Colabore com essa informação! Pix: 47.964.551/0001-39.
Coluna Letrados
Por: Magda Simone – Professora de Língua Portuguesa
Estamos vivendo, no mundo inteiro, um momento em que a tecnologia digital está transpondo mares nunca dantes navegados (Camôes nunca imaginaria que iríamos tão longe). É um momento importante, em que muitos recursos estão sendo criados para facilitar nossa vida, nos entreter e tornar nossa caminhada menos penosa.
Vou me ater aqui a um tema que vem sendo muito discutido: a inteligência artificial. Não tenho expertise no assunto, falo apenas sobre o que sinto e vejo, não me proponho a uma análise científica. Pra mim, recursos como o ChatGPT e o Deepseek são grandes invenções. O problema está naqueles que os inventaram e utilizam, devido à falta de sensatez, criticidade e ética.
É preciso sensatez para entender até onde podemos ir em relação ao uso dessas ferramentas. Em 2024, recebi uma multa indevida, que ocorreu no Pará (nunca estive lá) e utilizei a IA para me ajudar a elaborar o texto para o BO e para entrar com um processo na PRF. Nessa vida que estamos levando, em que cada segundo conta, não posso perder tempo pensando ou pesquisando o que escrever num BO. Mas uma coisa é usar a IA para me ajudar a direcionar esse tipo de escrita, outra coisa é, por exemplo, eu pedir que ela escreva um texto literário ou um artigo para um trabalho no doutorado e dizer que fui eu. Isso é fraude. Trata-se da corrupção que criticamos o tempo todo, mas que, quando o assunto nos atinge, fingimos que “foi só uma ajudinha”.
É preciso ter criticidade para saber que o uso da IA precisa ser moderado e monitorado. Assistentes virtuais são treinados para dar respostas, baseados em dados de algoritmos, retirados da internet. São ferramentas criativas que nunca deixam o usuário sem resposta, nem que para isso precisem inventá-la. É preciso filtrar as informações, revisar o texto, usar com parcimônia. Além de elaborar algo frio e mecanizado, elas podem nos tornar seres sem criatividade e viciados digitais.
Outra questão que precisa de uma visão crítica é o limite de informações que o usuário deve fornecer à IA. Eu li recentemente um artigo falando sobre os perigos desse comportamento: a partir de uma única foto, empresas de inteligência artificial podem obter dados suficientes para produzir deepfakes — recurso tecnológico capaz de imitar rostos e vozes com o objetivo de criar vídeos ou imagens falsos.

E é primordial ter ética para lidar com tanta novidade. Nada contra você pedir para a IA elaborar um desenho, a partir de uma foto, e usar como brincadeira nas redes sociais. A grande questão é que tem muita gente que se apropria da obra alheia para apresentar uma “novidade” e ser remunerado por isso. A (suposta) inocente trend do Studio Ghibli trouxe à tona a discussão sobre a propriedade intelectual. Enquanto um projeto do estúdio do mestre japonês da animação, Hayao Miyazaki, pode levar mais de 3 anos para ser feito, por envolver muitos detalhes desenhados à mão, a IA faz em minutos. Mas isso é arte?
Se a IA continuar a se desenvolver dessa forma descontrolada, insensata e sem reflexão, a tendência não é que os robôs dominem o mundo, mas que nós nos tornemos robôs-escravos dela.
*O texto é de livre pensamento da colunista*
Magda Simone oferece mentoria em:
- *Orientação de TCC e Trabalhos Acadêmicos; *Elaboração e Mentoria de Projetos Acadêmicos; *Elaboração e Revisão de Artigos Científicos; *Preparação para Apresentações orais de Trabalhos Acadêmicos; *Mentoria em grupo e individual, voltada para a Produção de texto (ENEM e Concursos) – @magdamentoria
Colabore com essa informação! Pix: 47.964.551/0001-39.
