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19 de setembro de 2024

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Existe uma idade para ser feliz?

(Imagem: Ideogram)

Coluna Letrados
Por: Magda Simone / professora de Língua Portuguesa


“Não importa se faço vinte, quarenta ou sessenta!

O que importa é a idade que eu sinto”.

Os versos acima são do grande autor português, José Saramago. Lendo suas palavras, fico imaginando que ele deve ter tido uma vida plena. Morreu aos 87 anos, mas não antes de ganhar notoriedade pela sua escrita e alguns prêmios importantes, como o Prêmio Camões, em 1995, aos 73 anos, e o Nobel de Literatura, em 1998, aos 76.

Cora Coralina, outro importante nome da literatura, começou a escrever aos 14 anos, mas só publicou seu primeiro livro aos 76 anos. Estudou pouco, mas isso não a impediu de, entre panelas e doces, escrever poemas premiados e ter sua obra reconhecida mundialmente. Morreu aos 95 anos.

O que importa é a idade que eu sinto. Não há limite cronológico para nada, nem há idade certa para se realizar sonhos. Somos seres em constante evolução. Ter 50, 60 ou 70 anos não significa que estamos prontos, nosso processo de evolução é diário. As pessoas que estão a minha volta me provam isso o tempo todo. Meu pai, que faleceu aos 87, mesma idade que Saramago, conviveu com o diabetes e suas consequências sem perder o humor e a dignidade. Minha mãe tem 90 (com cabeça e saúde de 20) e, com sua vitalidade e alegria, serve de exemplo para seus filhos, netos e bisnetos. Os filhos, aliás, têm a quem puxar: tenho uma irmã que se formou pela segunda vez, no curso de seus sonhos, aos 61 anos e outro irmão que iniciou a faculdade de Filosofia aos 60.

Diante disso, eu não me sinto nem no direito de achar que estou velha para qualquer coisa, sendo eu uma jovem senhora de 53 anos. Vou até onde meus anos me levarem, tenho muito a estudar, muito a compartilhar, muito a aprender, muito a viver. Se eu chegar aos 95 anos de Cora Coralina, quero ter vivido a plenitude de todos eles. Se eu for antes (só Deus sabe!), quero que as pessoas se lembrem de que não me entreguei.

E desafio qualquer um que acha que a idade é limitante a abrir seus olhos, ouvidos e sua mente: olhe a sua volta e procure as pessoas que teimam em viver sem se preocupar com a idade; ouça sua história de vida e se permita viver sem deixar que o tempo defina seu modo de pensar e de agir. Você vai ver como isso é bom e libertador!

Termino essa reflexão com as palavras da sábia Cora Coralina: “Saber viver é a grande sabedoria […] Aceitei contradições / lutas e pedras / como lições de vida / e delas me sirvo […] Aprendi a viver”.

*O texto é de livre pensamento da colunista*


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Magda Simone*Mestra em Letras pelo Mestrado Profissional em Letras (IFES). Experiência na docência de Língua Portuguesa (Ensino fundamental II), atua na Secretaria de Educação da Serra, com a Formação Continuada de Professores de Língua Portuguesa. (Imagem: Divulgação) @magdamentoria

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