Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39
Cultura/Cinema
Por: José Salucci – Jornalista e diretor do Merkato.
A praça sempre foi e sempre será um lugar de encontros. A sétima arte marca um encontro com você, nesta sexta-feira (22), às 19 horas, no Ginásio da Praça Central de Feu Rosa, Serra. A entrada é de graça.
O projeto de cinema “Passa na praça, que a tela te abraça”, exibirá 10 filmes, todos na categoria de curta-metragem (produção cinematográfica de pequena duração, que comunica uma ideia em poucos minutos).
O objetivo do projeto é disseminar o cinema nacional, onde o público poderá assistir a temas de reflexão do cotidiano, como racismo, que envolve o mês da Consciência Negra; bullying e diferentes formas de preconceitos nas relações interpessoais. A classificação é livre, então é só chamar a família e amigos para curtir uma pipoca de graça, participar de prêmios e de um bate-papo com a plateia, mentoreado pelo professor Ériton Bernardes Berçaco, apresentador de mostras de cinema.
*O projeto é contemplado pela Lei Paulo Gustavo – edital 2023 – audiovisual.
Idealização
O projeto “Passa na praça, que a tela te abraça”, primeira edição, foi idealizado pela jovem de 24 anos Jaci Bastianelli, fotógrafa e publicitária. Natural de Boa Esperança, Norte do Espírito Santo, a engenhosa artista conta que, “sempre amei cinema, mas nunca tive a oportunidade de fazer cinema”. Até que, no ano de 2023, conheceu a Luiza Lubiana, cineasta, a qual convidou a Jaci para participar da 6ª edição do FECSTA – Festival de Cinema de Santa Teresa.
Depois disso, a garota prodígio conta que, “fui colaboradora em outros três eventos de cinema. Fiz figuração de um filme de curta-metragem, gravado na Serra, “O Pirâmides”. Atualmente, trabalho com a Cintia Braga em um filme de longa-metragem “Ditadura de Papel”, e participei novamente este ano da 7ª edição do FECSTA”, narrou.
Com vínculos próximos com os bastidores e produção cinematográfica, Jaci foi sendo guiada pelos encantos das lentes, dos olhares, da luz, câmera e ação.
A idealizadora destaca ter o seu primeiro projeto aprovado em um edital. Ela conta a satisfação. “Confesso que, quando escrevi esse projeto não tive tanta esperança dele ser o ganhador, porque na minha cabeça, a galera da cultura tinha muito mais experiência do que eu, então seria a primeira tentativa e serviria de experiência para os próximos anos. Mas, quando veio o resultado do edital, foi surreal! A satisfação que está sendo… É… Cada dia construir esse projeto… É inacreditável… É uma alegria imensa!”, disse com entusiasmo.
Apaixonada por fotografia, o click amadureceu o olhar de Jaci “eu conseguia ver tudo através da lente, eu enxergava a alma das pessoas”. Com essa expressividade de artista em observar o interior do sentimento, não foi penoso para Jaci se encontrar na grande tela, onde se figura sonhos, frustrações, dores, amores e tantos outros sentimentos e histórias humanas. Cinema e fotografia formam um casal perfeito: imagens e histórias.
Documentário produzido com o projeto social Sons da Esperança
Além de atuar em diversas áreas da criação e da arte, Jaci Bastianelli ainda exerceu a função de oficineira de câmera e edição no atual projeto, nas dependências da Escola Feu Rosa, onde funciona o projeto social Sons da Esperança.
Entre os 10 filmes que serão exibidos logo mais à noite, um dos documentários foi produzido pelos beneficiários do Sons da Esperança, com mentoria do projeto “Passa na praça, que a tela te abraça”, Jaci conta a experiência.
“Poder ter realizado essa oficina junto com o Sons da Esperança foi uma experiência maravilhosa. A oficina foi de câmera e edição, onde as crianças aprenderam as questões de enquadramento, correção de cor, luz, ângulo, movimentação de câmera, fazendo com o próprio celular. Porque é com o celular que elas registram os ensaios da musicalização infantil, foi isso que mais me tocou. Elas não queriam aprender para fazer vídeo no Tik Tok ou rede social, queriam aprender pra divulgar o Sons da Esperança”, contou.
