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8 de janeiro de 2025

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Pode me explicar, vereadores Fred e Dinho?

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39. Coluna Polítikus Por: José Salucci – Jornalista e diretor do Merkato Na última quarta-feira, 1º de janeiro, ocorreu a votação

Pode me explicar, vereadores Fred e Dinho?

(Imagem: Internet)

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.


Coluna Polítikus
Por: José SalucciJornalista e diretor do Merkato

Na última quarta-feira, 1º de janeiro, ocorreu a votação à presidência da Câmara dos Vereadores de Serra, onde o vereador Saulinho da Academia (PDT) foi reeleito para mais dois anos de mandato. A data também marcou a sessão de posse dos vereadores eleitos e do novo prefeito da cidade, Weverson Meireles (PDT).

Aqui na coluna Polítikius destaco a notícia publicada pelo jornal Tempo Novo sobre um fato ocorrido, no mínimo “quentinho”, no dia da eleição: “Durante a votação, houve certo atrito protagonizado por dois vereadores. Fred (PDT) criticou Henrique Lima (PODEMOS), chamando-o de ‘oportunista’, enquanto Dinho (PL) declarou ter votado na Chapa 1 em oposição ao que chamou de uma suposta censura que teria sido imposta na Câmara”, texto do jornal.

Na última eleição à presidência da Câmara, no final de 2022, para o biênio 2023/2024, houve chapa única. Na ocasião, Saulinho foi eleito. Para o processo legal da democracia, ter livre escolha se faz necessário. Na eleição atual, 1º janeiro, houve duas chapas: a Chapa 1, liderada pelo vereador Henrique Lima (PODEMOS), e a Chapa 2 com Saulinho.

Outro fato relevante que precisa de ser analisado é que, anos anteriores, a escolha da Mesa Diretora costumava ser decidida nos momentos finais, com aquela disputa política, a qual faz parte do ‘jogo’, para alinhamentos ideológicos partidários e, consequentemente, sair na frente para as futuras alianças em projetos. Mas o cenário foi outro, porque o jogo já tinha sido decido fora de campo, antes da partida começar, que também é válido. Saulinho articulou politicamente seu grupo antes mesmo do dia da votação, conquistou o apoio explícito de 16 dos 22 parlamentares. O único vereador que absteve da votação foi George Guanabara, acompanhe o artigo que irei analisar a decisão do vereador.

Pois bem, entre mudanças de postura política que envolve a Câmara de Serra, logo no primeiro dia do ano o clima começou bem disputado.

A fala do vereador Fred, chamando o vereador Henrique Lima de “oportunista”, ficou sem a devida sustentação argumentativa. De acordo com a reportagem do Tempo Novo, a fala do vereador foi descrita sem citar o término do ocorrido, até porque, dependendo do ponto de vista, a fala de Fred pode ser interpretada como uma quebra de Decoro Parlamentar – entendimento de um proceder, uma forma de agir que se espera dos parlamentares -, ou seja, ele ofendeu um outro vereador no momento da eleição em plenário.

Não se sabe o porquê que o vereador Fred atacou Henrique Lima, a reportagem não explicou. É direito de todo o organismo político colocar o seu nome à disputa por um cargo, é democrático dentro das leis do município.

Nesse sentido, pode-se interpretar que, sim, foi uma ofensa, e uma fala desnecessária em um momento em que a atenção estava na posse dos vereadores e do novo prefeito. O jornal evidenciou a ofensa, e não o fato. Os leitores querem saber o que aconteceu. Agora é esperar o que o vereador Henrique Lima tem a dizer, ou qual decisão irá tomar.

Compreende-se nos parâmetros da ética jornalística que, a reportagem poderia ter entrevistado incialmente o vereador Fred, para entender o ponto de vista do parlamentar e, naturalmente, abrir o campo do direito de resposta para Henrique Lima, dessa forma os leitores teriam maior esclarecimento dos fatos, para tomar a sua decisão.

