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Programa “Periferia Formada” articula bolsa de estudo

Na ocasião, moradores de comunidades periféricas, baseado na parceria Instituto Conexão Perifa e setor privado, ingressam nas faculdades.

Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.


Terceiro Setor / Educação e Política Social

Garantir acesso à educação para pessoas que sonham em concluir um curso superior. Esse é o propósito do Instituto Conexão Perifa, que por meio do programa “Periferia Formada”, articula, com empresas privadas, bolsas de estudo para moradores de comunidades periféricas da Grande Vitória.

A presidenta do Conexão Perifa, Crislayne Zeferina, conta como surgiu a iniciativa para promover inclusão social. “Sempre sonhamos em fazer uma faculdade, porém sabemos o custo disso. Pensar em formar as periferias é garantir o acesso educacional para além do terceiro ano, foi pensando nisso que nasce nosso projeto Periferia Formada”, narrou a estudante de Direito, 6º período.

Crislayne Zeferina, 31, é estudante de Direito, Pós-Graduada em Pedagogia-Social. Também é fundadora do Instituto Conexão Perifa e cofundadora do “Coletivo Beco”. / Imagem: Divulgação.

Há três anos, o “Periferia Formada” visa graduar, valorizar e empoderar pessoas das comunidades. Nessa parceria estão presentes o setor privado, que viabiliza o sonho de quem deseja ingressar em uma faculdade. Com a tônica de incluir, a Cesv, Microlins, Favi e UniSales, formam o bloco de instituições de ensino parceiras ao propósito do programa educacional do Periferia Formada.

Diante dessa parceria entre o Segundo e Terceiro setores, a educação se torna mais acessível a todos. E quem comenta esse assunto é Cláudio Barros, 51, atualmente diretor Geral, do Centro de Ensino Superior de Vitória (Cesv). “Indubitavelmente, as parcerias, entre o Segundo e Terceiro setores, são muito eficientes, pois permeiam onde o Estado não consegue alcançar. Essas parcerias têm um resultado mais rápido, conseguem ser moldadas a uma determinada comunidade com suas características, e o Projeto Perifa se alinha a esta corrente de focar o resultado sem desprezar os meios, buscando neutralizar os efeitos na origem, sem a perda da própria essência, uma habilidade característica deste irretocável projeto”, disse o diretor, que é graduado em Direito, Letras e Administração.

“Esta parceria se inicia de uma inteligente discussão sobre cota racial, com a Zeferina, em sala de aula (rs), onde no final concluímos que na formação social teríamos uma maior abrangência. […] Iniciamos o laboratório com alguns alunos. […] A Parceria no modelo atual, com reserva de cotas e distribuição social exclusiva pelo projeto Periferia Formada, foi assinado em 2022. /  Na ocasião, o diretor Cláudio Barros aparece no STF / Foto: Divulgação

Outra instituição educacional que aderiu a justa parceria firmada entre Segundo e Terceiro setores é a Microlins. No mercado há 30 anos, a Faculdade formalizou o contrato com o Periferia Formada, recentemente, no último dia nove (09) deste mês. Renato Lyra, Sócio Franqueado nas unidades Vitória-Centro e Vitória-Jardim Camburi, diz o estreitamento desse acordo, que envolve instituição e sociedade. “Essa parceria demonstra um comprometimento da instituição em contribuir para o acesso à educação, melhorando as oportunidades educacionais para a sociedade, transformando os sonhos dos nossos alunos em realidade, por meio da educação, formação profissional e orientação ao mercado de trabalho”, opinou.

Anderson de Almeida Santos – CEO – Vitória Placas.

Origem “Periferia Formada”

Segundo a presidenta do Conexão Perifa, Crislayne Zeferiana, o programa “Periferia Formada” nasceu com base em um diálogo realizado com uma amiga pessoal, a Ana Nascimento. À época, Ana possuía uma empresa ambiental e contava com a parceria da Cesv. Na ocasião, Ana conseguiu, junto a Cesv, bolsas de estudos às pessoas catadores de materiais recicláveis. A ideia expandiu às comunidades do Território Bem, em Vitória.

“Eu indiquei 10 pessoas de acordo com esse projeto, por isso ganhei a bolsa na Cesv. Veio a ideia de ampliar as oportunidades para bolsistas; criei o programa Periferia Formada. Depois disso, ela saiu da Cesv; eu consegui uma bolsa pra estudar na faculdade, com base nessa parceria com ela, depois fui ao diretor Claudio e perguntei se ele não faria a mesma parceria com a nossa instituição. Ele topou. A gente começou a levar alunos pra lá”, explicou Crislayne Zeferina.

O diretor Geral da Cesv conta como conheceu o projeto Periferia. “O Programa Perifa, foi conhecido e reconhecido pela instituição através dos trabalhos da aluna Crislayne Zeferina, grande aliada de nossa missão: “Mudando Vidas”, com resultados concretos e acalentadores para aqueles que admiram e exercem o verdadeiro trabalho social. A Crislayne é um exemplo desta vivência”, especificou.

