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5 de dezembro de 2024

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Violência na fala, na arma e por falta de ordem

Jornalista e editor do Jornal Merkato. / Foto: Group Planet)

A semana, lamentavelmente, tem sido sangrenta no ambiente educacional do Brasil e dos E.U.A. A cena criminosa, contra a professora de 71 anos de idade, assassinada, ontem, em uma escola na zona oeste de São Paulo, por um aluno da própria escola, de apenas 13 anos de idade, do ensino fundamental, trouxe mais um alerta sobre os temas: segurança pública e educação.

Além de gerar profunda angústia na sociedade brasileira, há o sentimento de frustração da parte dos profissionais de educação, que entregam literalmente suas vidas à prática do ensino, para ficarem expostos a riscos frequentes de violência.

O Cenário de horror e frustação também tomam conta de uma escola de Nashville, nos E.U.A. Uma mulher, de 28 anos, entrou na instituição, pela manhã, e matou seis pessoas. O ataque deixou três crianças e três adultos mortos. Em confronto com a polícia, a jovem morreu. Ela portava dois fuzis e uma pistola.

O que é a vida nesse momento? Quais são as perguntas certas a serem feitas para que as instituições de ensino possam evitar tragédias dessa escala? E os governos, quais são exatamente as políticas públicas de segurança e educação mais eficazes para combater à violência?

A Organização Mundial da Saúde (OMS) define violência como o uso de força física ou poder, por ameaça ou na prática, contra si próprio, outra pessoa ou contra um grupo ou comunidade, que resulte ou possa resultar em sofrimento, morte, dano psicológico, desenvolvimento prejudicado ou privação. Essa definição agrega a intencionalidade à prática do ato violento propriamente dito, desconsiderando o efeito produzido.

Trazendo o debate para a realidade brasileira, os professores lidam diariamente com hostilidades da parte de alunos e de seus pais; sofrem violência simbólica dos governantes, os quais procrastinam a qualidade do ensino escolar público. As platônicas políticas públicas das temáticas da educação não passam de meras retóricas patológicas de agentes políticos que mais se preocupam em derrubar seus oponentes, em tempo de campanha, prometendo idealismos inalcançáveis, do que, de fato, proporem pautas significativas à mudança concreta da realidade escolar.

Na semana passada, os jornais estamparam em suas manchetes, a violência psicológica praticada pelo atual presidente da República. Um discurso extremamente irresponsável e nocivo, em que o “defensor da democracia” desconsiderou o real plano do PCC, em matar o senador Sérgio Moro. Onde vamos parar com tanto discurso que incita violência, que banaliza o crime e ensina de forma clara e objetiva que esta prática compensa?

Diante de fatos violentos, sangrentos e indigestos, neste espaço eu poderia encher o leitor de dados dos últimos ataques em escolas brasileiras, de análises sobre a violência no ambiente escolar, e de tantas outras teorias que aprendi, que são importantes, enquanto profissional de jornalismo, de Teologia e, agora, de estudante de Letras Português.

É momento de proteger nosso ambiente escolar com inclusão de palestras, de forma diária, sobre o ensino do comportamento humano. É momento de metodologias de ensino mais práticas e reais aos alunos. Se faz necessário esperançar os alunos e alunas com o discurso que, estudar vale a pena! Entendo que para esse momento não se deve levantar o debate do desarmamento, até mesmo porque o estudante que matou a professora usou uma faca para aplacar sua ira, mas a mulher nos E.U.A usou arma de fogo. As duas partes tinham ódio. Essa é a pior arma.

Continuaremos a dizer ao presidente e ao Brasil que apologia ao crime e pautas de liberação as drogas, essas não valem a pena. Que tirar a família do centro educacional, é um tiro no pé. O Estado não sabe e nunca saberá o que é melhor pra uma criança e um adolescente, e sim, os pais, a igreja e uma ciência lógica, pautada em estudos sem ideologismos. É só olhar a configuração da realidade. Devemos ensinar aos nossos alunos (as) que honrar pai e mãe vale muito a pena. Ensinar que ter fé, vale a pena. Que ter conceitos conservadores, sim, valem a pena.

Há sete anos trabalho com comunicação e educação no Terceiro Setor. Trabalhei em uma escola em que funcionava um projeto social em suas dependências. Também executei atividades como educador social em ONGs, projetos de igrejas, entre outras atividades de voluntariado. Em tudo, vi que a criança, o adolescente e jovem, ambos precisam de livros, é verdade, e não de arma. Todavia, também precisam aprender as raízes conservadoras, a partir de interpretações sóbrias, e não ideologias pérfidas que desorientam a mentalidade deles, sejam pra extremismos da esquerda ou da direita. No meu tempo de garoto, nunca vi a polícia vigiando escola.

Com o enfraquecimento dos valores familiares e casos de corrupção na política brasileira, vemos o crescimento do tráfico de drogas, a facilidade ao crime, a tal lógica do assalto. Os modismos de violência também estão na internet. Os padrões joviais expurgam da cena de sabedoria os mais velhos. Há uma deterioração em grande escala dos padrões morais e éticos nas instituições brasileiras.

Sei que esse cenário de violência envolve diversas frentes: o Direito, a Psicologia, a Educação, a Sociologia e também a Teologia, ciência que estou inserido há 15 anos.

Concluo o que o sociólogo Zygmunt Bauman aborda em sua teoria sobre “Amor Líquido”, onde as relações entre os seres humanos têm sido marcado por sentimentos efêmeros nessa pós-modernidade. Com muita simplicidade, afirmo que vale a pena amar teu próximo como a ti mesmo. Jesus não mentiu. A pedagogia do mestre não falha. É fala de amor, não usa arma e põe ordem na sociedade.

 

**O texto é de livre pensamento do colunista**


José Salucci – *Jornalista. *Pós-Graduando em “Gestão em Organizações do Terceiro Setor e Projetos Sociais”/Unopar. Possui experiência há sete anos no Terceiro Setor, também contribuiu para edição do livro “Ensaios Acadêmicos: do currículo tradicional ao empreendedorismo”, lançado em 2022, com autoria de um capítulo: “Currículo e Poder”.

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