Outro ponto da notícia que não ficou esclarecedor foi quando citou o vereador Pastor Dinho, que em seu discurso induziu haver uma suposta censura na Câmara. Que censura, vereador? Fale mais sobre isso, como dizem os psicólogos.

Reitero que estou analisando a notícia, aquilo que li e, como um jornalista, posso fazer uma análise do fato escrito aqui em minha coluna Polítikus. Mas também já estou enjoado de comportamentos de políticos assim: demonstram apenas narrativas, jogo barato e ínfimo intelecto para discurso proeminente. É necessário mais sabedoria e articulação política para àqueles que desejam representar à população, deixa o discurso vazio para o século passado e os “ataques” para o lugar certo e a hora certa, porque senão, vai começar o Vale a Pena Ver de Novo, essa novela eu já sei de cor: é político ofendendo político. Narrativas, apenas narrativas, e provas, nenhuma.

Bom, pode ser que o vereador Fred tenha sido um oportunista na ocasião, e o Dinho, apure mais e fale menos.

Abstenção ou medo de jogar?

Qualquer político sabe ou deveria saber uma coisa: eleição não se ganha sozinho. E no caso do vereador George Guanabara, ele sabe bem o apoio que recebeu na eleição para vereador, através do partido Podemos.

O Podemos tem a segunda maior bancada da base, conta com três vereadores: Henrique Lima, George Guanabara e Jefinho do Balneário. Além de ter o deputado estadual Alexandre Xambinho como presidente municipal do Podemos, na Serra.

O que está em jogo não é a relação pessoal entre os membros do partido, e sim o respeito na relação partidária. Uma construção coesa feita pelo Podemos durante a campanha para vereador no ano passado e, agora que o partido precisa da união e comprometimento de acordos feitos, voto de abstenção pegou mal para George Guanabara. Quem fica em cima do muro acaba tomando pedrada dos dois lados.

Entendo que o momento era de aglutinar as ideias, e não silenciar posicionamento ideológico e partidário. É importante frisar que, uma chapa dentro de uma eleição à presidência da Câmara não significa ser oposição ao prefeito Weverson, pode ser, mas também pode não ser. Nesse caso, entendo que houve uma opção, o que não aconteceu em 2022, a democracia precisa de ser fortalecida.

A vinda da Chapa 1 tem aquela história de olhar o copo com água pela metade: pra uns ele está meio cheio, para outros, meio vazio. Foi relevante a presença de Henrique Lima, presidente municipal da juventude do Podemos, à frente de uma eleição. Isso é bom. A população sabe como ele pensa, sua proposta, e isso fortalece o outro lado da Chapa 2. Então não dá pra entender o que significa os dois argumentos: “oportunista” e “suposta censura”.

Podemos ou não Podemos passar por isso?

Há tempo de falar e tempo de se calar. Há tempo de brigar e tempo de renunciar. O momento para o partido Podemos é de construir. Segundo conversa com um dos membros do partido, o George já estava no grupo do Saulinho. O Podemos tentou conversar com ele sem muito sucesso. Nesse caso, Henrique Lima já foi para a disputa sabendo que George fazia parte do grupo da Chapa 1. Mas eis que surge a bandeira branca de seu colega. Será que Henrique Lima ficou desapontado com o companheiro, o qual recebeu imenso apoio do partido na campanha a vereador? Política não se faz sozinho. Abre o olho, Guanabara! Mãos apertadas, compromisso selado.

Em uma eleição clássica, o Podemos tomou um gol logo de cara no primeiro dia do ano, agora é acompanhar o restante do campeonato, saber como será o relacionamento de construção ideológica do partido, se George, com sua decisão, será que ele desequilibrou o time do Podemos? Vamos assistir se Henrique e Jefinho vão dar aquele velho tapinha nas costas do jogador e deixar o recado: “vamos lá, ainda tem muito jogo pela frente”.

“O texto é de livre pensamento do colunista”


Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.

José Salucci – *Reside em Serra *Jornalista e diretor do Merkato. / Foto: Thais Gobbo.

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