(Imagem capa: Jornal Merkato)
Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.
Por José Salucci – Jornalista e editor do Jornal Merkato.
A Educação criou o mundo escolar e todo o saber que nela há. Enviou o seu filho primogênito, o professor, que veio à escola para salvar todos os humanos escravizados pela ignorância do preconceito. Preconceito que excluiu os direitos civis e atormenta os excluídos com o alarido da solidão.
Se vê é enxergar o outro, e a si mesmo também. Mas é parte incompleta estar em um mesmo espaço de tempo e lugar sem que haja comunhão e diálogo entre os pequeninos. A comunhão do ser é a sua metade com a metade do outro. Uma parte igual, ser humano. Duas pessoas diferentes, ser humano.
Adilson é metade em si sentado na cadeira no canto do pátio, enquanto que as outras crianças voam em liberdade, não só pelo aspecto físico-psíquico, mas por interiorização de uma educação que inclui o já nascido incluído.
O grande Adílson tem asas, mas sem espaço para voar. Tem disartria, e não há ouvidos pacientes que se inclinam à sua maneira de dizer; ele tem língua. Têm pernas que dão passos rastejados, mas qual o brasileiro que não arrasta a ‘chinela’?
A cena, que é corriqueira nos templos das escolas, não tem “a graça” nos cultos educacionais de quem ensina a fé do saber. O filho da Educação diz: “Vim a este mundo para trazer vida, vida com inclusão”. Para a salvação e justificação de uma vida, o professor se aproxima, proclama o amor da Educação com o poder do ensino. Em suas mãos, um convite para o pássaro voar: “Venha para a sala de aula, é santo o lugar! Hoje eu te convido a oração do letramento falar”, disse o filho da Educação para o solitário aluno, que correspondeu ao chamado com um sorriso.
Sentado ao lado de crianças puras, o homem Adilson fica a observar todos os movimentos no santíssimo lugar. Nesse culto, aceita-se as línguas de todos os anjos, sendo as simples vogais uma rica linguagem. O filho da Educação rege com amor as atividades do ensino e as crianças já se direcionam ao encantado Adilson como cada vogal pronunciar; é no partir do pão educacional que se contempla a comunhão.
Preconceito se ensina, herança do pecado da elite privilegiada. Hipócritas! Amantes de si mesmo. No juízo final, a mãe Educação os queimará no fogo eterno da ignorância e preconceito. Mas a deusa Educação é misericordiosa com os fracos, ela incide na inclusão. E o Adilson? Solfejou as vogais do seu modo, nos lábios e no coração. Foi recebido no paraíso, a sala de aula, promessa para todos, de onde o ser humano nunca deveria ter sido excluído. A Educação justificou o gentio Adilson por meio de seu filho amado, o professor, que morre todos os dias proclamando o ensino. “Vinde a mim, todos são chamados para o reino da Educação”!
Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39.