Com essa perspectiva, o curta-metragem se torna fundamental para divulgar novos talentos, uma vez que atua como uma porta de entrada importante para que novos cineastas apresentam seus talentos e trabalhos para o público e para a crítica.
Grupo de trabalho
Diante de tanta juventude, além da força motriz unida com a inteligência, também aparece a experiência de quem já está há 34 anos no mercado de cinema: Luiza Lubiana, que coleciona os talentos de cineasta, roteirista, produtora e diretora de cinema, além de escrever poesia e contos.
A parceria desse projeto “Passa na praça, que a tela te abraça” vem através do FECSTA – Festival de Cinema de Santa Teresa -, onde Lubiana é coordenadora geral, ela explica a motivação e a junção do elo de propostas.
“Dentro do regulamento do FECSTA, ele permite que a gente exiba os filmes classificados em outros eventos. Então, quando a Jaci resolveu fazer esse projeto, como ela conhece o festival, ela me perguntou se existia a possibilidade dessa parceria, e eu falei que sim. Fizemos a curadoria, selecionamos oito filmes bem legais. Então, a minha participação fundamental foi ceder a matéria-prima para o evento. Eu gostei da ideia e, também estar presente nesse evento, porque a gente faz o FECSTA há sete anos, então temos muitos filmes bons. Quanto mais a gente puder exibir, melhor para as produções brasileiras”, explicou.
Os filmes que serão exibidos não são inéditos, porém possuem exclusividade do Festival de Cinema de Santa Teresa. Segundo Lubiana “são pérolas, coisas lindas de se ver”, além de serem produções cinematográficas de diversos lugares do Brasil.
Apresentador
Reforçando o compêndio do trabalho, Ériton Bernardes Berçaco, 44 anos, professor, mestre em Literatura, entende o projeto em um posicionamento do cinema indo ao encontro da comunidade, das pessoas. Nesse cenário, o contexto para a execução de sua atividade exige uma sensibilidade de saber captar os enredos dos filmes e trazer um sentimento ao público de desejo ao diálogo.
“O meu papel de apresentador é de interagir, dialogar com esse público, no sentido de chamar atenção para aquilo que ele está assistindo, porque não é um filme qualquer, são histórias que encantam. E, meu papel é fazer a mediação entre mim e a tela, e promover uma atmosfera de interesse, fazer os olhos dos telespectadores brilharem”, disse o diretor escolar e realizador de audiovisual.
No final da exibição dos filmes haverá uma ‘provocação’ do apresentador em direção ao público, uma espécie de chamamento para o diálogo daquilo que foi assistido.
A noite de hoje oportuniza, também, estudantes e docentes enxergarem um novo horizonte entre escola e cinema. Segundo Ériton, que há 21 anos atua na educação, do ponto de vista da pedagogia escolar, da educação de um modo geral, o cinema é uma linguagem que agrega muitas outras linguagens, trocando em miúdos, para se fazer cinema deve-se passar por várias ciências, como a literatura, o teatro, a língua portuguesa, a filosofia, a dança, entre outras, como explica o professor.
“O filme é feito de um roteiro, que parte da escrita, que pode ser uma livre inspiração, ou pode ser inspirado em uma obra literária, então já integra uma arte, além dos figurinos, da interpretação, que envolve o teatro, então envolve uma integração de várias linguagens”, pontuou.
Equipe/Produção
- Ériton Berçaco – apresentador.
- Luiza Lubiana – curadora.
- Jaci Bastianelli – coordenadora geral.
- Giulio Bissotti – produtor.
- Sidney França – técnico de exibição.
- Felipe Estevão – fotógrafo / social media.
Serviço |
Programação: “Passa na praça, que a tela te abraça”. |
Data: sexta-feira (22). |
Horário: 19 horas. |
Local: Ginásio da Praça Central de Feu Rosa, Serra. |
Invista no Jornal Merkato! – Pix: 47.964.551/0001-39