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7 de dezembro de 2024

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O Formigueiro e o Tamanduá

(Imagem: InfoEscola).

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.


Coluna Letrados

Por Sueli Valiato – professora de Língua Portuguesa e Literatura.

Numa planície, muito verde e enfeitada, com lindos ipês de diferentes cores, havia um formigueiro. As formigas viviam unidas. Eram muito parceiras.  Cada uma tinha a sua função. Tudo era feito em mutirão.

Eis que aparece um tamanduá-mirim, disfarçando-se de raposa, inicia a sua aproximação. Posicionava-se próximo à trilha das formigas e sempre que elas passavam as cumprimentava e lhes oferecia ajuda. As formigas acharam aquele animal muito estranho, já que tinha aparência de tamanduá, entretanto, por que não as atava? Essa era a questão que as intrigavam.

Diante dessa dúvida, revolveram ir até o animal estranho para investigar se ele oferecia risco ao formigueiro.  Neste momento, o tamanduá já estava morando bem próximo do formigueiro.  Chegando na entrada da toca onde ele ficava, o chamaram e ele apareceu e com muita simpatia as convidou para entrar. As formigas disseram que a visita era rápida e que entrariam noutra oportunidade.

O tamanduá se aproximou, iniciou a conversa dizendo que a sua mãe era uma raposa muito ávida, uma excelente caçadora de galinhas e desde muito cedo o instruiu para ser assim também. E foi narrando situações meritosas sobre sua família Canidae. Colocando-se sempre à disposição para ajudar o formigueiro no que fosse necessário. Até que uma formiga o interrompeu e o indagou:

– Perdoa-me, mas para mim você é um tamanduá.  Mas por que não nos ataca?

– Simplesmente porque gosto de galinhas. Ora! Sou uma raposa… Um pouco diferente, eu sei, mas uma legítima Canidae!!

Neste momento, uma formiga se lembrou que a velha raposa que vivia na planície até no ano anterior tinha esse sobrenome.  E o tamanduá foi logo dizendo que essa raposa era sua tia. E que em princípio, veio à planície para visitá-la. Entre as formigas, havia uma que não se convencia com nada que aquele bicho esquisito falava. Enchendo-se de coragem e estufando o peito, olhou para o tamanduá e disse:

– Se de fato é uma raposa há de ter pena e ossos de aves no lugar que se alimenta! Dá-me licença para verificar?

– Claro, cara formiga!

E a formiga ao adentrar a toca se deparou com muitas penas e ossos de aves. E sai da toca mais confusa do que entrara, murmurando:

– Eu vi ossos e penas, mas ainda não estou convencido de que ele é uma raposa…

O Tamanduá percebendo que já tinha convencido quase todas as formigas, de que ele era uma raposa gentil, as convida para selar um pacto de amizade. Fato que causou um burburinho no formigueiro, pois a identidade assumida por aquele bicho estranho não convencia a todos.

O formigueiro corria perigo, mesmo sendo o maior daquela planície…

Não demorou muito e as formigas sentinelas começaram a perceber pegadas em torno do formigueiro e comunicaram a rainha.  Depois de alguns dias, ao amanhecer as formigas foram surpreendidas pelos raios do sol iluminando o interior do formigueiro.  Saíram em disparada em busca de alguma explicação. Encontraram a pseudo raposa e a perguntaram:

– Amiga! Você ouviu ou viu algo estranho nessa noite?  Nosso formigueiro foi atacado!

– Imagine! Se eu tivesse visto teria feito alguma coisa para defender vocês!

E as formigas operárias em vez de saírem para o campo para colher comida passaram dias reconstruindo a parte externa do formigueiro.  Ainda sem terminar a obra, voltaram ao campo, pois já acontecia escassez de alimento para a decomposição.

O Tamanduá foi se alimentando dos formigueiros mais distantes. Mas ficava planejando, sonhando com o momento que faria o seu maior banquete… A lua despontou no céu. Ela estava cheia, grandiosa, iluminando toda a planície.  O tamanduá se dirigiu tranquilamente ao formigueiro e com suas afiadas unhas começou a escavá-lo com voracidade. Com sua língua comprida foi comendo todas as formigas, uma a uma, dando risadas e saboreando-as.

– É um tamanduá! É a raposa-tamanduá! Eu disse que não era para confiar nela!

– Cala a boca, sua formiga insolente! Pensei que estragaria meus planos… Mas fui mais inteligente! Não sabe que as belas histórias, aquelas que aguça a imaginação, que permite a cada um criar seu final, são mais cativantes. Quem não se rende a uma boa promessa de proteção e a alguém que se apresenta como mito!! Por isso, foi tão fácil convencer a rainha, as formigas sentinelas e grande parte do formigueiro!! Formigas são parecidas com gente, adoram ouvir um bom conto de sereia! Agora só falta você, sua formiga revolucionária! Rá-rá-rá-rá-rá! Glup…

A formiga escapou pelo canto da boca do tamanduá e se colocou entre as orelhas dele, e gritava em tom de protesto:

– Seu tamanduá impostor! Se aproveitou da boa-fé de nosso formigueiro, de nossa fragilidade para nos enganar! Eu bem que avisei que você apareceu do nada. Que era um bicho estranho. Cheio de empáfia! Estava na sua cara que você era tamanduá!

O Tamanduá sacodiu a cabeça com muita força e a formiga caiu na sua frente. E antes de engoli-la disse:

– É… É por isso que formiga que se presa, não se mistura com tamanduá!! Glup… Rá-rá-rá-rá…

*O texto é de livre pensamento da colunista*


Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.

Sueli ValiatoGraduada em Letras – Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa, pela UFES; pós-graduada em Educação do Campo pela FANORTE; professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II, no CEFFA de Japira, em Jaguaré-ES, integrante da Coordenação Geral e da Coordenação de Plano de Curso da RACEFFAES. / Foto: Divulgação.                                               

Parceiro do Jornal Merkato: Bar tradicional do Mauro Pé de Galinha, em Valparaíso, Serra. Marca registrada do bar: petiscos, comida de boteco, cerveja gelada e karaokê famoso.

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