Sonhos concretos

O projeto Periferia Formada possui critérios internos para a aprovação das bolsas sociais à comunidade, respeitando os preceitos legais do MEC, sem qualquer reserva de origem ou situação social. “Só esse ano já foram 20 pessoas indicadas. Ano passado, foram 25. As bolsas são negociadas com as empresas após uma quantidade de inscrição dos alunos”, disse a presidenta do Instituto Conexão Perifa.

Diante da efetiva parceria unidade educacional e instituto, moradores de comunidades periféricas da Grande Vitória estão desfrutando o gostinho por já serem universitários, e para essa história ficar ainda mais real, nada melhor do que conhecer os protagonistas desse enredo.

A ex-cabeleireira, Cristiane Pontia da Silva de Oliveira, 47, que em dias atuais trabalha como confeiteira, fala do seu encanto em poder estudar o curso de Direito. “O Direito era um sonho de muito tempo, mais pelo valor e as prioridades que eu tinha seria impossível. Hoje sou mãe e avó, com a bolsa, vi que meu sonho se tornou possível”, disse a estudante do 3° período, na Cesv,  moradora do Bairro da Penha.

Cristiane Pontia da Silva de Oliveira, estudante do curso de Direito – 3° período, na Cesv. / Foto: Divulgação.

Com uma história de superação, José Jorge Rodrigues Faria, 38, também morador do Bairro da Penha, está cursando 1º período de Direito, na Cesv, e transmite plenitude de alegria ao mencionar seu momento atual. “Eu conhecei o projeto Perifa por intermédio da Crislayne. O motivo deu ter escolhido o curso, é essa veia que pulsava pelo lado do Direito. Na verdade, é uma realização de um sonho. A minha expectativa é exercer a profissão na área de advogado criminalista e eu tenho intensão de fazer bastante projetos depois de formado”, mencionou.

Jorginho Lala é vigilante patrimonial. / Foto: Divulgação.

Completando o grupo de universitários de primeira viagem, Kellen Mara Ferreira Gomes,19, moradora de Itararé, que trabalha como modelo e desing de sobrancelhas, expressa suas pretensões profissionais e pessoais ao ter escolhido o curso de Educação Física. “Quero saber proporcionar qualidade de vida pra mim, para meus familiares e amigos, mas não pretendo atuar na área. Minha motivação é a vontade de ter uma graduação, para usar como plano ‘b’, se os planos de ser artista não derem certo, e, também ser a primeira na minha família a ter uma graduação”, especificou a estudante do 3º período.

Kellen Mara Ferreira Gomes. / Foto: Divulgação.

Entre iniciantes na vida acadêmica, também há quem busque novos horizontes profissionais, é o caso da Luciana Medeiros dos Santos, 51. A professora de séries iniciais trabalha há 20 anos na Unidade de Ensino Municipal de Vila Velha, não só conta o objetivo de seu ingresso em um novo curso superior, como também dispara críticas ao prefeito de Vila Velha, Arnaldinho Borgo (Podemos).

“Faço o curso por necessidade. Porque o prefeito de Vila Velha assedia servidores. Como estudante estou muito motivada e desejo ser uma advogada para orientar os servidores e trabalhar no Ministério Público”, disse a pedagoga, que está cursando o 1º período de Direito e é moradora do bairro Coqueiral de Itaparica-Vila Velha.

Luciana Medeiros dos Santos. 

Proposta Social

O programa Periferia Formada não se preocupa apenas em incluir as pessoas em um patamar educacional com ideia de cadeira cativa, muito pelo contrário. Há uma proposta no ato da assinatura do contrato entre instituto e aluno (a). A contrapartida do beneficiário (a) está em promover política social de retorno à sua comunidade.

“Todos os participantes têm um dever social. Esse dever social está na mobilização de gente pra participar de ações e divulgação de nossas atividades. Eles assinam um documento dizendo, por exemplo: que serão advogados para as causas sociais, que terão responsabilidade por sua própria comunidade. Tem alguns que participam das atividades e têm outros que não. Não é uma obrigatoriedade. A obrigatoriedade está em divulgar as ações do Instituto.

Nessa tônica, Cristiane, citada no texto acima, a estudante de Direito argumenta. “A minha maior motivação é o conhecimento e poder ajudar as pessoas a conhecerem seus direitos e fazer de alguma forma também um trabalho social”, disse confeiteira, que também é estagiária na Câmera de Vitória.

Corroborando ao pensamento de Cristiane e o ideal do Periferia Formada, Jorginho Lala, mencionado na reportagem como estudante de Direito, também deixa seu recado. “Eu quero cuidar da minha comunidade. Abrir espaço, abrir de alguma forma, um novo horizonte para a juventude do bairro que eu moro, porque da mesma forma que o Conexão Perifa abriu esse horizonte pra mim, essa porta pra eu passar, com certeza, depois de formado, eu irei ajudar de alguma forma os jovens, daqui, da comunidade”, disse com esperança.

Conheça o Instituto Conexão Perifa.

Saiba como participar. Clique.


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