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Professor é profissão e educador é missão?

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Coluna Letrados
Por: Sueli Valiato – professora de Língua Portuguesa e Literatura

Caríssimo(a) leitor(a), hoje, no Brasil, comemora-se o dia do professor. Ao meu olhar, quando se estabelece  data para se lembrar de algo, é porque o seu valor, no cotidiano dos dias, está esquecido.

Todo dia é dia de e dos professores nas escolas… Mas será que diariamente é dada a relevância que tem o seu trabalho na escolarização e formação dos sujeitos na sociedade?! Ter no ano letivo, um dia de homenagem, de reconhecimento, de belas palavras, de acolhimento, de abraços, de presentes, de festa e etc e etc…  Resolve a ansiedade, a angústia diária decorrente dos desafios de ter que equacionar numa sala de aula as individualidades, as desigualdades discrepantes e um currículo padronizado, pensado para produzir resultados preestabelecidos, em tempos severamente determinados?

Nesse sentido, parafraseando Fernando Pessoa, isso já está no meu olhar nítido como um girassol! E com o costume que tenho de andar pelas estradas, olhando para a direita e para a esquerda, e de vez em quando olhando para trás, vejo que os países que se destacam nos rankings de desempenho dos estudantes são aqueles que investem continuamente em seus professores.

Apesar de a prática educacional existir desde as sociedades primitivas, e das primeiras teorias pedagógicas e escolas terem surgido na Grécia antiga, foi na Idade Média, que se utilizou a palavra professor na educação, advinda do latim, derivada  do verbo profitare, que significa “professar” e  do vocábulo professus, que tem como sentido “aquele que declarou em público”. No Brasil, o primeiro professor, foi um missionário jesuíta que chegou ao país em 1553, padre José de Anchieta, que dava aulas para indígenas à época da Colônia, sendo esse o marco da educação formal em nosso país.

Em 15 de outubro de 1827, Dom Pedro I, Imperador do Brasil baixou um Decreto Imperial que criou o Ensino Elementar no Brasil. Instituindo que todas as cidades, vilas e lugarejos tivessem suas escolas de “primeiras letras”, bem como, a descentralização do ensino, a remuneração dos professores, o ensino mútuo, o currículo mínimo,  admissão de professores e escolas das meninas.

Foi com referência, a esse decreto, que em 1947, um pequeno grupo de professores, liderados por Samuel Becker, teve a ideia de organizar um dia de folga, para descanso e amenizar estafa, uma vez que,  consideravam o segundo semestre muito longo,  marcando assim, o início da tradição de homenagear os professores no dia 15 de outubro. Mas, somente com Decreto nº 52.682 de 14 de outubro de 1963, João Goulart oficializou a data como feriado nacional, dizendo: “Para comemorar condignamente o dia do professor, os estabelecimentos de ensino farão promover solenidades, em que se enalteça a função do mestre na sociedade moderna, fazendo delas participar os alunos e as famílias”.

Visando “enaltecer a função mestre na sociedade moderna” cito esta fala de  Heloísa Morel, diretora do Instituto Península: “A educação é, para uma nação, a “cara” de seu futuro. Não há outro caminho que coloque o Brasil no rumo do crescimento e não existe outra forma de alimentar a esperança em um país melhor, sem investir nos professores. A educação é um fator importante para o desenvolvimento de um país e para a redução da desigualdade”.

Sendo assim, que para além das comemorações, esta data sirva para fomentar reflexão e compreensão das questões que imbricam no exercício da profissão de professor neste momento histórico, construir argumentos para o debate e exigir a implementação de políticas públicas em que os professores brasileiros sejam priorizados, para que se sintam enaltecidos, capacitados para exercer a função de mestre na sociedade, honrando e sendo horados pela profissão que escolheu.

Um forte abraço aos professores, porque na escola, todo dia é  dia dos professores!!

*O texto é de livre pensamento da colunista*


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Sueli Valiato – *Reside em Jaguaré-ES – Graduada em Letras – Licenciatura Plena em Língua Portuguesa e Literatura de Língua Portuguesa, pela UFES; pós-graduada em Educação do Campo pela FANORTE; professora de Língua Portuguesa no Ensino Fundamental II, no CEFFA de Japira, em Jaguaré-ES, integrante da Coordenação Geral e da Coordenação de Plano de Curso da RACEFFAES. / Foto: Divulgação.

 

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