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27 de julho de 2024

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Qual a importância de políticas públicas para juventudes?

(Imagem capa: juventudes.es.gov.br)

As dificuldades enfrentadas pelas juventudes brasileiras passam por diversas áreas que vão da violência, até questões mais recentes como a perda de aprendizagem na pandemia da COVID-19.

Há no Brasil, hoje, cerca de 50 milhões de jovens entre 15 e 29 anos. Segundo dados do “Atlas das Juventudes”, entre o fim dos anos 1990 e o início desta década, os centros urbanos deixaram de ser as localidades com mais jovens no país, perdendo esse status para as periferias metropolitanas.

Segundo números compilados pela mesma plataforma, há na população uma predominância de jovens negros, contabilizando 51% de pardos e 10% de pretos. A região Norte apresenta as capitais com maiores taxas de juventude e, as quatro capitais com menos jovens estão localizadas nas regiões Sul e Sudeste.

Em 2020, a taxa de 27,8% da população, na faixa etária de 15 a 29 anos, não exercia atividades de trabalho ou estudo, revelando um contexto desafiador para os próprios jovens e para as políticas públicas voltadas para esse grupo.

Diante dessa problemática, o debate público sobre juventude tem enfatizado a necessidade de produção rigorosa de dados sobre esse segmento, que possam informar a formulação e implementação de ações que auxiliem os jovens a acessarem seus direitos e a seguirem suas trajetórias pessoais e profissionais.

Confira abaixo, perguntas feitas em palestras, as quais participei em alguns CRJs – Centro de Referência das Juventudes – no estado do Espírito Santo; resolvi trazer um fragmento de minhas experiências para elucidar o meu leitor naquilo que julgo de maior importância sobre o assunto.

O Brasil tem quase 50 milhões de jovens (na faixa etária entre 15 e 29 anos). O que isso significa em termos de oportunidades e desafios para o desenvolvimento do país? Estamos preparados, em termos de políticas públicas, para lidar com essa realidade?

A preocupação com o jovem, volta e meia aparece, e esse é um momento em que a gente tem, historicamente, a maior proporção de jovens em nossa população.

Há cinco ou seis anos que a gente vem falando que é uma janela de oportunidade para algumas coisas, inclusive que envolvem o futuro do país, por ter tantos jovens na população.

Eu coloco essa questão da janela de oportunidade como uma questão que, você fazendo uma política bem feita, para melhorar a qualidade do ingresso do jovem no mercado de trabalho, ela vai ter consequências, não só para o bem-estar imediato do jovem, que eventualmente vai conseguir um acesso a um posto de trabalho de melhor qualidade, mas isso, como algumas pesquisas têm demonstrado, isso tem um efeito dinâmico. Isso vai fazer com que, na verdade, melhore a trajetória profissional dele toda, por anos e anos.

E, portanto, se a gente falar do que vai acontecer com o futuro do nosso país, a gente tem que pensar nessa trajetória desses jovens: uma trajetória virtuosa, em termos de progresso no mercado de trabalho e que ajude a economia do Brasil.

Como a inclusão produtiva de jovens tem sido tratada pelas políticas públicas no Brasil? Esse tema deve ser um assunto prioritário para governos? Por quê?

O Brasil tem um conjunto de políticas que tentam direcionar ações para jovens e elas estão espalhadas em diferentes secretarias. A gente tem, por exemplo, algumas iniciativas, claro, na Secretaria de Juventude, onde ela tenta ser algo mais plural em termos temáticos, mas tem pastas de assuntos mais específicos que também contemplam a juventude como segmento específico .

Antes da pandemia, a gente já tratava que esse tema deveria ser posto como prioritário, até por uma questão relacionada à primeira pergunta. Se a gente consegue melhorar a situação de um jovem em relação, principalmente, a um jovem mais vulnerável, e colocar ele para dentro de um posto de trabalho, na verdade, vamos dizer assim, não é simplesmente colocar ele para dentro de um posto de trabalho, mas colocá-lo para dentro de uma cultura de trabalho, onde ele consiga enxergar uma maneira de progredir, uma trajetória à frente, isso vai trazer benefícios.

