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Coluna Letrados/Leitura
Por: Magda Simone / professora de Língua Portuguesa
Essa é a primeira Resenha Poética da série “Vamos falar de leitura?”. Se você está chegando agora e quer entender um pouco mais, leia a apresentação que escrevi na coluna Letrados (clique aqui).
Hoje vou falar de uma obra que marcou minha adolescência, Dom Casmurro.
Não sou de ler um livro duas vezes e quando o faço, ou é porque li há tanto tempo que já esqueci a narrativa ou porque gosto demais da obra.
Com Dom Casmurro, de Machado de Assis, eu releio porque gosto. Não tem como esquecer da eterna ambiguidade (traiu ou não traiu?) e da sensação que tenho, cada vez que leio, de querer encontrar Bentinho um dia e dar a ele um conselho: deixe de ser chato e casmurro e valorize o que a vida te oferece.
Isso mesmo, pra mim, não traiu. Não acredito que Capitu tenha sido nenhuma santa, mas com certeza Bentinho criou, em sua mente doentia, uma traição que não houve. E o pior disso tudo foi jogar suas neuras em uma criança que não tinha nada a ver com isso.
Pronto, falei! Quantos Bentinhos existem, que acreditam que quando a mulher quer se arrumar um pouco mais é porque está querendo atrair um homem? Quantos pensam que a mulher não pode ser amiga de um homem, e que, se tem envolvimento, tem namoro ou algum tipo de relação íntima?
Pois bem, Bentinho, isso é balela. Capitu tem todo o direito de pentear seus cabelos e se enfeitar, sem ser acusada de ser “oblíqua e dissimulada”. Ora, pasmem! Oblíquo é você, com seu jeito torto de amar e com sua insegurança.
Deixando de lado minhas convicções, não se pode negar a dimensão dessa obra. Machado de Assis é, para mim, o maior autor de todos os tempos. Sua obra é vasta, sua inteligência mais ainda. Foi jornalista, contista, cronista, romancista, poeta, teatrólogo e tradutor. Leitor assíduo das peças de William Shakespeare, fez de Bentinho o seu Otelo. Mas não se engane, apesar de as duas obras tratarem da mesma temática, elas têm abordagens, contextos e estilos muito distintos.
Ah! Machadinho querido, que obra você deixou pra posteridade! Se você, amigo leitor, ainda não leu Dom Casmurro pelo menos uma vez na sua vida, você a está desperdiçando. Hipérboles à parte, leia! É uma obra de domínio público, gratuita na internet. Depois me diga sua opinião: traiu ou não traiu?
*O texto é de livre pensamento da colunista*
*Você também pode ler o 1º artigo da série: “Vamos falar de leitura?”
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