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Entrevista/Lutador
Por José Salucci – Jornalista e diretor do Merkato.
Merkato conversou com o lutador de MMA, o capixaba Paulo “Zé Doido”, que na última semana assinou contrato com o maior evento de boxe sem luvas do mundo, o Bare Knuckle Fighting Championships, também conhecido como BKFC.
O atleta de 36 anos, com 11 vitórias no currículo do MMA, é pai da também lutadora de wrestling Brenda Games. Atualmente, a família está há quatro meses nos E.U.A. A entrevista foi realizada por WhatsApp, e no papo rolou de tudo: assunto de família, história de vida, a nova carreira no boxe sem luva, o comprometimento com a carreira de lutador, o plano de se radicar de vez no país do Tio Sam, entre outras conversas.
O lutador de MMA, é profissional desde 2012, Paulo “Zé Doido” Machado se tornou conhecido no Espírito Santo pelas suas participações no Haidar Capixaba Combat (HCC), e por conta da rivalidade com Dudu Bastos, que rendeu uma revanche memorável no evento “Face to Face”, em 2015.
Anos mais tarde, o atleta se mudou para o Rio de Janeiro, onde começou a treinar na academia Nova União, do Mestre Dedé Pederneiras. Zé Doido também foi companheiro de treinos do ex-campeão do UFC, José Aldo.
1 – Paulo Games, se apresenta para o público.
Sou natural de Cachoeiro de Itapemirim, nasci em 1987. Ao passar dos anos, eu e minha família fomos para Itapemirim, morei em Itaipava. E, depois com o passar dos anos muita coisa aconteceu, me ajeitei e fui pra Serra, casei com minha esposa, me tornei cidadão serrano, hoje represento o município. Atualmente, tô nos E.U.A buscando o visto de atleta para poder seguir com minha carreira de lutador.
2 – E essa história que o futebol foi o seu primeiro esporte, conta pra gente.
Desde pequeno eu jogava futebol, joguei na escolinha João Carlos, depois joguei no juvenil e no júnior do Estrela, de Cachoeiro. Não me profissionalizei na época, porque no período que eu ia me profissionalizar, jogando no Americano de Campos, eu juntei com a minha ex-mulher na época, e fui morar na roça, onde eu tive minha filha Brenda. E aí, depois de um tempo, foi que eu entrei no mundo da luta.
3 – E quem foi o seu incentivador no esporte?
Então, algo que me deixa marcado sempre é o amor da minha família por mim. Uma coisa que eu deixo sempre em destaque é o meu tio Ézio, que sempre morou com meus pais, que foi como um pai pra mim, irmão do meu pai. Foi ele que, realmente, me levou pro esporte porque a gente tinha um time de futebol em Cachoeiro de Itapemirim, no bairro IBC, o Atlético IBC. Era um time muito bom, conhecido no campeonato de várzea. Meu tio Ézio sempre me apoiou em tudo, junto com meu pai, então eu sempre fui atleta desde pequeno.
4 – E em relação a outras profissões e trabalhos, conta aí o que você já fez antes de se tornar um lutador.
Eu já fui até peão de rodeio pra você ter ideia. Também fui operador de máquina em uma empresa.
5 – Me conta suas primeiras experiências com o esporte de luta?
Me chamaram para fazer uma aula experimental de muay thai na academia, que é a primeira academia que eu treinei: a Top Figth. Então, eu fui fazer a aula com o Mestre Nestor Neto e, naquele primeiro dia, eu achava que por ser atleta de futebol, eu achava que tinha condicionamento físico, só que na primeira aula eu morri. Eu saí correndo de dentro do treino, atravessei a pista e fui pra Beira Rio vomitar de tão desgastante que foi. Passei mal no primeiro dia, mas dali nunca mais parei, me apaixonei pelas artes marciais.
Mas meu primeiro contato com a luta foi em Cachoeiro de Itapemirim, quando eu era criança, treinava capoeira com o Mestre Falcão, sempre tive um pezinho na luta.
6 – Já que entramos no assunto da luta, como está sendo pra você essa temporada nos Estados Unidos?
Os E.U.A é um país que valoriza o atleta, valoriza o trabalho, valoriza o ser humano, a mão de obra de todas as formas, principalmente do esporte, ela é muito valorizada, pois americano é completamente patriota, eles amam seus atletas, torcem de verdade para seus atletas, então é uma coisa que tá fazendo diferença pra mim e pra Brenda. E o que eu já aprendi aqui com quatro meses, não aprenderia em um ano aí no Brasil.
7 – Mas antes de chegar aos E.U.A teve um caminho. Conta pra gente a sua carreira no ES, depois ter passado pelo RJ e agora estar nesse momento atual.