Temos muitas evidências na literatura apontando que, jovens quando ingressam no mercado de trabalho e passam longos períodos, ou nem tão longos assim, pelo desemprego e, para países em desenvolvimento, como é o caso do Brasil, quando também logo no início da trajetória profissional, passam por períodos na informalidade, em postos com baixa produtividade e alta rotatividade, que não têm muita perspectiva de desenvolvimento; isso, passar por essas situações, ou de desemprego, ou de informalidade, compromete a trajetória profissional dele por pelo menos 15 anos.

Então, você tentar fazer com que o jovem, no início da sua trajetória profissional, já ingresse num ambiente de trabalho propício a um crescimento profissional, vai favorecer muito, e isso deveria ser, sim, prioridade, para um desenvolvimento de médio e até longo prazo.

Quais os principais desafios, hoje, quando pensamos no futuro dos jovens brasileiros?

Uma série de estudos foi feita sobre a questão da inserção do jovem no mercado de trabalho e têm mostrado para a gente o seguinte: mesmo quando o mercado de trabalho estava numa situação mais favorável, já havia um desafio… a gente estava chamando de um desafio estrutural para o jovem conseguir um bom ingresso no mercado de trabalho brasileiro.

Ou seja, é uma sequência de coisas que começa como uma barreira ao primeiro emprego. Isso foi muito bem identificado num estudo de um colega meu, Maurício Reis, em que ele compara as chances de o jovem sair do desemprego quando o jovem já teve algum emprego anterior e quando ele está buscando pela primeira vez um emprego. As chances são drasticamente menores, quando ele está buscando o emprego pela primeira vez. E o que que acaba acontecendo? Ele acaba entrando no mercado de trabalho em postos de qualidade muito inferior.

Então, uma leitura que a gente faz é que: é como se essa barreira, como se o jovem almejasse um posto melhor, mas ele encontra uma barreira tão grande, tão difícil de transpor, para entrar no mercado de trabalho, que ele acaba flexibilizando a exigência dele e aceitando entrar num posto de pior qualidade.

De 2015 a 2017, com um crescimento muito grande do desemprego, isso já tinha se deteriorado muito. A gente via que, cada vez mais, os jovens que conseguiam entrar no mercado de trabalho, estavam entrando em empregos de qualidade cada vez piores. Eles estavam entrando cada vez mais em empresas de tamanho menor, que geralmente são associadas a menores salários e menor produtividade.

E aí vem a pandemia, logo na sequência de um período em que a gente já estava vivenciando um crescimento dessa barreira, que foi no período de 2015 a 2017, com o aumento do desemprego, essa barreira, que eu relatei que já existia, ela aumentou.

No Espírito Santo, o Governo tem pensado políticas públicas para juventudes com efetividade, construindo vários Centros de Referência para a Juventude (CRJ) em territórios de vulnerabilidade social.

Os CRJs, no Espírito Santo, oferecem os seguintes serviços: Oficinas e cursos de qualificação e profissionalizantes, acompanhamento individual e/ou coletivo, atividades e eventos artísticos, culturais e esportivos no território, mostra semestrais e anuais dos trabalhos produzidos, mostra de Profissões, auxílio Transporte, passeios, vivências e/ou visitas fora do território, jovens mobilizadores, empréstimo de equipamentos audiovisuais e salas, acesso à internet, promoção da geração de renda através do LAB Poca e outros serviços que promovem uma integração e o desenvolvimento humano dos jovens numa perspectiva plural, contribuindo assim para que comecem a pensar ideias inovadoras e empreendedoras  num espectro  circular.

 

*O texto é de livre pensamento do colunista*


Samuel J. Messias – *Mestre em Educação ( Florida University- USA) – *MBA em Estratégia Empresarial – *Especialista em Políticas Públicas – *Especialista em PNL – *Especialista em Empreendedorismo Circular – *Gerente de Projetos Especiais na ADERES – *Prof. Convidado na Florida University – USA.

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