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O papel do docente na Pedagogia da Alternância

(Imagem: istock)

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Coluna Letrados
Por: Sueli ValiatoProfessora de Língua Portuguesa e Literatura

Caríssimo (a) leitor (a), neste artigo abordo o papel do docente na Pedagogia da Alternância. Começo parafraseando Paulo Freire e Antônio Fraundez no diálogo que teceram no livro A Pedagogia da Pergunta: “Mais importante que as respostas são as perguntas, pois essas permitem desvendar a relação dinâmica, forte, viva, entre palavra e ação, entre palavra-ação-reflexão”. Tendo como base esse pressuposto, indago: Qual é o papel do docente na Pedagogia da Alternância?

Na Pedagogia da Alternância, o papel do docente ganha maior subjetividade e complexidade, porém com finalidades claras, porque se fundamenta numa visão do educando como ser histórico, que se constitui no tempo, num espaço, com capacidade de criar e recriar a realidade em parceria com os demais seres.

A reflexão que por ora se configura não parte somente de conceitos, parte da realidade, da observação, de análise das ações que a ela se interligam, bem como da comparação dessas ações em diferentes tempos, espaços e condições, da compreensão dos fenômenos concernentes aos desafios que circundam o papel da docência na Pedagogia da Alternância, nesse momento.

Atualmente, o convencionalismo, a padronização e quantificação tem assolado a prática pedagógica nos cotidianos escolares, esmagando as metodologias globalizadas de formação integral, sacrificando o protagonismo discente e docente na produção de conhecimentos significativos, inerentes à transformação dos sujeitos e, por conseguinte, de seus territórios.

Nesse contexto, mais do que nunca, o docente que atua num Centro Familiar de Formação em Alternância – CEFFA deve, primeiramente, conhecer e compreender a história, a evolução no tempo e nos territórios, os pilares organizacionais, pedagógicos, filosóficos e políticos da Pedagogia da Alternância e aplicar a gênese dessa pedagogia, pois isso, possibilita-o a promover uma  gestão democrática e participativa que contribui para o desenvolvimento  integral e a inclusão socioeconômica e cultural dos educandos.

O docente deve conhecer também a realidade do território, pois na Pedagogia da Alternância os conhecimentos são construídos a partir da realidade local, com mediações pedagógicas  fundamentadas no exercício da participação individual e coletiva; do fortalecimento da ética, da democracia, do respeito, da cooperação e da excelência, a fim de responder as necessidades da formação pessoal, social, ambiental, profissional e da escolarização de qualidade, própria e apropriada às demandas do território em que o CEFFA se insere, em vista do desenvolvimento socioambiental.

Nesse sentido, o papel do docente está no e para além do ambiente escolar. Esse, por meio das mediações pedagógicos da Pedagogia da Alternância, deve direcionar a prática docente à formação de pessoas que sejam capazes de contribuir na construção de uma sociedade igualitária, com equidade nas oportunidades, em que haja modelos de desenvolvimentos em que se respeite o meio ambiente, a natureza e a reconheça como elemento primordial à sobrevivência de todos os seres no Planeta Terra.

Por meio do exercício da docência, deve-se fomentar a valorização das manifestações culturais; o fortalecendo do vínculo entre as pessoas e dessas com a comunidade, com as organizações sociais  do território, na luta por uma vida digna e uma sociedade mais equânime. Concebendo o processo educativo como um grande mutirão, em que todos os autores têm responsabilidades, ações e se beneficiam dele, por isso, ao mesmo tempo, todos são educadores e educandos numa mescla do que já se sabe, do que é preciso saber e dos novos saberes construídos.

O educador, por meio de sua prática docente, precisa possibilitar aos educandos o desenvolvimento de competências e habilidades que lhes permita, no processo de reconhecimento dos seus saberes empíricos e da construção do conhecimento científico, analisar a realidade, experienciar, exercitar a reflexão, a ação individual e coletiva, levando-os a se conhecerem e reconhecerem no processo de construção do conhecimento de si e dos outros, a fim de transformar-se.