Eu comecei em Cachoeiro de Itapemirim, me mudei para Itapemirim, em Itaipava, lá eu treinava com o Mestre Roni, mas antes disso eu treinei jiu-jitsu na Top Figth pra poder estrear no MMA, com o Mestre Rafael Cardoso, foi nessa época que eu migrei para o MMA, com menos de um mês eu já estava estreando no MMA.
Depois, eu me mudei pra Vila Velha, eu dormia na academia, no bairro Gaivotas, dormia no tatame a semana toda, praticamente morei na academia um bom tempo. Já no fim de semana, eu voltava pra Itaipava. De lá, que eu conheci minha esposa e a vida foi dando sequência dentro das artes marciais, com o tempo treinei em várias academias. Eu fazia parte da equipe Tiger Dance, que é do Erik Silva, já treinei no Vitor Viana, no Bruno de Paula, que são meus amigos; Mestre Rodrigo Dan, que me graduou em 2015. Eu lutei o Fast Face, com o professor de boxe Agulha, muita coisa aconteceu.
E, depois do tempo que eu treinei com o Erick Silva, eu fiz uma luta no Shooto Brasil, e aí eu recebi um convite do Mestre André Pederneiras, treinador do José Aldo, pra eu me mudar pro RJ e treinar com uma das maiores equipes do mundo. E, realmente, fez muita diferença na minha vida ter treinado na academia Nova União. Através deles, viajei pra China, lutei na Rússia e hoje tô, aqui, nos E.U.A. Deus me abençoou muito nessa trajetória.
8 – Agora falando de família: Zé Doido, a sua filha é uma promessa para entrar no UFC. Como está sendo a sua contribuição para o desenvolvimento dela como atleta de MMA?
Minha filha tem 17 anos, vai estrear no profissional, somente, depois que ela fizer umas três a cinco lutas… Dependendo do olhar do dono do evento, aí sim, de repente ela pode ser a próxima atleta estrear. Só que ela é muita nova ainda, vai fazer algumas lutas amadoras primeiro, num futuro breve ela estará no UFC.
Ela se dedica muito, se cobra muito, pois ela realmente quer ser campeã em todas as áreas que ela luta, então ela é uma atleta dedicada em tudo que ela faz, seja como atleta, seja na escola. E, eu como pai e treinador, também cobro muito dela, e às vezes não é tão legal a minha cobrança.
Então, eu tento, agora pra frente, conversar mais com ela, se entender melhor, a gente tenta trocar uma boa ideia pra poder tudo dá certo. Eu tento dar uma boa contribuição pra que ela cresça a cada dia. E quando ela está lutando, consegue me ouvir muito bem. O que eu falo, ela faz. A gente vai trabalhando e vai dando tudo certo.
9 – Outro assunto atual é que você assinou contrato com o maior evento de boxe sem luvas do mundo, o Bare Knuckle Fighting Championships, também conhecido como BKFC. Fala pra gente, em termos de profissão, o que isso representa pra você?
Assinar um contrato em um dos maiores eventos de boxe do mundo, que vem crescendo cada dia mais e com milhões de espectadores no mundo todo assistindo, em termos de profissão, é uma realização muito grande na minha vida, pois é onde eu vou poder viver do esporte. Eu estou muito feliz, junto com minha família, porque isso vai fazer grande diferença em nossas vidas.
10 – Você já vem do kickboxing, sendo faixa preta 1º DAN e do muay thai – grau preto – o que essas duas modalidades contribuem para o boxe sem luva? Tem alguma ligação? O que podemos esperar de suas lutas no BKFC?
O muay thai e kickboxing são completamente diferentes do boxe sem luvas, porque o boxe sem luvas você vai utilizar somente as mãos, então ele é parecido com o boxe olímpico e profissional. Você usa uma única coisa que é do muay thai e Kickboxing, que são as mãos, o soco, já as pernas você vai usar somente pra se movimentar.
Quanto ao que podem esperar de mim, é a demonstração de garra, de vontade de vencer. Mesmo se eu tiver sangrando, tiver cansado, vou querer dar o meu melhor. Vocês podem esperar uma luta completamente épica, de uma guerra dentro do octógono e comigo saindo vitorioso, dando o melhor de mim pra toda a minha família e pelo nosso Brasil, nosso estado do ES e o município de Serra.
11 – Pra finalizar, pode dizer a palavra que desejar.
Hoje pra gente ficar focado no mundo da luta e ter um bom desempenho, pra gente poder representar nosso estado, município e país, a gente, realmente, precisa de patrocinadores e apoiadores. Hoje, eu não tenho nenhum patrocinador que possa me ajudar, que possa me apoiar, tenho alguns amigos que me apoiam de alguma forma, mas se os patrocinadores me enxergarem com bons olhos, vou poder levar a logomarca deles para todo o mundo.
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