou não, acredito que nos meus treinamentos eu treino pra durar todos os rounds, ganho fôlego pra durar todos os rounds. Nos treinamentos, eu e meu treinador Geferson estudamos tudo pra chegar lá e fazer uma boa luta.

Luciano Falcão, o “Urso”, derrotou o seu adversário, o lutador Marcos “Hulk”, de calção verde. / Foto: Jairo Muller.

5 – Vamos falar da luta que disputou no “Falcão Fight 1”. Você enfrentou o Marcos “Hulk” Sebastião, defendeu o seu cinturão de Campeão Brasileiro peso-cruzador. Destaca as qualidades do adversário nessa luta e seu desafio pra ter conquistado a vitória.

O Hulk é um atleta bem duro, ele me surpreendeu. Foi até o nono round, um atleta bem consistente, ótimo fôlego. E, aguentou as porradas duras ali (risos), então demonstrou ser um cara bem duro, ele tá de parabéns. Encaixei bons golpes nele, golpes duros na cabeça, tanto no corpo, ele aguentou. E acredito que o desafio mais forte que a gente tem é nos treinamentos, a gente treina forte pra chegar e fazer uma luta bem tranquila. São nos treinamentos os desafios de uma luta.

6 – Em uma de suas entrevistas à imprensa capixaba você lamentou o fato do boxe ainda não estar no mesmo patamar do futebol na questão de apoio da mídia e atenção das pessoas. E, agora com o “Falcão Fight” podendo colocar o ES de volta no cenário do boxe nacional e mundial, o que você tem a declarar?

Pra ser bem sincero, o Falcão Fight pode crescer no estado do Espírito Santo e outros lugares do Brasil, mas acredito que pra crescer, não precisa apenas do evento do Falcão Fight, precisa de pessoas ajudando, pessoas que tenham poder, tanto no boxe quanto fora do boxe, pessoas que querem ver o esporte crescer, que querem tirar as crianças da rua, colocar mais esporte na vida das pessoas.

Acredito que o Falcão Fight sozinho não ganha. Como diz o ditado: uma andorinha só não faz verão. Entendo que tem que ter pessoas fortes no estado do ES pra querer colocar o boxe capixaba no cenário do boxe nacional e mundial.

7 – Existe a expectativa de acontecer o “Falcão Fight 2” ainda esse ano, aqui mesmo na Grande Vitória. O Merkato entrevistou o Mutante, um dos vencedores no card profissional no “Falcão Fight 1”. Ele disse à reportagem que há uma possibilidade de vocês dois se enfrentarem no próximo evento, após conversa com a presidente da CNB. Seria uma luta pelo cinturão, como avalia essa possível proposta? O que tem a dizer?

Eu não sabia dessa proposta deles, que havia uma possibilidade da gente tá se enfrentando no Falcão Fight 2, estou sabendo já do próximo evento, que será realizado, mas cara, é como falei, hoje minha mente só tá em lutar fora do Brasil. Eu quero fazer uma luta fora do Brasil. E outra coisa, acredito que pelo meu cartel o Conselho Nacional de Boxe Brasileiro não irá aceitar uma luta com ele, nada contra o Mutante, é um cara excepcional, porém minha cabeça tá fora do Brasil, eu quero lutar fora do Brasil.

Hoje, eu sou o campeão Brasileiro, então essa chance aí de luta eu acredito que seja uma chance zero, tá. Já tô com 10 lutas e 10 vitórias, e acredito que chegou a hora da gente buscar um desafio mais complicado fora do Brasil.

Foto: Jairo Muller.

8 – Pra você, o Falcão Fight já é?

Já é uma realidade. A expectativa de todos era como seria o primeiro evento. O primeiro evento saiu cem por cento ótimo. Foi incrível! Esse foi o primeiro passo pra ter o Falcão Fight 2, o três, o quatro e trazer mais atletas pra ter mais pessoas com vontade de estar no evento. O Falcão Fight aconteceu perfeitamente, foi tudo dentro do esperado, todos os atletas que lutaram ali estão felizes, eu tô feliz por ter participado. Então o Falcão Fight já é uma realidade, e acredito que com a força da galera, ele vai crescer mais.

9 – Luciano, obrigado pela entrevista. Deixe sua palavra final.

Quero agradecer do fundo do meu coração por essa entrevista e a palavra que eu deixo é treinar bastante, correr atrás daquilo que a gente almeja, voltar pra São Paulo e treinar com meus treinadores, pensar com eles o que a gente pode fazer pra poder ganhar mais títulos, mais lutas. O foco agora, como eu falei, é fora do Brasil. E, outro plano para o futuro é o cinturão do mundo, a gente não vai sossegar enquanto a gente não chegar lá.


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Av Paulo Pereira Gomes, sn Morada Laranjeiras/Serra/ES. @gladiadoresct

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