Esta afirmação de  Maria Teresa Nildecolf contribui na ampliação da compreensão  do papel do docente na Pedagogia da Alternância “…estudar o meio inicialmente significa aproximar-se efetivamente do mesmo, vivendo-o, descobrindo coisas e exprimindo-as. Em seguida, já se trata de observar o meio, aprendendo a vê-lo, aprendendo a descobri-lo… E finalmente, o mais importante: explicar as características do meio ou certos fenômenos ou fatos que nele se passam, compará-los a outros meios iguais ou diferentes; analisar causas e consequências”, o docente medeia, assessora o educando em seu processo de desenvolvimento, sempre partindo de onde ele está.

Nessa pedagogia, o trabalho do docente tem como premissa conduzir o educando a produção do conhecimento a partir da problematização de fatos e fenômenos da realidade, a fim de desmistificá-los, desvendá-los à luz da ciência, do conhecimento científico, apropriando-se dos conhecimentos já instituídos e construídos historicamente, agregando a esses novas inferências, novas constatações advindas do posicionamento do educando frente a realidade estudada, numa perspectiva globalizada, de formação integral. Transformando o estudo, a prática docente, o processo de construção do conhecimento, numa viagem de descoberta, sem ter que necessariamente buscar elementos genuinamente novos.

O papel do docente, por meio da aplicação dos mediadores pedagógicos, do desenvolvimento do currículo/plano de ensino e de sua prática, é possibilitar um olhar novo sobre os elementos que compõem a vivência do educando, sempre a luz dos conhecimentos científicos e por meio da ação, da reflexão da ação, do levantamento de novas hipóteses e da descoberta de novas ideias e ações inovadoras, importantes à evolução de si e das condições de vida nos territórios.

A docência na Pedagogia da Alternância necessita de contínua discussão da prática, da realidade e das metodologias, já que essa maneira problematizadora e globalizada  de construir o conhecimento imprimem à prática docente um caráter inter, meta, multi e transdisciplinar. Demandando ações coordenadas e colaborativas de todos os envolvidos no processo de formação, como corrobora Nildecolf, 1987: “É uma tarefa que se presta para ser assumida por toda a escola” e “num trabalho desse tipo a importância das matérias (cadeiras) desaparece.” Porém, não se ensina formação integral, tampouco se aprende… Vive-se, exerce-se e por isso exige uma nova pedagogia, a da comunicação, do diálogo”.

Pedagogia da Alternância, com sua contemporaneidade metodológica, proveniente de uma mistura de teorias pedagógicas, filosóficas e psicológicas, com sua práxis dialógica e dialética, possibilita contextualização, organicidade, intensa relação e possibilidade de interação com o cotidiano dos educandos, das famílias e  comunidades. Situa o papel do docente, no aprender para fazer, fazer para aprender, aprender conhecer, aprender ser e  conviver, a fim de que todos ensinem e aprendam com todos, em todos os espaços e tempos da vida e da escola.

O docente na Pedagogia da Alternância jamais poderá permitir que processo de ensinagem se reduza ao já sabido, à mera transmissão do já conhecido e à conformação com o já adquirido, porque o educando não está sendo preparado para ser, ele já é um sujeito social. Ele não vai à escola para se preparar para ser integrado à sociedade. Ele já está vivendo nela como sujeito ativo e constitutivo da mesma.

Por isso, prática docente na Pedagogia da Alternância precisa estar alinhada com a realidade do território e a apropriação dos conhecimentos historicamente construídos, deve ser dialética e dialógica, para fomentar as transformações culturais primordiais à construção coletiva, uma vez que a educação é mais que ensino, um CEFFA é muito mais que uma escola, o docente na formação integral é muito mais que um professor, porque a Pedagogia de Alternância é a pedagogia da vida.

*O texto é de livre pensamento da colunista*


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Sueli Valiato – *Reside em Jaguaré-ES *Graduada em Letras – Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa, pela UFES; pós-graduada em Educação do Campo pela FANORTE; professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II, no CEFFA de Japira, em Jaguaré-ES, integrante da Coordenação Geral e da Coordenação de Plano de Curso da RACEFFAES. / Foto: Divulgação.

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