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Coluna Letrados
Por: Magda Simone – Professora de Língua Portuguesa
Quando o assunto são as crônicas, meu autor favorito é, sem sombra de dúvida, Luís Fernando Veríssimo. Eu amo seu estilo cômico, seu modo de abordar com graça e leveza até os temas mais complexos da vida.
Além das crônicas, o autor também escreve romances e novelas. Em 1998, escreveu Clube dos Anjos, livro que faz parte da série Plenos Pecados, da editora Objetiva. A série aborda os sete pecados capitais e o pecado-tema da obra de Veríssimo é a gula. Sua versão em inglês (“The Club Of Angels”) foi escolhida pela New York Public Library como um dos 25 melhores livros do ano.
A leitura nos leva a pensar num tema muito prazeroso: a gastronomia. Pense em como somos afetados pela comida, não só no sentido de alimentar o corpo, mas também por ela mexer com todos os nossos sentidos. Será que você, leitor, já experienciou se deliciar com um prato tão bem feito que faria de tudo para se deleitar novamente? Qual é a sua memória afetiva, em se tratando de comida? Lembra-se do tempero da vovó, talvez a sua nona italiana? Ou uma tia de origem indígena, que sabia (ou sabe) como ninguém misturar os temperos da comida brasileira? E aquela vizinha que, sempre que faz um prato apetitoso, não se esquece de bater a sua porta e te presentear com uma porção desse manjar dos deuses? E aquele prato especial que comeu em uma viagem dos sonhos?
Ah! A comida! Já dizia minha mãe que “peixe se pega pela boca”. E levando a história do peixe no sentido literal, digamos que alguns dos personagens do livro, qual peixes, morreram pela boca. Mesmo sabendo que a morte era iminente, continuaram se dando ao luxo de comer bem. Mas será que o livro é mesmo sobre a gula? Ou se trata de se permitir viver desejos incontroláveis e até sucumbir a eles, se for o caso? Será que se trata de refletir sobre até que ponto fazemos coisas que temos certeza que não são recomendáveis, só pelo prazer do momento?
Se você acha que vou te dar muitas pistas da narrativa, está enganado(a), não trago respostas, trago questionamentos, pois Clube dos Anjos merece ser degustado sem prévias intervenções, sem conjecturas. É preciso saborear cada palavra, sentindo as pitadas de ironia, as colheradas de mistério, talvez acompanhado de uma taça de um bom vinho.
Outro dia, uma amiga me perguntou se eu possuía o livro para emprestar a ela, mas não encontrei na minha estante. Depois que li, emprestei. E não me lembro para quem. Ando assim, desapegada, querendo propiciar a meus amigos a experiência de se deliciar com uma boa leitura. Espero que a pessoa para quem emprestei me convide um dia desses para um delicioso jantar. Só espero que ele ou ela não tenha se empolgado e levado o livro ao pé da letra, quero sair bem viva dessa experiência gastronômica!
*O texto é de livre pensamento da colunista*
*Você também pode ler o 1º artigo da série: “Vamos falar de leitura?”
*Você também pode ler o 2º artigo da série: “Vamos falar de leitura?” Dom Casmurro.
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